Vladmir |forty-three

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Ela me deu um tapa na cara, mas não foi um tapa para que eu parasse de ser idiota, foi além, foi com ódio, rancor... embora eu sentisse paixão nos olhos dela.

— Não me toque, até que eu diga o contrário! Você é só mais um cretino, apenas isso. — Reclamou e me empurrou. — Não sou sua mercadoria. Não sou um objeto que você se apossa. Eu sou uma pessoa e exijo total respeito uma vez que nunca o desrespeitei.

— Depois de tudo o que passamos, acha mesmo que vou lhe entregar para outro?

— Você não vai entregar nada, mais uma vez... repito! — Ela me deu outro empurrão. — Não sou uma mercadoria! Eu vou escolher com quem quero ficar e vou me casar, porque graças a todas as pessoas que passaram por minha vida, todos tiveram um ótimo empenho em destruir esperanças de viver sozinha nesse mundo. Preciso, no momento, de alguém para que cuide de mim, de verdade!

— Depois de tudo o que eu fiz...

— Pelo dinheiro! Pela sua droga de vingança!

Inicialmente, sim. Tudo estava relacionado a destruir aquele merda do Nikolay. Mas eu nunca poderia ser insensível ao que Irina consegue cativar. Ela é espetacular como mulher, doce, inteligente e suave nas palavras. Sua pacificação mobilizou meu coração leviano e com amor ela o fez bater novamente, quente e pulsante. Eu a amava, demais.

— Sabe quando você me olhava e sentia que de mim você tinha tudo?

— Estava cega!

— Você não estava cega. Sempre foi muito boa em sentir tudo e tudo o que veio de mim, quando estávamos sozinhos, em momentos só nosso, você sentia que eu não mentia.

— Mas estava mentindo. Meu discernimento era falho e se eu tivesse parado de escutar meu coração hoje ele não estaria machucado. Porque antes de tudo, assim que lhe vi, eu sabia que não seria seguro para mim.

— Irina, nem tudo deve ser interpretado assim. Eu errei em não ser claro, em não lhe contar os detalhes, mas não pode dizer que quando fazíamos amor eu pensava em dinheiro ou vingança.

— Se apropriar de meus bens financeiros para poder próprio, sem meu consentimento, não se configura esconder detalhes ou não ser claro nas suas intenções, isso é crime! Contra mim e minha herança que sua família, por anos, quis colocar as mãos.

— Perdoe-me — pedi de todo meu coração.

— Não! Chega! Todos os homens que se atreveram entrar no meu caminho, sem minha escolha, me machucaram terrivelmente. Você teve de mim total atenção, fidelidade, compromisso e mostrei a você que não sou uma garotinha como diz minha idade, deveria ter confiado em mim, na mesma medida que confiei em você!

Ela fez menção de ir embora, mas a segurei, com raiva ou sem raiva nos vamos conversar.

— Eu confio em você. — A segurei em meus braços, o mais seguro que conseguiria para não a machucar.

— Palavras nunca determinaram um homem, mas as suas ações... elas dizem quem você é. ME SOLTE!

Ela estava me deixando louco com sua rigidez, teimosia, inflexibilidade. Estava começando a ficar desesperado ao notar que eu realmente havia a ferido de forma profunda e talvez irreversível.

— Me diga — falou, se remexendo para fugir de meus braços. — Como se sentiria se sua amada, Violet, tivesse um plano igual ao que você tinha comigo, o que faria?

— Ela nunca faria tão coisa — expliquei a mantendo firme contra meu corpo. — Ela era a pessoa mais leal que conheci na vida, logo depois... eu conheci você.

— ... e fez o favor que destruir tudo. — Os olhos dela ficaram cheios de lagrimas, mas nenhuma caiu. — Estou cansada de me relacionar com coração. De agora em diante, minha razão será meu guia.

— Sinto sua falta — aproximei minha boca da dela. — Sinto muito sua falta. — enfiei minha mão em seus cabelos macios. — Tente me perdoar, e volte para mim. Volte para mim, Irina.

Encaixei minha boca na dela, um beijo apertado para que ela não desviasse, não recusasse. Eu queria aquela boca na minha, queria seu sabor e calor. É tão macia e gostosa de provar. Movi meus lábios contra os delas. Irina tentava golpear contra mim, mas a coloquei contra a parede e aprofundei meu beijo.

Eu estava morrendo de saudade, desesperado por seus carinhos, angustiado por seu perdão, enlouquecendo de desejo e não a conseguir ter em minhas mãos – como tão facilmente era.

Mas ela não queria nada de mim, nem mesmo a proteção que amava ter. ela queria um marido para se livrar de seu tutor.

Irina estava machucada, ela já chegou em minha vida assim, queria alguém cem por cento para ela, era o mínimo que Irina merecia depois de tudo o que fizeram com ela. Mas eu não fui essa pessoa. E me arrependendo profundamente de ter sido semelhantes aos outros.

Quando ela parou de tentar me machucar, senti que suas forças foram embora e agarrei contra meu corpo, com um beijo profundo e duro.

No entanto, ela soube se defender dos meus abusos, mordeu com força meu lábio inferior ao ponto de arrancar sangue.

A soltei quando não aguentei a dor. tentei conter o sangramento colocando a minha mão sobre a ferida. Ela cuspiu sangue, me olhando com ódio.

— Fui bem clara! Não me toque sem meu consentimento!

A porta foi aberta pelo lado de fora e Russel entrou notando imediatamente a cena.

— Acho melhor vocês se acalmarem antes e depois tentar conversar. — Aconselhou.

— Saia e feche a porta — pedi, pegando um lenço do meu bolso, tentando estancar meu sangramento.

— Não! — Irina ordenou. Ela olhava pra Russel com um interesse estranho. — Entre e feche a porta, Russel.

Ele fez o que ela mandou, afinal, apensar de tudo, ela era a dona.

— Gostaria que fizesse alguns serviços. — Ela limpou o meu sangue que tinha no canto de sua boca. — Encontre um lugar seguro para Raquel. Eu sei que Vladmir adora atenção de todas, mas se quiser atenção de sua protegida, que seja longe da minha casa. E coloque alguém de confiança para a segurança e vigilância de cada passo que ela der.

— Sim, farei isso.

Me tornei seu mero espectador.

— Quero também que deixe bem claro, para todos os seguranças e empregados da casa, que a presença dela aqui, não faz nenhuma diferença, então não preciso que ela volte.

— Certo. Mais alguma coisa?

— Vladmir está proibido de chegar perto de mim. Caso o veja tentar alguma aproximação física, seja ela qual for, quero que tome as medidas corretas. O mantenha longe de mim imediatamente.

Russel me olhou intrigado, no fundo ele estava adorando meu castigo. Ele havia me aconselhado várias vezes que o plano era falho, que o correto era contar tudo para Irina, vendo tudo o que falou se tonar minha punição, ele estava adorando.

— Farei o meu melhor — disse, o novo cão de guarda. Cretino! — Vou providenciar a mudar da Senhora Raquel.

Ele estava indo à porta quando Irina deu sua última ordem.

— Tem mais uma coisa.

Olhei sentindo uma sensação péssima.

— Qual seria? — Russel estava pronto para tudo.

— Quero que fique do meu lado e mantenha minha segurança o mais fechada possível. Está disposto a qualquer coisa?

Sim, ela iria fazer o que estava pensando.

— Irina, não ouse...

— Claro que farei. — Russel me cortou.

— Ótimo. Então vamos marcar um jantar, eu e você, preciso conversar a sós. — Ela me olhou.

— Qual seria o assunto?

— Nosso casamento. 

BONECA RUSSAWhere stories live. Discover now