Hero of The Story - Tradução

Capítulo 22

XXII

Você pode me fazer esperar para sempre

(1000 Times by Sara Bareilles)

~*~

30 de setembro de 1977

James estava abençoadamente, suspeitosamente, normal nos dias seguintes à desastrosa viagem a Hogsmeade.

Hermione não conseguiu dormir durante toda a noite devido a uma mistura de pânico e tristeza e outros sentimentos que ela não conseguia entender. Ela também ficou muito preocupada e se trancou dentro da Torre da Corvinal o dia todo apenas para evitar James, e qualquer um de seus amigos, na verdade.

Segunda-feira chegou muito cedo e Hermione não teve escolha a não ser puxar sua bunda para fora de seu esconderijo. Ela pulou o café da manhã naquele dia, apenas colocando alguns caramelos na boca para dar a ela um pouco de açúcar, e descomprimiu suas aulas matinais.

Na hora do almoço, o estômago de Hermione já estava protestando. Ela sabia que não poderia pular desta vez, sabendo que isso levantaria suspeitas de seus melhores amigos e até mesmo de Peter.

Ela manteve a cabeça baixa durante toda a jornada, sentando-se mecanicamente em um assento vago na mesa da Corvinal, e começou a empilhar comida em seu prato. Lily e Sev chegaram imediatamente, a ex expressando suas perguntas sobre o paradeiro de Hermione desde ontem.

— Eu não estava me sentindo bem ontem, — disse ela, o que tecnicamente não era uma mentira.

Lily ficou preocupada e colocou as costas da mão na testa.

— Você não está doente, — ela apontou com naturalidade.

Hermione afastou levemente a mão.

— Eu me sinto melhor agora, — ela insistiu.

Sev olhou mais de perto para o rosto dela e franziu a testa.

— Você tem dormido direito? — ele perguntou, também ficando um pouco preocupado. — Merlin, você ficou acordado a noite toda só para estudar de novo, Pettigrew? Não é o seu ano de NIEM e caramba, faz apenas um mês que voltamos.

— Estou bem, — gritou ela de exaustão. — Posso comer em paz agora?

Ela ignorou o olhar confuso que Lily e Sev compartilharam e se concentrou em encher seu estômago. Ela resolutamente se impediu de olhar para a mesa da Grifinória, sabendo muito bem que James estava lá. Ela tinha ouvido sua voz, rindo de algo que seu irmão havia dito, e ele era turbulento e desagradável como normalmente era.

Felizmente, ela evitou ele naquele dia também, e no próximo, e no dia seguinte. O pânico inicial que a confissão de James trouxe a ela se transformou em uma coceira desconfortável em seu cérebro. Houve momentos em que ela teria que interferir para manter suas emoções sob controle, mas uma vez que ela estava sozinha com seus pensamentos, todos eles iriam se libertar e ela entraria em pânico mais uma vez.

O maior problema, ela admitiu, talvez fosse seu coração. Saber que seus sentimentos eram correspondidos fez seu coração palpitar agradavelmente dentro do peito. Então seu cérebro lhe diria em voz alta para parar com qualquer tolice que estivesse cometendo e seu coração a incitaria gentilmente a dar uma olhada, para ver se ele estava bem, para se perguntar se ele realmente esperaria por sua resposta.

Agora, Hermione geralmente era lógica. Seu lado racional superou qualquer sentimento ilógico que ela às vezes tinha. Essa era uma parte importante dela que a mantivera e suas amigas vivas, afinal. Harry sempre disse a ela que se não fosse por seu cérebro, ele estaria morto no primeiro ano.