Capítulo 147

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Rei

07:03hrs, domingo

Maria: O que tá acontecendo? - ela perguntou assim que eu abri a porta do banheiro.

Coloquei o fuzil atravessado e peguei meu revólver colocando as balas, ela me encarou sentando na cama e passou a mão na testa toda perdida.

Rei: É só um cara subindo com a tropinha dele - peguei meu rádio.

Maria: Que cara?

Rei: Um aí que meu tio arrumou treta, a carga do cara foi roubada e ele acha que foi o Moreira - fui até ela - Vou descer, te amo.

Maria: Amor..

Rei: Relaxa, não sai de casa, volta a dormir - beijei a cabeça dela e sai sem dar tempo pra ela brigar.

O dia mal tinha começado e eu já tava estressado, uns cara vieram atrás da carga roubada e eu que me fodo.

Os melhores vapores do tio Denis resolveram encher o cu de álcool ontem e agora não dão conta de nada.

Ainda bem que tem uma equipe daora pronta pra essas parada que acontece do nada, os escalados da noite tão tudo cansado de passar a madrugada toda trabalhando, mas tão tudin botando a cara pra vencer mais essa.

Até o pau no cu do Fabin ta na ativa, foi o primeiro a dizer que tava pronto.

Farpa: Eu dormi numa casa que não é a minha e acordei escutando uns pipoco, alguém explica? - falou rindo no rádio ainda bêbado.

Moreira: Eu devia mandar vocês tudin pra vala, porra.

Caçula: Aí tio, tem uma mina na tua sala, disse que só sai daqui se o senhor vier conversar com ela.

Moreira: Manda tomar no cu.

Ri ouvindo o Nando xingar e meu tio sumiu não falando mais nada, desci tranquilo até uma parte onde tava de boa, cheguei mais em baixo e tava uma confusão do carai.

E lá se vai mais um dia de trocação, já perdi as conta faz é tempo de quantas vidas eu já tirei.

As vezes a culpa bate, sério mermo.

Mas aí lembro que é eles ou eu, prefiro muito mais a minha vida.

O bagulho apertou quando vi que tinha muita gente ainda do outro lado, suspirei passando a mão no rosto e fui pra cima.

Ganhar essa porra é o foco, mas pra mim o mais importante é sair vivo pra Maria não querer me matar depois de morto.

Tava atirando em tudo que é maluco que aparecia, tava nem vendo onde, só ia.

Me assustei quando uma bala bateu na parede perto de mim e abaixei de uma vez respirando ofegante.

Porra.

Já falei que não sirvo pra essa vida perigosa.

Avistei meu tio de longe e balancei a cabeça sorrindo orgulhoso, o jovem senhor meteu bala em uns cinco que tava na cola dele.

Moreira: Rei, tá ouvindo?

Rei: Fala - peguei o rádio aproximando do rosto.

Moreira: Passa pelo beco dois e sai na rua três, chegando na esquina tu vai virar pra direita e entrar num barraco da porta verde, tendeu?

Rei: Entendi - tentei guardar tudo na mente indo fazer o que ele disse.

Cheguei no local e entrei onde meu tio mandou, acendi a lanterna do celular e procurei o interruptor acendendo as luzes.

É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪Where stories live. Discover now