Mikaely e João Pedro tem seus caminhos cruzados com a chegada do renomado internato DulciVa na cidade que vivem, onde ambos cursarão o último ano do ensino médio. Após um esbarrão nada agradável, são obrigados a conviver com a existência irritante u...
Quase vinte minutos desde o começo da festa havia passado e Mika nem mesmo conseguia aproveitá-la. Com o celular em mãos, seu olhar passava entre os grupos de alunos e funcionários, buscando um ser humano em específico. Contudo, nem mesmo via sinal de Raquel. Yandra, por estar cansada da espera, havia decidido se enturmar com as pessoas que conhecia, o que deixou Mika sozinha.
Não devia estar preocupada. A música pop era boa, a comida na grande mesa parecia deliciosa e o clima estava agradável. Porém, sua apreensão crescia a cada minuto que Raquel não fazia menção de chegar. Pelo menos tinha as mensagens para poderem se comunicar.
Mika desbloqueou a tela e releu a rápida conversa.
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Temia o que sua amiga podia estar fazendo no meio daquelas trilhas para tomar tanto tempo...
Voltando o olhar para frente, percebeu um garoto passando entre um grupo e se dirigindo à mesa de comida. João Pedro.
Mika bufou, seu coração acelerando em seguida. Preferiu acreditar que era por culpa da raiva que sentia daquele desgraçado. Por conta dele, Armando nem mesmo havia olhado na cara dela quando chegou na festa. Ele e Yandra estavam longe de sua vista para saber onde se meteram. E aquilo transformava a situação em uma ótima oportunidade para discutir com João e, com certeza, socá-lo.
Caminhou apressada, chegando a tempo de impedir que ele começasse a encher seu pratinho plástico com salgados. Agarrou o braço do garoto e o arrastou para longe. Enquanto era levado, João Pedro franziu o cenho.
— Mas que merda?!
Antes que ele fizesse menção de se soltar, Mika o apertou ainda mais e continuou arrastando. Aproveitou para tomar o pratinho de suas mãos e jogou no lixo mais próximo que encontrou no caminho.
— Me larga, sua...
— Cala boca, idiota.
Mika não podia negar que se surpreendeu por ele ter obedecido à ordem e seguido o restante do caminho sem mais tentativas de impedimento.
Afastou-se o máximo que pôde da festa, ignorando os olhares que alguns alunos e monitores lançavam em sua direção. Que eles pensassem o que quisessem, mas Mika não se importava. Exceto se fosse Armando; aí, sim, teria um problema.
