Capítulo 77

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Gata

11:34hrs, domingo

Levantei do chão do banheiro olhando pro box, eu só sabia chorar e chorar, não fazia ideia do que sentir.

Minhas mãos tremiam segurando aquele papel, olhei de novo e grudei a cabeça na parede.

Suspirei pesado não sabendo como digerir isso, era uma coisa que eu não queria agora, eu não sabia cuidar nem de mim direito.

Mordi o lábio inferior segurando o choro, levantei deixando o papel na tampa do vazo e entrei no box, ajustei a água ficando debaixo do chuveiro.

Tomei um banho gelado pra tentar me acalmar, alisei minha barriga que já tinha um pouco de volume.

Dezesseis semanas.

Fechando as dezessete.

Quase quatro meses.

Esse tempo todo carregando um ser dentro de mim e eu nem percebi.

Fiz quatro testes pra ter certeza, mas eu ainda não queria acreditar, aí fiz o de sangue no postinho daqui do morro, positivo.

Sai do banho enrolada na toalha, peguei o papel e dobrei saindo do banheiro, procurei uma roupa pra mim e joguei na cama, vesti a calcinha e o sutiã, olhei no espelho enorme do guarda roupa, Brenner tava certo, eu tava "maior".

Terra: Camila? - bateu na porta do quarto - Por que a porta tá trancada?

Peguei o papel do exame e coloquei em baixo do travesseiro, fui até a porta e girei a chave. Ele entrou e eu fui me vestir e calçar o tênis.

Gata: Força do hábito - sorri fraco e ele me encarou.

Terra: Teus olhos tão vermelho, fumou sem eu? - ri alto e ele sorriu me puxando.

Ele odiava quando eu ia fumar maconha sem chamar ele.

Gata: Não, eu tava chorando no banho - ele parou de rir.

Terra: Tu nem chora, tava era fumando sem mim - revirei os olhos e ele me beijou.

Encerrei o beijo deixando selinhos na boca dele, Brenner se afastou e sentou na cama. Fui pra frente do espelho olhando se tava legal a roupa.

Blusa larga, short jeans e tênis, eu amava essa combinação.

Ajeitei as mangas, coloquei brincos, arrumei o cabelo. Coloquei meu relógio no pulso e uma pulseira no outro braço, ia colocar anéis mas desisti deixando só o de noivado mesmo.

Terminei de me arrumar, guardei meu celular no bolso e sai do quarto com meu noivo atrás de mim.

Saímos de casa andando de mãos dadas pelo morro, íamos almoçar na casa da minha sogra.

Assim que chegamos ela já veio toda sorridente me abraçando, a mulher me amava, as vezes o Terra até ficava com ciúme da gente.

Tadinho.

Depois de almoçar eu falei que precisava ir na farmácia, o Brenner ficou na casa da mãe dele e eu fui sozinha mesmo.

É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪Where stories live. Discover now