Mr
05:48h, terça-feira
Ajeitei os fones no ouvido e tomei um gole da minha água diminuindo a velocidade dos meus passos.
Cinco voltas completas na quadra, tá ótimo não tá?
Acordei cedo pra caralho hoje, não tenho nada de importante pra fazer e era pra tá jogado na minha cama, mas não rolou.
Deu quatro horas eu já tava acordado, era a hora que o desgraçado do Prego ia me atormentar, acostumei de um jeito foda acordar esse horário.
Vim correr um pouco, era costume de antes e acho que agora seria bom retomar.
Sai de casa cinco horas e agora são quase seis, já tem um monte de gente nas ruas, muitos deles começam a trabalhar bem cedo.
Kj: Aí, Mr - ouvi o moleque me chamar e olhei pra trás vendo ele junto com o Pedrin.
Mr: O que tu manda? - indaguei quando ele se aproximou.
Kj: Moreira falou que tu tá por dentro da troca de rota das cargas - assenti - A gente precisa de uma ajuda tua, amanhã eu vou lá pegar a parada.
Mr: Não era o Farpa?
Kj: Era, mas aconteceu não sei o que com um parente dele, acho que foi de arrasta - passou a mão no rosto - Vamo lá amanhã?
Mr: Que horas?
Kj: Nove. Nove né? - encarou o outro que tava paradão ali.
Gusmão: Sete e meia, se liga - resmungou.
Mr: Fechô - fiz toque com ele que agradeceu prometendo uma cerveja.
Kj: Aí, tu tá velho pra tá correndo desse jeito não? - indagou e eu levantei as sobrancelhas.
Mr: Tem medo de um sacode não? - resmunguei puto e bati na cabeçona dele voltando a correr.
Velho.
Ver se pode.
Velho o caralho, fiz nem quarenta.
Eu tenho cara de velho? Acho que não.
Tudo bem que tô descuidado agora, passei muita coisa no último ano, mas pô, eu continuo sendo O cara.
Mr: Ai, caralho - eu xinguei assim que bati na mulher sentindo uma uma queimação na minha pele.
Carla: Deus! - ela suspirou - Desculpa, eu juro que não te vi - tentou limpar minha camisa com o guardanapo em sua mão deixando uma sacola de pão na outra.
Mr: Cara, que vontade de te matar - ralhei empurrando a mão dela tirando a camisa molhada em seguida.
Carla: Desculpa - repetiu olhando onde tinha molhado - Merda, eu deveria prestar mais atenção - coçou a nuca e abaixou pegando o celular dela que eu nem notei no chão.
Torci minha camisa e passei na barriga, tava vermelha e com uma ardência por conta do líquido quente que caiu em mim.
Mr: Quem anda apressada desse jeito com um copo desse tamanho de chá fervendo? É claro que ia dá merda - bufei.
Carla: É que eu..
Mr: Cê não pensa não? - ajeitei a postura e ela encolheu os ombros olhando pro chão.
Carla: Eu juro que não vai acontecer de novo - olhou pra mim - Desculpa tá?
Mr: Tá, toma cuidado, cara - ela assentiu - Desculpa também, mas a culpa foi tua, tô sendo educado - ela soltou um riso anasalado e eu revirei os olhos.
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É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪
Teen FictionSempre foi você, por isso nunca consegui me apaixonar de verdade, era você, tinha que ser.