Capítulo 166

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Maria Letícia

Sábado

As vezes acho que namoro um garoto de treze anos, Felipe tá impossível, vontade de matar um troço desse.

Ele sabe que não tá legal pra andar e adivinha o que ele faz? Tenta levantar pra ir no banheiro.

Olha, sinceramente.

Leonor: Você é o paciente mais teimoso que já vi - ela falou pra ele.

Rei: E tu é a enfermeira mais chata de todas as enfermeiras chatas de todos os hospitais do planeta terra - falou emburrado.

Maria: Felipe!

Leonor: Deixa ele, senhorita - me olhou sorrindo de lado - Eu não ligo de ouvir certas coisas - Rei revirou os olhos e cruzou os braços com a cara de bravo.

Maria: Não sei o que faço contigo - olhei pra ele.

Rei: Me leva pra casa? É uma boa - passou a mão no rosto - Tá me olhando por quê?

Leonor: Se eu não olhar não tem como fazer o meu trabalho - resmungou - Licença, coloca o braço pra cá por favor - pediu.

Encarei os dois e sai do quarto indo tomar o café deixando a Leonor fazer o serviço direito.

Olhei pra frente e pra os lados vendo onde ia comprar meu café já que onde eu costumo comer tá cheio, andei pra outra cantina onde tinha muita gente também, mas menos vazia que a de trás.

Tem uma lanchonete dentro do hospital, mas vende mais comidas sem sal, sem açúcar, sem glúten, sem sabor..

Maria: Bom dia - falei com a moça da cantina - Quero um café sem açúcar, por favor - pedi.

Aylana: Bom dia, algo mais?

Maria: Um misto quente, dois pães de queijo e um doce.. pode ser chocolate, quais você tem?

Aylana: Olha, tô tendo esses brigadeiros e beijinhos caseiros e tenho bombons da Garoto e da Nestlé.

Maria: Pode ser um brigadeiro e um beijinho - sorri fraco olhando pra ela que sorria pra mim.

Aylana: Só um instantinho - assenti e ela balançou a cabeça virando de costas.

Binho: Nossa, aqui tá uma coisa de louco hoje - um rapaz chegou falando e entrando na cantina - Bete, três pães de queijo na mesa quatro, Artur, leva os mistos lá pra dona Penha, se puder..

Artur: Já vou, eu já tô indo - um branquelo do olho puxado disse saindo com uma bandeja - A Penha é apressada pra caramba, pede um monte e quer tudo em dois minutos, só me ferra - saiu resmungando pro outro lado do lugar.

Aylana: Aqui, vai comer aqui mesmo? - eu neguei - Pra levar, ok, forma de pagamento?

Maria: Débito.

Binho: Cadê a Gilda? Aylana, prepara os donuts do médico da Liza - olhou em volta - Alguém viu o Ícaro?

Aylana: Na cantina da entrada - ela olhou pra mim e depois pra ele - Desculpa, moça, aqui - estendeu a máquina - Aproximação?

Maria: Sim, sem problemas - aproximei meu celular pagando minha conta - É sempre assim?

Aylana: Mais nos finais de semana, fica uma loucura - suspirou cansada - É que ali tem o estacionamento da entrada do hospital que tem um monte de estagiários de enfermagem, deixam a gente louco - riu - Primeira vez pra cá?

Maria: Entendi. Não, é que eu costumo comer lá atrás, mas tá tão cheio - bebi o café quente.

Aylana: Vem mais vezes então.

É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪Where stories live. Discover now