Capítulo 16 - Leituras feitas unicamente pelos dedos

377 51 2
                                    

Mon 

Somente de pensar que teria que ir atrás de um modista e depois passar horas em um salão em razão de uma festa que seria em minha casa me cansava, mas Sam conseguia tornar aquele processo muito mais prazeroso.

Isso porque logo que veio a manhã me acordou com seus beijos deliciosos descendo pelas minhas costas e indo numa direção que eu estava ciente de qual era. Ela acordou melhor do que dormiu, bom sinal.

— Sam — Repreendi colocando a cabeça apoiada debaixo dos braços, a olhando por cima do ombro. Seus cabelos estavam bem penteados, o que denotava que tinha acordado e se arrumado, mas ainda sim tinha voltado para cama para me dar o seu bom dia.

— Não posso te cumprimentar? — Perguntou apertando minha bunda e batendo logo depois. Se tinha um requisito que ela cumpriu desde que a conheci era esse: Ela era absolutamente insaciável.

Salvo quando estava o mais completo caco ela se comportava como uma mulher que simplesmente não conseguia, sequer tentava, manter as mãos longe de mim, ou melhor, da minha bunda.

— Pode, mas como toda pessoal normal deveria começar por um abraço, sabe? — Eu falei me virando e acabando com sua gracinha por cinco segundos, o suficiente para ela reagir e vir por cima de mim, colocando seu peso e quase me sufocando de amor.

— Bom dia — Disse no meu pescoço começando a beijar a região. Somente nesse momento percebi que ela também se encontrava vestida, mas não com roupas de trabalho. Ajeitei ela nos meus quadris e aguardei que me falasse sobre aquilo.

— Ótimo dia — Falei assoviando para sua beleza e ganhei bochechas coradas em resposta. Elogios não-sexuais ainda a deixavam muito tímida. Vê-la assim era quase tão bom quanto ter sua língua em mim logo de manhã. Melhor não, afinal, não vamos exagerar.

— Liguei para o modista e o único horário que ele poderia nos atender era hoje de manhã bem cedo e não poderá ser em casa. Teremos que ir até o ateliê dele — Sam falou me vendo revirar os olhos. Eu odiava aqueles protocolos e, por sua motivação eu sabia que ela também não gostava no mais mínimo.

— Você só não está querendo arrancar seus órgãos antes que chegue lá porque isso significa faltar ao trabalho não é? — Constatei ganhando uma gargalhada e aquela mulher toda se inclinando de novo por cima de mim. Seus olhos verdes nos meus, o nariz fino quase tocando no meu e os longos cabelos pretos tocando suavemente o meu braço.

— O tempo de convivência é pouco, mas você já me conhece tão bem — Falou e quando eu abri a boca para receber um beijo acabei na vontade com ela saindo de cima de mim.

Se eu impedi ela de ter o que ela queria ela também não me daria o que eu tinha vontade com tanta facilidade. Muitas coisas mudaram entre nós, mas talvez a nossa dinâmica em si nunca mudasse. Certas coisas nunca mudam e eu estava absolutamente tranquila com isso...

***

O ateliê do modista ficava nas Laranjeiras num prédio comercial de vários andares. O dele era na cobertura. Subimos juntas depois de deixar Chaina escola, sabendo que ao menos pela manhã não iríamos para nossa loja.

Sam parecia mesmo radiante com aquilo. Em definitivo o trabalho duro era algo a qual ela tinha pavor, nascendo para ser uma herdeira e dependendo disso para manter um sorriso no rosto.

Nisso éramos diferentes. Sempre trabalhei duro desde que me entendo por gente, se não para sobreviver para sustentar a minha casa e colocar o alimento na mesa do meu filho.

Me incomodava um pouco Sam conhecer preços, mas não o valor das coisas, mas era algo que eu compreendia os motivos dada a sua realidade. Para ela um vestido no valor de cem mil reais para usar uma única noite era uma promoção e tanto.

A família que eu herdei (Versão Freenbecky)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora