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Narração por Luna. 

Eu ansiei pela chegada dessa viagem por semanas. Me dediquei bastante no período da faculdade. O final de ano chegou rápido e também foi embora rápido. O mês de Janeiro chegou em um calor insuportavel. Queria praia, Sol, férias. 

Nesse período não houve grandes novidades porque eu estava focada nos estudos da faculdade que foram muito rígidos. Eu e o Lipe dormiamos e acordávamos de cara nos livros. Eu me afastei um pouco da Maia depois que descobri da briga dela com o Lipe. Eu não queria que ela se magoasse mais com essa situação, então preferi focar apenas na minha vida. O Gael eu mal o via na faculdade e também não via razão pra manter uma conversa sólida com ele. Era mais questão de respeito pelo namoro do meu pai e o da mãe dele. 

Minha mala já estava pronta e dentro do carro do meu pai. Peguei meu celular e os fones de ouvido, sai do quarto e fechei a porta. Desci às escadas, meu pai já estava na sala pronto com a Andréia e o Gael. 

—Então, podemos ir? –A Andréia perguntou animada. 
—Claro! –Respondi. 
—Filha, tem problema em você ir no carro com o Gael? –Meu pai perguntou. Era só o que me faltava, Brasil! Eu no carro junto com o anti-ético do Gael. Só Jesus na causa. 
—Sem problemas. –Forcei um sorriso ao responder-. Vamos então? 
—Claro, maninha. –O Gael respondeu e passou o braço pelo meu ombro.
 
Saímos de casa, a empregada trancaria tudo antes de ir embora. 
Entrei no carro junto com o Gael, meu pai deu partida no carro e foi na frente. O Gael ligou o carro e seguiu meu pai. Logo ele ligou o rádio e estava tocando sertanejo. 

—Animada é, maninha? –Ele perguntou sorrindo enquanto prestava atenção na rua. 
—Estou sim, é bom viajar. –Falei. 
—Não precisa forçar sorriso quando eu sei que você não queria está no carro comigo. –Ele disse e eu rolei os olhos. Foquei o olhar pra rua. 
—Então não vamos precisar fingir nada durante a viagem. –Falei. Ele ficou quieto por um bom tempo, até voltar a falar de novo.
—Eu te fiz alguma coisa? Por que eu não lembro de algum dia ter trocado alguma palavra contigo. –Ele disse. 
—Não é que você fez, é essa sua faminha que eu não gosto. Prefiro me manter a distância. –Falei. 
—Relaxa, maninha, você é zona proibida. –Ele riu debochado. 
—Zona proibida? –Perguntei já brava. 
—Calma estressadinha. –Ele riu-. Eu tive que ouvi um tanto de coisa da Maia a seu respeito, e uma delas é que eu nem posso olhar quando você estiver de bíquini. 
—Ah. –Fiquei sem graça. Esse assunto da Maia me deixava muito sem graça, ainda mais quando era alguém que eu mal conhecia tocava nele. 
—Ei? –Ele olhou pra mim por um segundo. 
—Que foi? 
—Você queria uns pegas é? 
—Para de ser nojento, Gael! –O fuzilei com o olhar-. Eu não quero nada e nem tudo se resume a você ok? 
—Calma gatinha. –Ele riu-. Mas ai, você e a Maia? 
—Por favor, precisamos mesmo falar sobre? 
—Ela é a minha melhor amiga. Já passei duas noites com ela chorando por causa de você. Ao menos tenho que saber se vale a pena. –Engoli em seco com a revelação dele. 
—Eu já disse pra ela que meus sentimentos por ela é apenas de amizade, poxa. –Passei as mãos no rosto chateada. 
—Mas ela não vai desistir. 
—Você como amigo dela sabe que isso não vai dar em nada. Eu até preferi me afastar pra não machucá-la. Deixá-la viver, até ter oportunidade de conhecer novas meninas. Olha, eu não sou lésbica. Não me interesso por mulheres, minha única amizade que fiz com uma garota foi ela. E sabe quem foi a última? No jardim da infância e eu nem lembro o nome dela. 
—Cara, mulher é tudo de bom. –Ele riu e eu rolei os olhos-. Mas falando sério? Eu entendo.
—Se entende me diz o que fazer. –Pedi sinceramente. 
—Deixa fluir. Uma hora ela vai desencanar. –O Gael disse. 
—Eu só fico triste porque a Maia é uma pessoa muito boa, uma pessoa que eu levaria pra vida inteira. –Falei. 
—Uma hora ela vai se apaixonar por outra pessoa e vocês voltam a ser amigas. –Ele disse. 
—São amigos há muito tempo? –Perguntei. 
—Uns anos já. 
—Maneiro. –Até que esse papo com o Gael foi bom. Começou a tocar Outros Caras do Whindersson Nunes. 
—“Ela é daquelas que tu pensa que tem nariz empinado, mas quando tu precisa ela ta aqui do seu lado. Menina de respeito, esse é o seu jeito. Tem um abraço gostoso, eu me amarro, tá ligado?” –Cantei apenas esse pedaço que sabia da música-. Você não parece o tipo de cara que tem esse tipo de música na playlist. –Ri. 
—Eu sou bastante cultura, mulher. –Ele falou rindo. 
—Não parece, você está mais pra predador de perereca. –Falei e ele gargalhou. Que gargalhada gostosa. 
—Predador de perereca? Adoro. –Ele riu e pulou as músicas. 
Começou a tocar a música e ele ainda aumentou o som. O Gael dançava, cantava a música e dirigia ao mesmo tempo. Eu só conseguia rir das caretas que ele fazia ao cantar a música.
—Você é doido mano. –Falei rindo muito. 
—Que isso delícia. –Ele colocou um dedo na boca e fez uma cara sexy. 
—Não faz isso pelo amor de Deus. –Falei rindo. 
—Calma bebê. –Ele riu. A música acabou e ele abaixou o som-. Seu pai deve ta achando que eu vou te matar aqui dentro. 
—Não duvido nada. –Ri. 
—Sou um homem sério, de compromisso, responsável e maduro. –Ele tentou falar sério, mas não conseguiu segurar a risada. 
—Você é tudo de ruim, Gael. Toma vergonha nessa cara. –Falei rindo. 
—Assim você me ofende, linda. –Ele fingiu está magoado. 
—Para de fogo nesse pinto menino. –Ri. 
—Fogo nele eu tenho sempre. 
Ninguém merece. –Rolei os olhos. 

Fomos rindo e conversando a viagem inteira. Na metade do caminho ele me deixou pegar pra poder dirigir. 
Chegamos a minha casa em Búzios. Coloquei o carro na garagem depois do meu pai e entramos na casa. Já eram 2 horas da manhã, chegamos bem rápido além do mais não teve trânsito. 

—Filha, amostra o Gael o quarto dele que eu vou ver se está tudo certinho na casa ok? –Meu pai falou. 
—Ok, bora Gael. –O puxei do sofá e subimos às escadas. 
—Eu to cheio de sono. –Ele disse. 
—Eu também estou cansada. 

Amostrei o quarto pra ele, ele pegou suas malas e ainda pegou as minhas no carro do meu pai. Ele iria ficar onde era o antigo quarto do meu irmão. Fui para o meu quarto, tomei um banho, coloquei meu pijama e deitei na cama pra dormir. 

Ainda bem que meu pai pediu para os caseiros da uma geral na casa, porque eu não iria aguentar chegar aqui e ainda ter que limpar tudo. Porque meu pai é uma negação pra serviços gerais, eu e a Andréia iriamos nos matar né? Mexi um pouquinho no meu cel e logo peguei no sono. 

Mais tarde eu acordei sozinha e já animada pra ir pra praia. Já deixei minha roupa separada em cima da cama e fui tomar um banho. Escovei os dentes, penteei meus cabelos e fui colocar meu biquini e uma saia pra ir pra praia. Passei apenas um batom rosinha matte e estava ótimo. 
Tirei uma foto pra poder postar no Facebook.

"mecblessed 💋"

"mecblessed 💋"

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(...)

Peguei minha bolsa e meus óculos. Sai do quarto e desci às escadas. 
O Gael estava sentado no sofá, apenas de bermuda e com óculos mexendo no celular. 

—Bom dia maninho. –Falei ao passar por ele e fui para a cozinha. Meu pai e a Andréia estavam rindo de alguma coisa ao comer.

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