Epílogo

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Epílogo

Quão raro e lindo é que existimos

(Saturn by Sleeping at Last)

~*~

31 de julho de 1991

— Você tem certeza disso, Hermione?

A preocupação em sua voz era espessa e, apesar do enorme nervosismo que estava sentindo, Hermione conseguiu esboçar um pequeno sorriso. — Sério? Você está perguntando isso agora, quando já estamos praticamente a alguns quarteirões de distância?

Peter lançou um olhar fulminante.

O sorriso de Hermione vacilou, seu coração batendo forte dentro do peito enquanto as várias casas familiares alinhadas na pitoresca rua de Heathgate passavam por eles. Sua língua ficava mais grossa a cada passo que dava e, embora uma parte dela ainda duvidasse que fosse uma boa ideia, sua curiosidade venceu o nervosismo que estava sentindo.

— Harry acabou de receber sua carta de Hogwarts, — ela explicou suavemente. — Eu só pensei... bem, fiquei muito curioso. — Ela suspirou e estendeu a mão para Peter, enganchando o braço ao redor dele. — Eu queria ver por mim mesmo. Eu me perguntei sobre isso há anos e hoje parecia um bom dia para finalmente ver por mim mesmo.

— É o aniversário do meu afilhado, caramba, — Peter choramingou. — Há muitos outros dias para fazer isso, Hermione.

Ela o beliscou levemente em seu braço, ganhando uma carranca irritada de seu irmão mais velho.

— Estávamos a caminho, — ressaltou ela. — Só... pare de fazer barulho. Não vai demorar nem uma hora.

Abençoadamente, Pedro cedeu, embora ainda exibisse sua carranca petulante. Por baixo de seu aborrecimento, entretanto, Hermione podia ver a profunda preocupação que ele sentia por sua irmã. Ela apertou seu braço em agradecimento, silenciosamente retransmitindo sua gratidão por ele a estar acompanhando hoje.

Enquanto eles continuavam a caminhar por uma das lindas ruas do subúrbio Hampstead Garden, Hermione aproveitou para observar os arredores. Era um lindo dia de verão, com o sol alto no céu e sem nuvens à vista. Seus olhos lacrimejaram ligeiramente ao espiar o parquinho familiar que ela costumava frequentar como Hermione Granger, o lugar cheio de crianças rindo sendo perseguidas por seus pais exasperados. Eles passaram pelo banco do parque em que Harold Granger costumava sentar-se com ela, e o par de pai e filha observava os transeuntes em um silêncio satisfeito. Mais à frente, na encruzilhada, ficava a imponente igreja que os Grangers costumavam frequentar, antes de descobrirem que sua filha era uma bruxa.

Todo o lugar era exatamente como ela se lembrava. Embora as memórias de Hermione Granger estivessem agora incrivelmente borradas na mente da morena, ela ficou muito confusa como ela ainda conseguia se lembrar do lugar que ela chamava de lar.

Seu coração saltou em sua garganta quando ela finalmente parou, parada na frente de um belo gramado cheio de fileiras e mais fileiras de arbustos floridos. Uma risada suave escapou de seus lábios, espiando o gnomo ridiculamente feio de quem Harold Granger gostava muito, aninhado entre arbustos floridos de girassóis.

— Tudo está... tudo igual, — ela disse sem fôlego, seus olhos lacrimejantes observando as paredes de tijolos marrons da casa.

— Você está bem? — Peter perguntou preocupado, apertando seu cotovelo para chamar sua atenção.

Hermione desviou o olhar da casa e olhou para o irmão.

— E-eu não sei, — ela gaguejou levemente. Seu coração estava pesado, oprimido por um ataque de emoções que ela nunca poderia entender. Lágrimas escorreram de seus olhos enquanto ela voltava o olhar para a casa, relembrando sobre memórias insignificantes de Hermione Granger passeando por esta casa.

Hero of The Story - TraduçãoWhere stories live. Discover now