Capítulo 7

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Rei

00:01hrs, sábado

Rei: Parabéeeens pra vocêeee, nessa daaata queriidaaaa, muiiitas feeeelicidadees, muiiitos aaanooos de vidaaaa.. - cantei baixinho no ouvido da Maria que me abraçou com os olhos fechados - Tá ficando velhinha, quase uma idosa já - ela deu risada e mordeu meu ombro.

Letícia disse que ia dormir porque tava cansada e eu fui pro baile, mas não consegui beber, nem tava muito afim de ficar lá, eu queria mermo era tá aqui com a minha loirinha.

Assim que deu onze e cinquenta já fiquei agoniado com medo de não chegar aqui a tempo. Falei pra os muleque que ia embora e vim, cheguei em sete minutos, abri a porta devagar, entrei e esperei dá meia noite pra cantar os parabéns dela.

Maria Letícia tá mais ou menos acordada, ela me apertou mais e eu ri.

Rei: Acorda, é teu aniversário - alisei o rosto dela - Quer o quê de presente?

Maria: Dormir de conchinha - sorri - Quando eu acordar direito pergunta de novo tá? - assenti.

Rei: Vou só tomar banho - ela me soltou - Fica acordada.

Levantei indo tomar banho, peguei uma roupa levando pro banheiro e logo entrei debaixo do chuveiro sentindo a água quente, mexi no bagulho mudando a temperatura da água, terminei e me enxuguei, vesti a cueca e o short, sai e apaguei a luz.

Letícia tava sentada mexendo no celular, ela sorriu pra tela e eu fiquei observando, ela ria e as vezes ficava séria do nada, as vezes resmungava e do nada tava querendo chorar.

Rei: Pronto, quer fazer o quê?

Maria: Dormir, dormir muito - assenti - Eu pensei que não ia tá aqui pra ser o primeiro a me dar parabéns.

Rei: Eu sempre vou tá aqui, se liga - bati na testa dela - Eu te amo, mesmo sendo feia - rimos - Daqui cinquenta anos vou tá falando isso pra tu, assim como estamos agora, cê é a pessoa mais importante da minha vida, quero pra sempre comigo, desejo toda a felicidade do mundo pra tu, tá bom? - ela assentiu toda boba - Nunca vou te deixar - abracei ela.

Letícia ficou quietinha e quando vi a menina já tava chorando, eu ri dela que me bateu braba. O nariz dela tava todo vermelho e as bochechas também, sorri enxugando as lágrimas dela.

Rei: Tá toda vermelha, cara - falei rindo - Para de chorar, muito besta tu.

Maria: Não consigo - choramingou.

Rei: Boba - beijei a bochecha dela.

Maria: Não fala mais nada se não vou derreter aqui - gargalhei.

Rei: Tá bom, não falo - ela assentiu - Sabe o que tô pensando? - perguntei sabendo que era óbvio que não.

Maria: Não, o quê? - falou baixinho.

Rei: Meu pai falava que quando eu e o Nando tínhamos um ano ele queria trocar a gente, tipo, trazer o Nando pro Brasil e me mandar com minha tia pra França.

Maria: Não teríamos nos conhecido..

Rei: Talvez tivesse, só que muito tempo depois, ainda bem que a Fabíola não deixou - ri de lado.

Maria: Não teríamos essa conexão que a gente tem - balancei a cabeça - Por que tá pensando nisso?

Rei: É que é estranho uma decisão tão pequena mudar tanto a vida de alguém, né?

Maria: Sim, e essa mudaria muita coisa..Me diz por que ele queria trocar?

Rei: O Caçula tava piorando, a doença dele tava avançando e a tia Glória não tava sabendo lidar, pensei que já tivesse te contado a história toda - mexi nos cachos dela.

É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪Where stories live. Discover now