Rei
05:58h, segunda-feira
Lili cantou.
Finalmente tô livre dessa prisão.
Pelo amor de Deus, me lembrem de nunca mais bancar o herói.
Maria: Tudo pronto, vamo? - me olhou sorrindo e eu assenti pegando as muletas.
Rei: Cadê a Leonor?
Maria: Tá cuidando do paciente aí da frente - colocou a mochila nas costas - Por quê?
Rei: Não veio aqui ainda, achei estranho - cocei a nuca levantando da maca e ajeitei minhas novas pernas.
Maria: Ah tá - fez uma cara de quem não acreditou no que eu disse.
Ela abriu a porta e deu espaço pra eu passar primeiro, ainda tava me acostumando a usar esse bagulho e as vezes andando mais devagar que lesma.
Tive que comprar uma cadeira de rodas também, meu braço ainda tá um pouco fodido e ficar forçando ele com a muleta não é bom.
Posso acabar voltando pra essa merda de hospital.
Assim que a Letícia fechou a porta do quarto a enfermeira chata apareceu no corredor, ela me olhou soltando um sorriso e eu encarei ela serin.
Leonor: Já vão?
Maria: Sim, esse homem não aguenta mais esse lugar, nunca vi ele arrumar tudo tão rápido - riu.
Leonor: Vão com Deus, cuida dele - a minha namorada assentiu sorrindo e a Leonor abraçou ela de lado - Bom te ver melhor - olhou pra mim.
Rei: Valeu, fé aí pra tu - ela só balançou a cabeça e eu virei pra sair dali.
Leonor: Talvez eu vá sentir falta de você aqui - ela disse me fazendo soltar um risada anasalada.
Rei: Talvez eu sinta também, do hospital não, só de uma velha chata que tem por aqui - eu virei olhando ela que riu negando - Bora, amor.
Maria: Vamos..
Leonor: Tchau - ela disse e saiu em seguida indo pro fim do corredor.
Maria: Eu sabia que você gostava dela - disse atrás de mim.
Rei: Cala a boca, linda, eu nem falei nada - olhei de canto pra ela que abriu a boca indignada me fazendo sorrir - É não, pode falar, eu nem ligo.
Maria: Doido pra levar uns tapas, só tô observando - estreitou os olhos e eu sorri de lado.
Seria um honra apanhar dessa mulher, eu nem iria reclamar não, deixava bater.
Saímos do hospital e fomos em direção ao carro do Fernando que já tava ali estacionado, ele olhou pra gente com uma cara de sono enorme e eu ri sabendo que já ia ser xingado sem ter culpa de nada.
Caçula: Olha, namoral, seis hora da manhã, cara? - ele disse saindo do carro - Que desgraça - me olhou e eu dei risada.
Rei: Se ficar puto é pior - cantarolei vendo ele sério.
Ele ajudou a Letícia colocando as coisas no porta malas e ela agradeceu sorrindo, ela abriu a porta me ajudando a entrar e entrou em seguida colocando muletas no chão do carro.
Caçula: Vão ficar na tua casa, Lê? - olhou pelo retrovisor.
Rei: Por que falou normal com ela e comigo foi grosso? - indaguei olhando pra ele.
Caçula: Porque ela é educada e linda - arrancou com o carro.
Rei: E eu sou feio?
Caçula: Todo mundo sabe que sempre tem um gêmeo que é feio - ele riu anasalado e eu fiquei quieto pra não ficar estressado logo de manhã.
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É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪
Teen FictionSempre foi você, por isso nunca consegui me apaixonar de verdade, era você, tinha que ser.