32 - As peças que faltam

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Maely não apareceu no quarto à noite. Nem pela manhã.

Mika, Raquel e Yandra tentaram pensar positivo, mesmo com tantos acontecimentos anteriores para lhes levarem ao contrário. Tentaram dormir, tentaram mesmo. Mas a todo instante esperavam algum barulho no corredor, alguém abrindo a porta. Só que não aconteceu.

Como Raquel teria um teste na atividade complementar, não poderia ir com Mika e Yandra à coordenação pedagógica investigar sobre o sumiço de Maely.

Com o coração palpitante e receoso com o que poderia descobrir, Mika tentou manter a positividade. Qualquer coisa que não fosse morte poderia ter passado. Qualquer coisa mesmo. Tinha que ser isso.

A coordenação pedagógica era uma sala fria, com cheiro de álcool 70% e café solúvel. Assim que colocou os pés ali, recordou da primeira vez que fora àquele lugar. O intuito da visita naquela antiga tarde havia sido pelos relatos de assédios com o professor de física, Janildo. Infelizmente, os secretários e o próprio diretor não resolveram nada do assunto, inventando mil desculpas e burocracias que Mika tinha quase certeza que eram falsas. E, para seu pavor, temia que aquilo acontecesse de novo.

A mulher de cabelo preso em um perfeito coque e óculos redondos levantou o olhar para ela e sua amiga. Ela franziu o cenho, mesmo com um sorriso educado aparecendo nos lábios.

— Boa tarde, senhoritas. Em que posso ajudar?

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Foram horas dentro daquela sala, buscando respostas e justificativas. E quando achava que podia chegar a alguma, Mika recebia um soco no estômago. Nem mesmo se preocupava mais com suas faltas nas aulas complementares.

Observou o monitor de computador à sua frente, já desligado e provando o fracasso.

Não havia nada nas câmeras de segurança. E não era como se tudo estivesse bem, sem nenhum sinal de Maely ou outra pessoa. Era nada no sentido das imagens terem sido apagadas.

Mika questionou a secretária e os outros funcionários da coordenação, mas todos estavam tão surpresos quanto ela e Yandra. Na verdade, quando os viu se entreolhar, pareciam já saber o que passara; pareciam questionar quem seria o novo funcionário acusado, enquanto o verdadeiro culpado continuava oculto.

Por fim, a mulher lhe disse que mandaria pessoas em buscas de Maely e que a avisaria quando obtivessem alguma notícia.

Saiu da coordenação pedagógica trêmula e com vontade de chorar.

Maely estava desaparecida. Temia já saber o motivo daquilo.

Com a mente nublada de preocupação e medo, Mika demorou para perceber o que acontecia a alguns longos metros à distância. Porém, assim que se deu conta que a confusão envolvia policiais e uma pessoa gritando por liberdade, uma peça foi encaixada no quebra-cabeça do sumiço de Maely. Tudo pareceu óbvio demais.

O (amor) Assassino Está Entre NósDonde viven las historias. Descúbrelo ahora