Vladmir | twenty-four

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— Victório não é um homem de sair muito — Comentou Russel. — A última viagem em que ele foi com a esposa para a Áustria, para o nascimento de Irina.

— Irina nasceu na Áustria? — Peguei o arquivo que Russel montou. Li alguns pontos.

— A data foi a mesma em que a família Zubov foi assassinada. Não sei se você soube, mas a filha deles não foi enterrada junto a família.

— Não? — Fechei o arquivo.

— Dizem que a herdeira foi levada com os assassinos. Só de imaginar que a dona desse império todo deve estar por aí, sem saber do poder e fortuna que obtém.

— Também sabemos que o clã não permite mulher liderar — o lembrei.

Russel arqueou a sobrancelha.

— Mas o homem que a tiver se tornara poderoso. Porém, a hipótese dessa menina estar viva são mínimas, o clã não tem notícias de um único rastro dela.

— E o que pensa que a família Zubov tem em relação aos pais de Irina?

Russel tirou do paletó uma caderneta. Abriu e disse olhando-a.

— O pai de Irina devia ao clã. Ele abriu um negócio paralelo com Zubov. Uma casa de apostas. Mas o dinheiro de Zubov foi jogado no lixo, já Victório ficou rico. Isso aconteceu um mês antes de Irina nascer. Suponho que Victório deixou Zubov na forca e se preocupou apenas com ele.

Ali poderia estar uma dica do que eu procurava. Não era nada comprovado, mas passei anos da minha vida trabalhando com apostas, conhecendo as pessoas, supondo boas jogadas e o pouco que conheço de Victório é que ele é um homem fraco e manipulável para esse negócio.

— Ou talvez, Victório tenha matado Zubov, ficado com todo o dinheiro do investimento e fugido da Rússia na época, para não levantar suspeitas.

Russel ficou um pouco assustado com minha suposição, mas ao pensar mais profundamente era notável que não deveria ser exagero, muito menos loucura pensar por aquele ângulo.

— Você pode ter razão — admitiu Russel. — Vou investigar sobre essa possível empresa de Zubov, que faliu assim que abriu. Porque se tudo o que você acha, for verdade, Victório usou uma emboscada para matar a família Zubov.

— A família Zubov morta é a minha família quem comanda como está fazendo até hoje — conclui.

Russel se erguei e olhou para mim.

— Vladimir, entende que esse pode ser o crime que seu tio está sabendo?

— Possivelmente. Mas o que ele ganharia? Apenas fazer Irina mais submissa aos caprichos dele? Não faz sentindo para mim.

— Prometo que conseguirei avançar, confirmar sua hipótese e com isso você pensar em uma forma de parar seu tio e ajudar Irina.

Estava confiante.

— Obrigado — olhei para o relógio. — Tenho uma reunião com dois membros da ordem do clã. Sei que não vai ser a conversa mais fácil.

— Boa sorte.

***

— Sabemos que não estar sendo fácil sua situação, Sr. Ivanovich — comentou o conselheiro do Clã. — Mas já se passaram semanas desde o dia que o seu... pa... — Olhei seriamente para ele. O conselheiro se deteve e continuou: — ... que Michelly morreu.

O sacerdote, que estava do outro lado do escritório, observava os quadros da minha família.

— Gostamos muito de você — disse o sacerdote, de costas para nós. — Mas é preciso logo tomar conta de suas tarefas. Faremos, hoje à noite, a reunião de posse. — Ele se virou para mim e encarou meu semblante inconformado. — Yerik e Kriger estão bem?

BONECA RUSSANơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ