Capítulo 16 - O beijo que não fazia parte dos bens - Parte I

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Mon

Talvez eu nem estivesse tão afim assim de jantar com a fotógrafa. Talvez eu não mandei mensagem para o número porque não estava mesmo interessada. Talvez eu até inventasse uma desculpa eu própria para não sair com ela naquele dia na loja, mas o fato de que Sam parecia morrer antes que eu disesse um sim me motivou a aceitar terminantemente suas investidas.

Quem Sam pensava que era para querer controlar minha vida? Estava toda possessiva para o meu lado e isso que nem amigas podíamos dizer que éramos, ou seja, totalmente sem razão.

E sua desculpa era que estava me poupando de alguma coisa. Por acaso era eu uma criança que não podia dizer sim e não pela minha boca? Pois só por isso disse um sim bem gostoso e sonoro para a fotógrafa.

Não estava realmente interessada em dar como eu disse para Sam, aquilo veio num momento de muita raiva e convenhamos que ela mereceu demais ouvir.

Porque isso a afetava tanto? Eu não tinha ideia, mas suponha que era porque ela adorava me tirar do eixo sempre que podia, arrumando em mais essa ocasião uma oportunidade.

E isso que eu pensei que ela estava melhorando, que era realmente um ser humano, um alguém com potencial de se demonstrar até boa companhia para o meu filho.

— O Chai, A Sam fez o meu filho mentir para mim sabe-se lá sob quais promessas, você consegue acreditar? — Perguntei para Marina, a fotógrafa que estava em frente a mim cortando seu pedaço de pizza. Ela parecia muito serena enquanto ouvia minhas reclamações.

— Na verdade não — Ela disse e eu não sabia se ela estava falando por crer que a Sam tinha ido longe demais ou por não conseguir entender a razão de eu estar a meia hora amaldiçoando até a décima geração da morena de olhos verdes.

— Estou te enchendo né? É que a Sam me irrita demais. Por um momento eu até achei que ela estava mudada, que não era mais aquela pessoa que discuti no dia da leitura do testamento, mas ela fez questão de me lembrar a estúpida que era sendo uma escrota com você e depois fazendo isso com o meu filho. Você acredita que para colocar ela no lugar eu disse que ia dar mais que chuchu na serra hoje bem na frente do meu pequeno? E ele ainda me perguntou se na serra dava muito chuchu, gente! — Eu falei meio desesperada até e me sentindo culpada de ignorar o meu pequeno. Ele mereceu? Muito, mas meu coração ficava cheio de buraquinhos em ser chata com ele.

— E você pretende cumprir a promessa? — Ela questionou tomando seu vinho com muita paciência. Seu olhar agora totalmente interessado no que eu responderia.

— Acho que foi mais uma coisa dita dita da boca para fora. Para que eu vá para cama com alguém é necessário que eu me conecte com a pessoa, sabe? Sentir alguma coisa. Amor, tesão...

— Raiva? — Ela terminou a frase comigo me deixando um pouco vermelha no ato — A raiva é um combustível, não acha? — Questionou e eu não sabia onde queria chegar.

— E a que vem isso? — Perguntei cortando um pedaço de pizza e levando até minha boca.

— Que você parece ter mais tesão na mulher que te faz ficar vermelha de ódio do que em mim que tenho sido legal desde que te vi. E não me leve a mal, não estou te recriminando nem nada, mas é que está meio evidente agora — Ela disse e eu quase entalei com um pedaço da pizza, tendo que ser socorrida no meio do pedaço. Consegui com muito custo coloca-lo para dentro depois de muito vinho.

— Eu não sinto tesão pela Sam, seria loucura! — Eu menti. Dentro de mim eu já tinha admitido, mas assim em voz alta parecia uma coisa ainda mais estapafúrdia.

— Não estou falando de amor, isso é outra questão, mas vai me dizer que não sente nada com ela te olhando com aqueles olhos verdes? Que não te dá vontade de dar uns tapas na cara dela e depois sentar no rostinho bonito até ela deixar de ser cretina? — Instigou fazendo com que aquela imagem ficasse tão nítida que até tive que cruzar as pernas só de pensar.

A família que eu herdei (Versão Freenbecky)Where stories live. Discover now