Rei
00:01hrs, sábado
Rei: Parabéeeens pra vocêeee, nessa daaata queriidaaaa, muiiitas feeeelicidadees, muiiitos aaanooos de vidaaaa.. - cantei baixinho no ouvido da Maria que me abraçou com os olhos fechados - Tá ficando velhinha, quase uma idosa já - ela deu risada e mordeu meu ombro.
Letícia disse que ia dormir porque tava cansada e eu fui pro baile, mas não consegui beber, nem tava muito afim de ficar lá, eu queria mermo era tá aqui com a minha loirinha.
Assim que deu onze e cinquenta já fiquei agoniado com medo de não chegar aqui a tempo. Falei pra os muleque que ia embora e vim, cheguei em sete minutos, abri a porta devagar, entrei e esperei dá meia noite pra cantar os parabéns dela.
Maria Letícia tá mais ou menos acordada, ela me apertou mais e eu ri.
Rei: Acorda, é teu aniversário - alisei o rosto dela - Quer o quê de presente?
Maria: Dormir de conchinha - sorri - Quando eu acordar direito pergunta de novo tá? - assenti.
Rei: Vou só tomar banho - ela me soltou - Fica acordada.
Levantei indo tomar banho, peguei uma roupa levando pro banheiro e logo entrei debaixo do chuveiro sentindo a água quente, mexi no bagulho mudando a temperatura da água, terminei e me enxuguei, vesti a cueca e o short, sai e apaguei a luz.
Letícia tava sentada mexendo no celular, ela sorriu pra tela e eu fiquei observando, ela ria e as vezes ficava séria do nada, as vezes resmungava e do nada tava querendo chorar.
Rei: Pronto, quer fazer o quê?
Maria: Dormir, dormir muito - assenti - Eu pensei que não ia tá aqui pra ser o primeiro a me dar parabéns.
Rei: Eu sempre vou tá aqui, se liga - bati na testa dela - Eu te amo, mesmo sendo feia - rimos - Daqui cinquenta anos vou tá falando isso pra tu, assim como estamos agora, cê é a pessoa mais importante da minha vida, quero pra sempre comigo, desejo toda a felicidade do mundo pra tu, tá bom? - ela assentiu toda boba - Nunca vou te deixar - abracei ela.
Letícia ficou quietinha e quando vi a menina já tava chorando, eu ri dela que me bateu braba. O nariz dela tava todo vermelho e as bochechas também, sorri enxugando as lágrimas dela.
Rei: Tá toda vermelha, cara - falei rindo - Para de chorar, muito besta tu.
Maria: Não consigo - choramingou.
Rei: Boba - beijei a bochecha dela.
Maria: Não fala mais nada se não vou derreter aqui - gargalhei.
Rei: Tá bom, não falo - ela assentiu - Sabe o que tô pensando? - perguntei sabendo que era óbvio que não.
Maria: Não, o quê? - falou baixinho.
Rei: Meu pai falava que quando eu e o Nando tínhamos um ano ele queria trocar a gente, tipo, trazer o Nando pro Brasil e me mandar com minha tia pra França.
Maria: Não teríamos nos conhecido..
Rei: Talvez tivesse, só que muito tempo depois, ainda bem que a Fabíola não deixou - ri de lado.
Maria: Não teríamos essa conexão que a gente tem - balancei a cabeça - Por que tá pensando nisso?
Rei: É que é estranho uma decisão tão pequena mudar tanto a vida de alguém, né?
Maria: Sim, e essa mudaria muita coisa..Me diz por que ele queria trocar?
Rei: O Caçula tava piorando, a doença dele tava avançando e a tia Glória não tava sabendo lidar, pensei que já tivesse te contado a história toda - mexi nos cachos dela.
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É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪
Teen FictionSempre foi você, por isso nunca consegui me apaixonar de verdade, era você, tinha que ser.