É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪

Capítulo 149

Mob

Dois meses depois

Sábado, outubro

Meu relacionamento com a Helena começou meio do nada, ela tinha problema em casa e sempre tava pela quadra sozinha, sentava na arquibancada e ficava horas com a cara enfiada em algum livro.

Eu ficava observando ela da minha janela, achava ela muito bonita e nunca tinha coragem de descer lá pra conversar com ela, eu me apaixonei pela beleza dela, as vezes ficava na varanda esperando por horas, só pra ver ela no mesmo lugar de sempre.

Eu não ia falar com ela, achava interessante não saber nada dela, eu não sabia nem seu nome, mas um dia eu tive que ir.

Tinha um cara gritando com ela, ele tava brigando por algo que a Helena tinha que fazer em casa e não fez, tava transtornado.

Confesso que não ia me meter, não sabia do que se tratava aquilo e tive receio, mas na hora que ele tocou nela eu virei outra pessoa, fui voado até lá e parti pra cima do cara.

Era o padastro dela.

Fiquei sabendo que ele já vinha batendo nela a um tempo, ele queria que ela fizesse algo e as vezes a garota não fazia, ele descia a mão nela. Tinha vezes que não havia motivo, ele só fazia pra mostrar que era mais forte que ela.

No dia que eu o enfrentei foi por impulso, mas não me arrependo, defendi ela e ele levou uma surra bem dada, chegou bem perto da morte, teria ido pra o quinto dos infernos se não tivessem me tirado de cima dele.

Eu tava cego de raiva, queria matar ele, pela primeira vez eu queria ver o sangue de alguém nas minhas mãos.

Assim como agora.

Tô a meia hora andando de um lado pro outro, a Helena tá chorando jogada no chão e na minha cabeça só passa uma coisa, achar o filho da puta e acabar com ele.

Mob: Helena, olha aqui pra mim - fui até ela segurando seu rosto com as duas mãos - Eu sei que tu sabe onde ele tá - ela negou - Não mente, ele tem que pagar.

Helena: Se tu for ele vai matar minha mãe - soluçou - Eu não quero que ela morra, ela não tem culpa de nada - fechou os olhos jogando a cabeça pra trás fazendo bater na parede.

Mob: Tu vai se machucar - resmunguei segurando firme a cabeça dela - Para com isso - pedi vendo ela tentar bater a cabeça de novo.

Helena: Eu não quero esse bebê, eu não quero sentir essa dor, eu não quero mais lembrar, eu..- ela parou de falar com falta de ar e eu engoli seco querendo chorar junto com ela.

Mob: Lena, eu tô aqui tá bom? Olha pra mim, eu vou cuidar de você - beijei a cabeça dela sentando com a mesma no chão gelado - Vem cá - puxei seu corpo a abraçando.

Helena: Faz essa dor passar, faz parar - me apertou contra seu corpo - Me ajuda, por favor..

Mob: Me perdoa, desculpa não ter conseguido impedir isso, me perdoa por não ter cuidado de tu direito, desculpa, amor - abracei ela afundando a cabeça em seu pescoço.

A Helena me agarrou mais forte chorando muito e eu suspirei tentando controlar todos os sentimentos ruins que se misturavam naquele momento.

A porta do meu quarto foi aberta e minha mãe entrou junto com a Melissa e meu pai.

Katrina: Encontramos ele - disse apreensiva fazendo a Helena olhar pra ela - Ele tá mantendo a Heloísa presa, disse que se alguém se aproximar ela morre.

Lobo: Tem uma equipe lá pra tentar pegar ele e..

Helena: Não, por favor - tentou levantar e eu segurei ela - A minha mãe, Lobo, a minha tá lá - falou desesperada.