Capítulo 102

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Malu

18:48hrs, terça-feira

Eu tava sozinha.

Sozinha mesmo, não tinha mais família.

Meu único parente vivo era o tio Pedro, eu sei que ele merecia aquilo, a morte.

E talvez nem merecia não é?

Mexeram com a família dele e ele só quis fazer o mesmo com os culpados, o erro dele foi não ter matado o loiro e a cabeça de ouro, era só matar eles e fugir pra bem longe, teríamos uma chance de recomeçar.

"Cabeça de ouro".

Eu não entendia porque chamavam ela assim até um tempo atrás, depois descobri que ela valia muito.

Se meu tio tivesse matado ela poderíamos fugir..

Mas tudo acontece por um motivo, e eu nem sei se ia querer ir pra longe com ele.

Comecei a gostar muito do loiro e até da Fabíola, eu sempre quis ajudá-los, eu gostava muito do loiro e era horrível ver ele sofrer, eu nem sei porque me apeguei tanto, era só mais prisioneiro do tio Pedro.

Mas agora não é hora de pensar nele, eu decidi que vou embora, pra longe.

Tenho uma madrinha no Canadá, ela era amiga da mãe do Prego, daí eu não sei como virou minha madrinha e ela sempre que pode me ajuda, sei que vai me aceitar lá.

Já comprei minha passagem e agora é só esperar o dia de ir, decidi também que não vou falar nada pra ninguém, porque se eu contar talvez seja difícil a despedida.

Eu não queria deixar o Gabriel pra trás, mas acho que ele não vai querer deixar o morro.

Ele tá tomando de conta por enquanto, o Moreira vai ver o que fazer, o sobrinho dele que matou meu tio, então o Rei é o dono.

Mas tenho certeza que ele não vai querer mudar lá pro Santa Marta e tomar de conta de tudo, ele não quis nem o que era do pai dele.

O Moreira pediu pro Branco ficar lá por enquanto, foi ideia do loiro, por enquanto vai ficar assim.

Eu ouvi uma conversa e parece que eles querem que um tal de Maicon seja o sub ou então um cara que chamam de batata, não sei.

Agora eu tô no shopping comprando algumas coisas pra levar pro Canadá, ainda nem falei com minha madrinha, acho que é medo dela não aceitar que eu vá, sei lá.

Tava distraída olhando as mensagens no celular e acabei batendo numa mulher que carregava um bebê.

Carla: Ai moça, desculpa - me encarou sem graça e eu sorri fraco.

Malu: Não foi nada, eu tava distraída, não te vi - peguei meu óculos que tinha caído no chão.

Carla: Quebrou? - neguei - Tem certeza?

Malu: Tenho, tá de boa - resmunguei reparando se não tinha quebrado mesmo - Desculpa mais uma ve..- parei de falar olhando o bebê - Gael..

O neném olhou pra mim e sorriu batendo as mãozinhas, sorri pra ele que deu risada soltando umas palavras na língua de bebês.

É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪Where stories live. Discover now