Vladmir | sixteen

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Havia se passado alguns dias desde a última vez que vi Irina no hospital. Evitava aparecer na mansão para não surgir futuras punições para ela.

Eu sabia que Nikolai só queria algumas desculpas para praticar sua violência contra sua noiva, era o que o divertia, sempre foi assim com todas as mulheres com as quais ele se envolveu com consentimento ou não.

Hoje seria o aniversario daquela que eu realmente amei por anos da minha vida, a única mulher que me fez abrir os olhos e ir para longe de todo lixo que é o clã. Foi ela quem me fez homem e pai, quem enfrentou todos os julgamentos da minha família.

E a única coisa que queria era não ter saído aquela noite, ter ficado em casa, cuidado das duas mulheres da minha vida. Protegendo-as sem hesitar.

E essa vontade aperta cada órgão dentro de mim.

– Eu ainda vou entrar aqui e lhe ver roxo, caído no chão com sua garrafa de bebida – disse Russel, meu amigo, assim que entrou na minha sala segurando uma pasta.

– O que tem em suas mãos, é o que imagino?

Russel se sentou perto.

– Tenho duas notícias para lhe dar. A primeira é que os crimes ainda estão em andamento – disse Russel sobre Nikolai. – Aparentemente, a justiça da Bélgica não sabe que ele está na Rússia.

– Então mandarei o filho da puta com passagem apenas de ida para Bélgica – afirmei tomando meu uísque, e analisando o fundo do copo, completei: – Apenas me diga com quem eu falo.

Olhei para Russel. Ele parecia com olhar derrotado.

– Seu pai pagou o juiz para arquivar o caso.

Fiquei parado segurando um copo vazio. Mas tão logo me ergui o jogando contra a parede.

– Eu sinto muito, Vladimir.

– Porra! Porra! Porra!

– Sei que tem magoas dele desde quando ele tentou segurar Violet a força...

– Mágoa? Eu tenho um ódio profundo por aquele monte de merda, Russel! Eu quase o matei naquele dia, mas quem estava lá para protegê-lo?

– Seu pai. Mas precisa manter a calma, sabe que a punição para aquele que mata alguém do mesmo sangue é a morte. Assim que você tirar a vida dele, você morre.

Sorri.

– Eu também sei que o fato de ajudar Irina é apenas desculpa para provocar seu tio. – Russel colocou o envelope em minha cadeira e ficou de pé. – Por que não sai daqui? Compra um apartamento perto de seus negócios, sai com alguém que não precise pagar e esquece seu tio, sua família, essa Irina? Ela é do clã agora, e você não faz parte.

Olhei para retrato de minha mulher e minha filha.

– Às vezes eu tenho a sensação de não ter vingado a morte da minha família – admiti.

– Do que está falando, Vladimir?

Peguei a foto e a segurei firme.

– Não tenho mais um coração para amar. Esse virou pó quando as enterrei. Mas ainda tenho meu espírito e este não estar em paz. – Olhei para Russel. – Sabe que algo me diz que Nikolai tem culpa sobre isso? – coloquei a foto no lugar.

Peguei minha arma na gaveta de uma escrivaninha e verifiquei suas balas.

– Se fizer uma besteira agora não vai conseguir ajudar Irina — Russel aconselhou.

– São apenas perguntas, Russel, apenas perguntas. Conversamos mais depois.

— Mas tenho outra coisa pra conversamos...

BONECA RUSSAWhere stories live. Discover now