Capítulo 165

155 10 0
                                    

Rei

Duas semanas depois

Sexta-feira

Mais um dia que eu acordo nesse quarto de hospital, não aguento mais.

Tô quase surtando igual aquela mulher do tufão de alguma novela que não lembro o nome.

A tal Carminha.

De um lado tenho a Letícia brigando o tempo todo pra eu ficar quieto e do outro tem o Caçula enchendo a porra do meu saco pra eu me cuidar.

Como se eu não tivesse fazendo isso.

Tô de verdade seguindo as ordens médicas, só na parte de ficar de repouso que é complicado, dá uma preguiça de ficar deitado vendo tempo passar.

Quero ir embora.

Alguém me tira daqui, pelo amor de Deus, eu pago.

Mesmo tendo muitos dias que rolou tudo aquilo, eu ainda não tive alta, tudo bem que eu tô acabado por dentro, mas posso ficar acabado na minha casa né?!

Quer dizer, na casa da minha namorada.

Já tô legalzin.

Sinto dores mais a noite, na hora de dormir. Durante o dia fico de boa, a dor aparece de vez em quando e logo passa.

Meu braço quebrado logo sara, eu espero. Minhas pernas vão ser só por milagre mesmo, o tanto de bagulho que caiu em cima também, se tivesse funcionando normal eu já podia me considerar o homem de ferro.

Vou nem falar das minhas costelas pra vocês, namolzinha? Eu tô é fodido.

Pelo menos continuo gostoso..

Maria: Amor? - ouvi sua voz rouca e sorri vendo minha princesinha acordar - Bom dia..

Rei: Bom dia, mor - estiquei meu braço bom tocando os fios loiros enrolando nos meus dedos - Carinha toda amassada - resmunguei e ela riu.

Maria: Você tá bem? - assenti - Acordou faz tempo?

Rei: Não, tem meia hora mais ou menos - fiz carinho no rosto dela e desci a mão até seu ombro ajeitando a alça da blusinha que usava - Vai em casa hoje?

Maria: Sim, tenho que ir resolver umas coisas, pegar algumas roupas suas e levar as outras pra lavar - bocejou.

Rei: Tá bom - me mexi desconfortável - Pode ajeitar meu travesseiro? Por favor.

Maria: Sim - suspirou levantando - Dormiu melhor essa noite? - balancei a cabeça num sim.

Ela ajeitou meu travesseiro e eu agradeci me sentindo melhor, olhei pro teto cansado do quarto e fiz careta.

Rei: Quando eu vou embora?

Maria: De novo essa pergunta?- indagou - O doutor disse que era no mínimo três semanas aqui, tem que esperar - beijou minha cabeça - Vou ir jogar uma água no rosto.

Rei: Não aguento mais - falei emburrado e ela riu - Me leva contigo pra casa, nunca te pedi nada..

Maria: Se pudesse levava, é pro seu bem, Felipe - me encarou e eu fiz cara feia virando o rosto - Bebezão - resmungou soltando uma risada e saiu pro banheiro.

Resmunguei um palavrão e respirei fundo fechando os olhos, movimentei minha perna esquerda e me arrependi segurando um xingamento quando senti a dor insuportável.

Engoli seco sentindo um gosto amargo na boca e mordi meu próprio lábio tentando voltar a perna pro lugar que ela tava.

Maria: O que tá fazendo, Rei? - fechei os olhos com força esperando o sermão, encarei ela em seguida soltando um riso nervoso - Não aquieta não? Pelo amor - ela fez cara feia pra mim e suspirou.

É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪Onde histórias criam vida. Descubra agora