Capítulo 07 - Formas de ser a contemplada

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Sam

Isso ia acontecer e não tinha nada que eu pudesse fazer para evitar a não ser desistir de exercer os benefícios do testamento e isso, de forma alguma, eu faria. Eram bilhões de reais e não havia nada na minha vida que me fizesse desistir em qualquer ocasião.

Se para isso eu teria que enfrentar então aquela insuportável e o seu aprendiz de estrupício eu faria isso sem pestanejar. Não tinha medo, não tinha receio, só a coragem de quem sabia que podia fazer da vida de alguém um inferno se quisesse.

Mon não teria uma vida fácil nessa mansão e eu me encarregaria disso. Se ela pretendia levar isso a diante por um ano eu a levaria a desistir em seis meses, tenho dito. A faria se sentir mal-quista, indesejada, com raiva, irritada e...

— Que porra é essa? — Indaguei irritada assim que percebi que a maltrapilha havia escolhido um quarto em frente ao meu. De todos que haviam na casa, até com a casa da piscina, ela havia escolhido aquele.

— Lindo quarto, não? — Mon falou de um jeito não irônico, mas eu estava bem irritada.

— Você não pode dormir aí — Falei prontamente. Eu poderia azucrina-la o dia todo, essa era minha principal intenção, pois só assim poderia vender tudo e sair desse raio de país, mas eu não queria mesmo afetar meu sono para isso.

— Não só posso como vou. Armênia me avisou que estava vazio e Chai gostou das janelas grandes. Dormiremos nesse quarto — Disse incisiva causando-me uma vontade imensa de arrancar seus olhinhos convictos. Eu odiava aqueles olhos.

— Mas não vai mesmo, não permito — Adiantei cruzando os braços. Mon percebeu meu movimento e o acompanhou enquanto terminava irritada.

— Acho que temos um impasse aqui. E claramente devemos resolver isso de uma maneira adulta — Insistiu de uma forma adulta.

— E como boas adultas você se muda para o quarto mais longe possível de mim — Sugeri para que ela revirasse os olhos. Ela não poderia fazer isso se não os tivesse.

— Não. Como boas adultas você decide que vai deixar de achar que permite ou não permite alguma coisa. Temos direitos iguais sobre tudo segundo entendi — Mon disse cheia de confiança. Queria bater no seu rosto e deixá-lo muito menos perfeitinho do que ele era.

— Não temos não — Neguei. Eu nunca aceitaria. Nunca veriam eu chamando minhas coisas de nossas coisas.

— Então aconselho você a ler aquele testamento de novo, pois acho que nas suas tentativas de invalidá-lo não foi o suficiente. Lá está bem claro que você não é melhor que eu em nada que se refira a essa herança. E se me der licença agora eu quero me arrumar e arrumar ao Chai. Quero conhecer a nossa loja da Barra — Ao menos por alguns minutos eu ia me livre daquela presença e poderia fingir que... Espera. O que merda ela achava que faria naquele lugar?

— E o que pretende fazer lá? — Mon me olha como se eu estivesse feito alguma pergunta muito burra.

— Essa é a minha vida agora, são as nossas lojas então quero conhecê-las por dentro e nos detalhes para saber onde poderei me encaixar e começar a trabalhar o mais rápido possível —

— Tem pessoas que podem fazer isso por mim e você — Afirmei. Era o esperado de fato não nos envolvermos.

— Não quero deixar meu patrimônio na mão de ninguém. Gosto de cuidar das minhas coisas e, além disso, estou cansada de ficar parada nessa casa sem fazer nada — E ela já não fez isso a vida toda? Mania de pobre de ficar perambulando igual barata tonta.

— Vai tomar um banho de piscina, fazer as unhas, contrata um personal para te treinar! Não deve ser difícil encontrar uma distração com tanta grana — Uma melhor do que falir nossa empresa certamente tinha.

A família que eu herdei (Versão Freenbecky)Where stories live. Discover now