Capítulo 15 - Fazer amor sem imposições

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Sam

Naquela noite eu não fui a conchinha maior. Mon me abraçou no peito dela aconcheguei o corpo, tendo meus cabelos os seus cabelos lisos beijador enquanto víamos um filme na televisão. Era um romance italiano com legenda que eu sabia que ela estava odiando, mas que não reclamou nem por um minuto.

Acho que era uma maneira do meu inconsciente testar se ela me amava mesmo como disse na praia. Isso, inclusive, não saia da minha cabeça. Ela não falou com todas as letras, mas escapou de seus lábios algum indício.

Eu queria pedir para que ela usasse as três palavras, mas ainda sim tinha medo de que fosse só uma má escolha dos vocábulos naquele momento ou que dissesse porque eu estava triste.

Poderia não ser nada disso? Poderia, mas com todas as rejeições que sofri em matéria de amor não posso ser julgada por meu medo, muitas vezes, exagerado.

Além de tudo existia o medo de também não conseguir corresponder se ela confirmasse. Não era que eu não a amava, eu tinha certeza disso, mas o medo de amar e ser amada de volta era muito real. Eu nunca cheguei na parte de ter que lidar com aquele nível de reciprocidade e não queria decepciona-lá também.

O irônico era que eu não estava tão preocupada com isso a pouco. Cada dia com Mon era como viver numa novela das seis em seus últimos capítulos, salvo os capítulos proibidos para menores de dezesseis anos onde fodiamos com direito a algemas, palmadas e enforcamentos.

Os efeitos dessa preocupação se tornavam ainda mais evidentes em pensar que minha mãe estaria aqui amanhã principalmente por eu não ter dito que não a queria aqui, decisão que me fez ficar tão chateada que acabei chorando no ombro de Chai depois que ele me perguntou se eu estava bem.

Eu não estava nem um pouco e talvez por saber que ele não entenderia quase nada eu me permiti me abrir um pouco mais sobre os meus sentimentos, explicando que nem todas as mães eram maravilhosas como a dele e que a minha nunca me amou como Mon amava.

E eu ainda teria que resolver detalhes com ela de uma comemoração que eu sabia que Mon só concordou porque eu disse sim. Ela não gostou da minha mãe e eu não poderia culpá-la.

Percebendo minha mente indo para longe daquele filme a carioca me trouxe de volta começando a beijar meus lábios com candura, coisa que ela tinha feito desde que chegamos.

Sentia que depois de hoje era certo que ela era consciente do quanto foi enganada. Imaginem te vender uma garota toda cheia de si, gotosa, inteligente, articulada, insaciável e você terminar com um urso de pelúcia que te segurava na cama quando você tentava se mexer e te pedia carinho de dez em dez minutos?

Aproveitei o contato e aprofundei nosso enleio tentando imprimir o fato de que ainda era eu, a mulher que ela quis e não a propaganda enganosa que ela logo mais reclamaria no PROCON, ação que foi inibida assim que comecei a ir por cima dela.

— Só namorinho hoje — Ela disse com os olhos pretos com a vontade muito bem expressa. Ela me queria, mas talvez pensando em mim pediu outra forma.

Não sabia reagir aquilo, pois era uma maneira muito carinhosa de me tratar, ao mesmo tempo que inédita. Nenhuma mulher disse não para transar comigo e, ainda sim, se manteve com os lábios no meu sorrindo quando me beijava.

Isso tornava as coisas estranhas, em certa medida. Desde que decidimos dividir o quarto não havia uma noite e uma manhã que não transássemos. Confesso que eu não tentei muito mudar esse cenário, ainda mais porque fazer isso com ela era sempre sinônimo de orgasmos incríveis e memoráveis.

Eu sabia dos meus dotes na cama. Sem um pingo da modéstia que nunca foi minha característica mais saliente podia afirmar que era melhor parceira que Mon esteve. Não, ela nunca me disse isso, mas não precisava.

A família que eu herdei (Versão Freenbecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora