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Narração por Luna. 

O Felipe havia me chamado pra ir na parte da tarde no apartamento dele, topei. Depois que o Gael foi embora, eu voltei a dormir. Eu estava morrendo de sono. Meu pai chegou, falou comigo e depois veio me chamar pra almoçar. Adorava quando era meu pai que cozinhava. 
Ele fez um almoço simples e gostoso pra nós dois. 

—E ai como foi com a Déia? –Perguntei. 
—Tudo ótimo filha e com o Gael? –Ele perguntou comendo. 
—Tranquilo, assistimos filme na NETFLIX, ele trouxe lanche do BK e comemos todo o sorvete também. –E entre o lanche do BK e o sorvete, ele me comeu. 
—Ele dormiu ai? 
—Dormiu, mas foi embora cedo porque ele tinha que resolver algum problema. Nem perguntei e ele também não quis falar. –Respondi e dei de ombros. 
—É que a irmã dele veio de Santa Catarina com a filha, parece que se separou do marido e veio do nada pra cá. 
—Que louca eu hein, deve ter sido uma briga feia. –Falei. 
—Deve ter sido mesmo. –Ele disse. 
Depois de almoçarmos, meu pai foi para seu escritório, eu lavei a louça e fui para o meu quarto. Escovei os dentes e fiquei descansando minha pança. 

Umas 14 horas, tomei um banho, me arrumei, falei com meu pai que iria no ap do Lipe e sai de casa. Entrei no meu carro e em 6 minutos estava no prédio dos meninos. Estacionei meu carro, o porteiro me deixou entrar, subi pelo elevador até o andar, ao chegar no ap deles toquei a campanhia. 

Quem me atendeu foi o Gael, ele estava só de bermuda e abriu um sorriso lindo ao me ver. Olhei pra baixo sorrindo com vergonha. 

—Entra, morena. –Ele falou e me puxou pela mão. 

Entrei no apartamento dele, havia uma mulher que eu não conhecia sentada no sofá junto com uma menininha linda brincando com o Lipe no chão. A Déia no sofá ao lado do Bruno assistindo TV. A Déia sorriu ao me ver chegar.

—Luna! –Ela levantou do sofá e eu fui rapidamente até ela. 
—Déia! –A abracei e de um beijo em seu rosto. 
—Luna, essa é a minha filha Mirella e a minha netinha Sara. –A Déia falou apresentando as duas. A Mirella levantou do sofá e me cumprimentou com dois beijos no rosto, com um sorriso bem fake no rosto. 
—Prazer, Mirella. –Ela disse. 
—Prazer, sou a Luna. –Sorri. Se ela é antipática, eu não preciso ser não é mesmo? 
—Oie! Eu sou a Sara. –A menininha linda e fofa levantou do chão e me abraçou. 
—Oi linda, sou a Luna. –Sorri. 
—Que nome lindo! Eu quero ser Luna também. –Ela sorriu. 
—Agora somos duas Lunas, porque não? –Ri e falei pra ela. 
—Uma já é o suficiente. –O Gael reclamou. 
—Fica quieto, eu hein. –Falei e belisquei ele. 
—Para de me beliscar. –Ele me beliscou de volta. 
—Brigam e daqui a pouco estão se amando. –A Déia falou. 
—Ela que é chata. –O Gael falou e se jogou no chão. 
—Luna, cadê o açaí que eu mandei você trazer? –O Lipe falou e eu fiz cara de cu pra ele. 
—Credo, você não tem fundo não garoto? –A Mirella falou com o Lipe-. Comeu três vezes. 
—Comer é vida eu hein. –O Lipe riu. 
—Eu não trouxe nada, vim direto pra cá. –Falei e rolei os olhos. 
—Anda, bora lá dentro. –O Lipe levantou-. Depois eu devolvo ela. –Ele falou e fomos para o quarto dele. Sentei em sua cama e ele se jogou no puff. 
—Pode me contando ta? Porque eu sei que vocês não ficaram só no beijo. –Ele falou rindo. 
—Sabe nada. –Rolei os olhos. 
—Até parece! Gael dormiu lá, vocês dois sozinhos e não rolou nem um oral nisso. –Eu morri de rir do que ele disse, mas fiquei muito sem graça. Eu teria que contar a verdade pra ele sobre o Hugo. E eu queria tanto que o Gael tivesse sido meu primeiro homem.
—Então sabe... –Comecei a falar meio sem graça. 
—Essa sua cara ai já disse tudo, olha Luna nem fala... –Ele fingiu ser aquela mãe preocupada e que parecia ter tomado um tiro no coração-. Eu sinto já daqui que você não é mais mocinha. 
—Mocinha eu já não sou há muito tempo. –Falei. 
—O QUE? –Ele fez um escândalo e se jogou no chão. 
—Para de ser rídiculo seu doido. –Falei e taquei um travesseiro nele-. Eu vou te contar tudinho, mas sem escândalo. Ontem, eu e o Gael antes de irmos para a praia eu fui pedi pra ele amarrar o bíquini pra mim. Não era a primeira vez que eu já tinha pedido pra ele fazer isso né, mas ai nós dois sozinhos né e o Gael já não vale nada, acabou que fomos pra cama. –O Lipe colocou o travesseiro na cara. 
—Por isso que vocês demoraram pra chegar, mas como assim que eu estou confuso. Você não era virgem mulher? –Ele perguntou . 
—Eu vou falar primeiro do Gael e depois eu conto a parte ruim. Voltando, só que quando a gente estava lá nos pegando, meu pai chegou. –Rolei os olhos lembrando que meu pai tinha cortado meu momento e do Gael-. Ai quando ele me levou em casa depois da praia, o meu pai iria sair com a Déia e dormir por lá com ela, a Déia deu a ideia do Gael ficar comigo pra me fazer companhia. 
—Nossa porque a mãe de nenhuma mina pede pra eu cuidar dela? Nossa cuidaria com prazer. –Ele falou fingindo está chateado-. A tia deu churrasqueira, faca, garfo e carne pra churrasqueiro. –Dei risada. 
—Claro que não, seu idiota. Ai depois o Gael voltou, fomos assistir filme na NETFLIX, ficamos agarradinhos no sofá, comendo pra caralho, ai depois no final do filme foi rolando AQUELE clima. Ai acabou que não resistimos e rolou da gente transar. –Falei rapidamente porque eu estava morrendo de vergonha.
—Sua safada! Completamente safada. Depois de te ver sarrando com o Gael na festa eu ainda tinha esperanças de você continuar pura, estou bobo! –O Lipe falou rindo e com uma cara de que não estava acreditando que eu fiz isso. Então eu contei sobre o Hugo e sobre tê-lo visto na praia. Fechando tudo, eu contei de como o clima entre mim e o Gael já estava rolando desde quando viajamos. 
—Você está gostando dele não é? –O Lipe perguntou. E eu nunca havia parado pra me questionar sobre isso. 
—Eu não sei, Lipe, apenas estou curtindo o momento. Vendo no que dá, aonde chega tudo isso. O Gael não me cobra nada, também não preciso cobrar nada dele. –Expliquei. 
—Cuidado pra não se machucar Luna. O Gael é safado, mas ele também tem coração. Você é fria, mas chega uma hora que você vai acabar derretendo. –Ele falou sério e eu fiquei pensativa sobre isso-. E pelo visto o Gael é bem quente. –Ele tinha que falar uma gracinha. 
—Para de ser escroto, Felipe! –Taquei outro travesseiro nele. 
—Mas é sério cara. Ou é quente, ou é frio. Morno é sem graça. 
—Eu não estou a procura de um namorado. –Falei-. E o Gael muito menos de uma namorada. 
—Mas você não acredita na possibilidade de ficarem juntos? –Ele perguntou. 
—É tudo muito recente, Lipe. Aconteceu tantas coisas, não sei nada muito bem direito. Estou só curtindo, eu só não quero me apegar e depois ele me descartar. Eu fiz sim sexo com ele, fiquei, mas não temos nada definido. Simples assim. Se ele quiser ficar to aqui, se ele não quiser beleza. Não vou correr atrás dele. 
—Esse Hugo levou seu coração e deixou um cubo de gelo no lugar, viu. –O Lipe falou. 
—Infelizmente, sim. –Falei sentindo minha mente pesar. 
—Posso dar a minha opinião de amigo dos dois? 
—Claro que pode. 
—Você é o que o Gael precisa: Limite, atenção, compreensão, afeto, paz, paciência, carinho, uma mulher inteligente, que tem algo de bom pra oferecer a ele. E o Gael é o que você precisa: emoção, aventura, fogo, de fazer as coisas mais espontâneas, ele te deixa animada, faz você sair do seu mundinho. –Ouvi o que ele me disse e fui ligando um pouco das pontas, mas fiquei quieta por um tempo. 
—Eu só não quero criar expectativas e ser a garota que esperava novamente pelo menino enquanto ele estava saindo e bebendo todas. –Falei por fim. 
—Essa garota não existe mais, Luna. –Ele disse e trocamos um sorriso.

MIL RAZÕES (F!)Where stories live. Discover now