Capítulo 72

455 14 2
                                    

Natália

08:43hrs, sexta-feira

Eu sabia que ia morrer ali, mas eu ainda tinha esperança de sair viva. Desde ontem aqui e o Moreira ainda não tinha matado nenhuma de nós, era uma puta tortura.

Me assustei com ele gritando, encolhi os ombros abaixando a cabeça.

Farpa: Mas tu já tá chorando? - debochou olhando pra Vanessa que chorava alto balançando a cabeça - A gente nem te tocou ainda.

Vanessa: Por favor, me deixem ir, por favor - pediu.

Maicon: Tu deixou a Maria ir?

Vanessa: Não, mas..- sua voz falhou - Isso tudo é culpa tua - me olhou.

Natália: Não te obriguei a nada - gritei - Tu quis participar daquilo, tu quis - apontei.

KJ: Como são amigas unidas, tô com inveja - sentou na cadeira a nossa frente - Quem vai ser a primeira? - encarou o Moreira.

Moreira: Deco - gritou.

Deco: Tu me ama muito né cara - colocou só a cabeça pra dentro da sala - Fala aí.

Moreira: E, V, J e H, escolhe uma letra aí.

Deco: Eu achei que eu mexia com armas, não com alfabeto - os cara tudo sorriram achando graça não sei do quê.

Gusmão: Vai logo, quero ver sangue - me senti enjoada pra caralho.

Deco: Qualquer uma cara, sei lá, J.

Olhei pra Juliana, ela era minha melhor amiga, comecei a chorar negando.

Natália: Não, ela não, por favor - gritei chorando, eu não queria ver ela morrer.

Moreira: Aí, a vadia ama a amiguinha dela, legal - sua voz grossa me fazia tremer.

E ter medo.

Moreira: Pega a ruivinha aí - apontou - Tão bonita, que pena ter que acabar com esse rostinho - levantou.

A Juliana não falou nada, nem pediu pra ficar viva, ela sempre assumia os erros, e ela sabia que isso era um erro que não ia ser perdoado.

Eles amarraram ela numa mesa grande, maior que a Juliana, eu fechei os olhos com força, não ia aguentar ver aquilo.

Um dos meninos bateu nela e ela gritou chorando muito, balancei a cabeça ouvindo ela gritar, sua voz ficando fraca aos poucos, sacudi a cabeça colocando as mãos nos ouvidos, o grito fino que saiu da boca dela invadiu minha mente e eu desmaiei.

Acordei ela tava em pé, seu rosto irreconhecível, ela ainda tava viva, toda machucada. Ela chorava, todas choravam.

Moreira: Tu é fraca hein - bateu de leve no meu rosto - Atira - me deu uma arma.

Natália: Eu não vou matar minha amiga - falei quase sem voz - Tu me deu uma arma, e se eu..

Moreira: Nega acha que sou idiota igual ela - riu debochado - Barata?

É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪Onde histórias criam vida. Descubra agora