Capítulo 167

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Malu

16:46, domingo, dezembro

Entrei no carro do Gabriel e passei o cinto no meu corpo encarando a rua, suspirei encostando a cabeça no banco e ele arrancou com o carro subindo os vidros.

Branco: Prefere comer enquanto conversamos ou primeiro comemos e depois conversamos?

Malu: Tanto faz - resmunguei olhando minha unha - Podemos comer no Bin?

Branco : Pode ser - olhou pra mim e depois pra rua - Olha..

Malu: Depois, Gabriel - interrompi ele.

Conversar agora seria um erro, eu com fome sou chata, impaciente e grossa.

Ele balançou a cabeça e continuou a olhar pra rua atento ao trânsito. O caminho não era longo, mas agora parece que não tem fim, o que ataca minha ansiedade num nível jamais visto.

Eu e o Gabriel estávamos ficando com muita frequência depois da primeira vez, mas tem duas semanas que nós brigamos e ele começou a me evitar.

Talvez, só talvez, eu tenha evitado ele primeiro.

Malu: Posso mexer aqui? - perguntei olhando pra ele - Vou conectar no meu celular - ele assentiu sem desviar o olhar da rua.

Coloquei uma música num volume baixo e encostei a cabeça no banco, respirei fundo e soltei o ar devagar batendo as unhas na tela do celular.

Assim que chegamos eu desconectei tirando a música e sai do carro, o Branco me olhou inteira e saiu na frente me fazendo revirar os olhos e seguir ele.

O Gabriel pediu nossos lanches enquanto eu tava quietinha com meus pensamentos todos brigando por espaço na minha cabeça.

A real é que eu tô apaixonada pelo meu amigo de infância e não sei como agir nessa situação, pode parecer besteira, ou não, mas eu não sei como lidar com isso.

Nunca senti por ninguém o que ele me causa, fiquei com medo desse tanto de sentimento novo e acabei fugindo, comecei ignorando mensagem, ligação, evitei ver ele.

Não sei mesmo o que devo fazer, achei que ia querer me jogar de cabeça e deixar rolar, mas eu tô assustada e com medo de não ser pra ele o mesmo que é pra mim.

Acho que tenho medo de amar demais.

Engoli seco olhando as pessoas das mesas aos lados, alguns sozinhos, mas a maioria em grupos pequenos ou casais.


Suspirei desviando totalmente a atenção pra o homem na minha frente.

Branco: Quer? - ofereceu o molho e eu assenti.

Malu: Obrigada - peguei colocando no meu hambúrguer.

A gente comeu sem trocar uma palavra, talvez ele esteja querendo me dar espaço e tempo pra pensar, mas eu acho que tá piorando tudo.

Porque se eu penso demais minha cabeça vira de ponta cabeça e eu começo a falar sozinha pra tentar encontrar uma solução pra tudo, e falar sozinha me ajuda a organizar minhas ideias, o que é bem estranho.

É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu