Capítulo 145

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Gata

09:55hrs, quinta-feira

Foram dezesseis horas sofrendo pra por pra fora uma criança, cara, dezesseis horas.

Eu juro que queria dizer que foi o melhor dia da minha vida, mas não dá, não posso mentir.

Foi o pior dia sim, a dor insuportável, o sofrimento pra ter o meu bebê, o desespero quando a doutora disse que ele não tava respirando.

Pensei que ia perder ele antes mesmo de ouvir seu chorinho, pela primeira vez eu tive muito medo, pavor..

Domingo quando senti as dores fiquei assustada, ainda faltava uma semana pro Miguel nascer, eu tava preparada mas ao mesmo tempo eu tava surpresa por ser mais cedo.

Foram as piores horas pra mim e pro Terra, chegamos no posto e só tinha um médico, ele tava fazendo uma cirurgia e tive que esperar duas horas pra ser atendida, minha barriga doía e eu sentia que tinha alguma coisa errada, eu sentia meu bebê pedir socorro, sei lá, foi estranho.

O médico disse que passou da hora do Miguel nascer, eu não entendi nada porquê tava tudo certinho. Quer dizer, achei que tava.

Meu filho nasceu tão roxinho, ele não chorou e já tava sem respirar, eu pirei, entrei em pânico.

Pior foi o Brenner, não gosto nem de lembrar, foi difícil e doeu pra caramba.

Hoje estamos bem, estamos vivos e com saúde, pude ver o Miguel ontem, e mano, ele é tão perfeitinho, eu e o Terra trabalhamos bem de mais.

Olhei pro meu marido dormindo na poltrona todo torto e sorri de lado, ele tava tão cansado, tadinho.

Ouvi uma batida na porta e falei um "entra" bem baixinho, a minha prima colocou a cabeça pra dentro do quarto e sorriu vindo junto com uma enfermeira.

Olhei pra ela abaixando o olhar pra os seus braços, a mantinha azul com o nome do Miguel me chamou atenção e eu sorri grande olhando meu bebê.

Gata: Ficou lindo - minha prima riu.

Yasmin: Eu sei, arrasei de mais - jogou beijo.

Gata: Me dá ele aqui - ela veio colocando ele no meu colo.

Fabiany: Ele precisa mamar, quer ajuda? - eu neguei.

Gata: Acho que consigo fazer sozinha - ela assentiu ficando perto e eu me ajeitei.

Era doloroso amamentar, quem romantiza isso tem problema, sério mermo.

Era bonito não nego, tinha sim algo especial e parecia ser mágico, a conexão entre o bebê e a mãe era uma coisa tão incrível, ainda mais quando o carinha me olha com os olhos pequenos e segura meu dedo..

Mas dói.

O jeito que ele suga meu seio matando sua fome me faz pensar que nunca mais vou querer que o Brenner goze dentro.

Yasmin: Prima? - ela resmungou me olhando de canto.

Gata: Oi - olhei pra ela mas logo olhei o Miguel que resmungava.

Yasmin: Tem uma pessoa querendo te ver, eu ajudei ela entrar no morro sem chamar atenção, mas.. aí Cami, desculpa - encarei ela de novo.

Gata: Quem é?

Yasmin: Promete não ficar brava? Promete não brigar comigo?

Gata: Quem é, Yasmin?

Yasmin: É a Mia, ela tá aí no corredor - engoli seco.

É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪Where stories live. Discover now