Capítulo 03 - A herança da carícia é o prazer

653 81 6
                                    

Sam 

Alguma vez na vida você já sentiu que poderia flutuar? Como se o ar tomasse conta de você e do espaço em que está e de repente o chão ficasse pouco para os seus pés? Que o mundo ia ficando distante, que tudo parecia mais bonito no alto e até que o céu era mais bonito ali?

Não, eu não tinha usado drogas pesadas, não dessa vez. Eu estava gozando nos lábios da mulher mais sensual, mais ousada, mais fantástica e dona da melhor transa da minha existência: Mon.

E sim, eu já tinha feito isso com muitas mulheres, mas nenhuma me proporcionou o que eu estava sentindo naquele segundo: Aquela sensação deliciosa de leveza, um momento tão fora de mim, mas ao mesmo tempo tão próximo de onde eu queria estar. Era ali e mais nada, com ela e mais ninguém.

Mon tinha a maior vontade em fazer tudo o que fazia, não tinha receios, vergonhas ou nada que impedisse que fosse mais que perfeita até mesmo depois de me fazer chegar ao orgasmo em sua língua. A faminta, inclusive, somente continuou lambendo tudo, até a última gota, até que eu tivesse que puxa-la ou sentiria que ia infartar.

Seu sorriso era imenso agora. O estado em que me deixara era um atestado muito claro do quanto ela era poderosa e do quanto, apesar da provável inexperiência, era capaz de enlouquecer alguém. Mal sabia ela que nesses momentos quantas pessoas você esteve antes era o que menos importava.

Ao menos frente ao sentimento, a vontade, a escuta e a consciência do que o outro parece não gostar e do que faz a perna tremer. Por saber de tudo isso, a mulher tinha me deixado totalmente a sua mercê, completamente concentrada em todos os seus atos, como uma peça dramática em que a ausência de uma única cena me faria perder toda linha do enredo.

Seu rostinho inocente assim que deitou em meu lado era a comprovação de que havia um lado maléfico dentro de cada um de nós, afinal, como poderia Mon ser tão boa pessoa e ao mesmo tempo me olhar como quem não fez nada demais depois de me foder daquele jeito?

— O que há? — Mon perguntou quando percebeu que eu a estava olhando sem desviar nem por um segundo sequer. Soava-lhe divertido quando a mim soava como se eu pudesse dar-lhe umas palmadas.

— Você. Você existe — Eu disse me aproximando e amassando suas bochechas antes de beijar sua boca. Mon rapidamente me aceitou em seus braços e foi segurando meus cabelos por minha nuca, passando a mão no meu corpo nu inteiro, parecendo quase desesperada para chegar a minha intimidade de novo, parei Mon antes que pudesse.

— Você não quer? — Questionou quando segurei suas mãos e seu rosto era uma belíssima interrogação. Ela achava mesmo que era tão volúvel de gozar em seus lábios e em seguida não querer mais? Se sim, eu precisava ser clara com as palavras.

— Como nunca quis nada na vida, mas eu também quero sentir você, Mon. Quero conhecer sua pele, seu corpo, tudo... — Falei isso acariciando seu cabelos de maneira doce e seu rosto se iluminou de novo conforme ela aproximava os lábios dos meus.

— Não precisa pedir duas vezes — Ela falou me dando um selinho bem lento, me deitando na cama e em seguida vindo por cima de mim que a esperei ficar de joelhos na cama para ajudar com que ela se despisse, um momento que por muito aguardei.

Eu vislumbrei seu corpo em nossos banhos, mas nenhuma visão seria capaz de me arrebatar com o mesmo poder do que quando passei os dedos pela barra de seu casaco e o retirei imprimindo lentidão em meus dedos. Era como desvendar um sabor aos poucos e eu não perderia nenhum detalhe por ser afobada demais.

Em primeiro a linha da barriga, onde despontava uma cicatriz quase invisível que denotava sinais de que fora mãe em algum momento situação que eu já havia percebido nos quadris devidamente avantajados. A expectativa de aquilo é mais em minhas mãos também me fazia sentir como a rainha do mundo.

A família que eu herdei (Versão Freenbecky)Where stories live. Discover now