Capítulo 18 - Um novo beneficio

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Sam

Tinha uma semana desde aquele momento. Desde então Mon fazia o possível para me evitar. Mudou seus horários, quase não saia do quarto quando eu estava em casa e não tomava café da manhã comigo.

A relação com Davi parecia diferente também. Ele ainda me buscava para dar abraços, contar histórias e dar beijinhos, mas parecia uma coisa que era melhor ninguém saber e não pela minha proposta, mas porque sua mãe não ficaria contente.

E nessa eu entendia Mon. Talvez eu também não gostasse se alguém fizesse meu filho mentir sob qualquer finalidade, ainda mais para fazer da minha noite um circo.

A Mon só não calculou quem era a palhaça. Esse papel provavelmente cabia a mim. Em algum momento eu julguei que não era burra, que não me deixaria levar por uma atração, mas por mais que não tenha passado do que era seguro eu errei.

Errei por ter dado o passo, errei por ter beijado primeiro, errei por ter proposto e errei por ter gostado mais do que era seguro, logo quando era tão claro que pessoas como eu não podem chegar tão perto de alguém que parece demais para seu bico.

Não que Mon fosse a melhor pessoa do mundo, eu não achava isso, mas certamente não estava ao meu alcance. Ela era o outro lado, ela era o oposto e se existe segurança nesse mundo cada uma deveria se manter de um lado. Ela foi mais esperta que eu ao concluir isso.

Não era de se surpreende tanto, inclusive. Eu era mais esperta, mas se tinha uma coisa pela qual eu sabia que poderia ser hipócrita era mulher.

E convenhamos que aquela era uma mulher bem gostosa. O seu beijo era delicioso, a maneira como me arranhou, que me encostou contra aquela árvore e até me mordeu. Era uma desgraçada, gostosa, certinha, irritante de boca habilidosa.

E ainda deveria querer vê-la pelas costas e saberia conviver com a vontade de que isso também significasse ela nua de costas para mim.

— Porque você aceitou a porra do beijo se não tinha intenção de nada, hein? — Falei olhando a piscina de novo.

Aquele lugar me lembrava Igor, mas nem fodendo era uma boa ideia contar para ele o que aconteceu. Primeiro porque ele me questionaria quando deixamos de ser irmãs, sendo que só ele não via que nunca fomos e segundo que qualquer pessoa sensata diria para eu me afastar de Mon, como se ela já não estivesse fazendo isso.

E eu queria que fosse o contrário? Essa era uma pergunta que eu preferia não saber a resposta, era melhor manter assim como estava. Ela disse não e eu aceitei, deveria agradecer por isso.

Afinal se ela disesse sim o que teria acontecido? Viriamos para a mansão e foderiamos até as pernas tremerem e até que todo o desejo esvaziasse. Era uma ideia ruim? Provavelmente não me causava repulsa, mas felizmente era impossível.

Eu não saberia se ela gosta de gemer sem reservas ou se prefere colocar a mão sobre os lábios para abafar os gemidos. Eu não saberia se prefere ir por cima ou por baixo, se o seu beijo era mais lento ou fortuito, se seu gozo era afoito ou quieto. E tinha que estar bem com isso...

***

Aquela noite eu conversei com Giovanna depois de tanto tempo em ter chegado no Brasil. Eu não era a pessoa mais cheia de amigos que eu conhecia, mas se havia alguém com quem eu consideraria me abrir essa pessoa era ela.

Quando recebi o primeiro contato de Mauro me informando que estava doente ela foi a primeira pessoa que contei. Giovanna me ajudou a me distrair aquela noite, pulamos de boate em boate e no final da noite estávamos transando.

Era muito natural ter essas duas coisas na nossa relação. Ao tempo que eu contava esporadicamente uma coisa ou outra da minha vida ela me auxiliava da maneira que podia.

A família que eu herdei (Versão Freenbecky)Where stories live. Discover now