É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪

Capítulo 61

Maria Letícia

08:32hrs, quarta feira

Deixei meus sobrinhos na casa do Nando e desci pra casa, Giovana tava com a Carla no hospital junto com a tia Cassie e a Carolina, liguei pro Felipe pedindo pra ele me buscar em casa e me levar no hospital, tinha que assinar uns papéis, ouvir o que os médicos tinham pra falar e saber de atualizações sobre o caso da minha mãe.

Tive que dormir na casa da Gio com ela, a garota tava toda assustada e vivia chorando, a gente conversou bastante e até que ela conseguiu ficar mais calminha.

Ah, Lucas tá morto.

Moreira fez questão de torturar ele até que estivesse pertinho da morte, e aí o queimou ainda vivo.

Giovana não quis nem saber o que tinha acontecido lá, eu também nem tava muito afim, mas o Felipe é mó fofoqueiro e me contou tudinho.

Caçula arrebentou o cara na porrada, só parou quando o Lucas desmaiou e tiraram ele de cima do filho da puta.

Giovana tá mais tranquila, pelo menos esse homem não vai mais atormentar minha irmã, ele ainda tentou se explicar dizendo que queria só dar um susto nela.

Aí, namoral, eu preciso de férias dessas férias. Tô cansada de tanta coisa na minha cabeça, e nem são problemas fáceis de resolver, a ansiedade tá voltando com tudo tomando conta de mim e eu tô de saco cheio de fingir que tô bem, de vez em quando me pego chorando do nada. Tô esgotada.

Já tava no hospital do lado do Felipe que estava com a mão na minha cintura, o médico da minha mãe falava e eu só tava prestando atenção nas partes ruins.

A doença dela tá sendo curada, o tratamento indo bem, melhor do que o esperado, mas o médico disse que há possibilidade dela acordar sem memória porque a pancada na cabeça foi forte afetando uma parte do cérebro.

Eu tava pensando muito em ter que lidar com ela sem memória, eu não consigo agir como se nada tivesse acontecido e ela vai me questionar sobre, eu não vou querer dizer o quanto ela fez mal porque vou sentir pena dela.

Maria: Obrigada, tenha um bom dia - falei me despedindo do doutor indo pra fora da sala.

Rei: Ei, cê tá bem? - segurou meu queixo levantando minha cabeça.

Maria: Sim, eu tô bem - fechei os olhos sentindo seus lábios na minha testa - Vamo ver ela comigo?

Rei: Eu tenho um bagulho pra resolver..- suspirou pesado - Vai demorar lá?

Maria: Não, mas pode ir então - comecei a andar no corredor - A gente se ver depois - ele segurou minha mão andando comigo até o quarto da Carla.

Rei: Avisa quando for embora - assenti - Fica bem - beijou minha bochecha.

Maria: Tá bom, tchau - abracei ele rapidinho e entrei no quarto, ele me olhou e saiu indo embora, fechei a porta olhando pra Carla.

Carolina tava sentada na poltrona, ela me encarou como sempre e eu virei o rosto, a gente sempre foi afastada, mas eu ainda chamava ela de tia, depois do que aconteceu entre meus pais não nos falamos mais e passou a ser só Carolina pra mim.

Até o ocorrido com a Carla a gente nem se via, agora é estranho ter que falar com ela.

Carolina: Bom dia, a Cassandra tá na lanchonete com a Giovana Maria - balancei a cabeça.

Maria: Bom dia, tudo bem?

Carolina: Sim, você tá bem? - assenti indo sentar na poltrona do outro lado da maca - A Cris vem daqui a pouco junto com a Camile - me encarou séria.