MIL RAZÕES (F!)

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Narração por Luna. 

Depois daquele drama básico que fiz com o Gael ontem, ficamos de love a tarde toda, acabou que nem fui pra academia. TPM esse mês veio com todas as forças e tinha pena do Gael que iria ter que me aturar. 

Agora de manhã, iria sair com o Caio, já que não vou ter aula. Tomei um banho, me vesti, coloquei uns acessórios simples, fiz uma make básica, passei perfume, peguei minha bolsa e sai do meu quarto. Desci às escadas e o Caio estava me esperando na sala. 

Luna: Demorei? 
Caio: Não, vamos. –Saímos de casa, entramos no carro dele e ele deu partida. 
Luna: Onde vamos? 
Caio: Ver uma casa, vou me mudar. 
Luna: Ah poxa, mas você acabou de chegar. -Fiquei triste, achei que ele fosse ficar de vez. 
Caio: Não dá pra morar com meu pai, preciso de liberdade. 
Luna: Mais? Meu pai não impede a gente de nada. 
Caio: Preciso de um lugar só meu pra entrar e sair a hora que quiser, sem dar satisfação pra ninguém e levar quem quer que seja pra lá. 
Luna: Ninguém merece, Caio. –Rolei os olhos-. Sério mesmo. 

Logo chegamos a uma rua que só havia casas maravilhosas, fiquei babando né. O Caio diminuiu a velocidade e foi passando olhando até que ele parou o carro ao lado de uma pessoa que estava na calçada. 

Caio: Vem. –Saímos do carro e o homem vestido socialmente veio ao nosso encontro. 
Xxx: Bom dia, sou o corretor de imóveis Saulo Ferreira e você deve ser o Caio Belucce? 
Caio: Sou eu mesmo. –Eles apertaram as mãos. 
Saulo: E você é a esposa dele? –Ele estendeu a mão para mim e eu apertei sorrindo para ele. 
Luna: Não, sou a irmã dele. 
Saulo: Me desculpe. –Ele deu uma risadinha agitada-. Bem vamos entrando para eu mostrar a casa.

Narração por Gael. 

A Luna havia me mandado mensagem avisando que não viria a aula. Fui pra faculdade com os meninos, o Lipe foi pra sua sala e eu fiquei fazendo hora com o Bruno do lado de fora. 

Bruno: Ai mano, ontem estava conversando com a Íris e ela tocou no assunto da Maia. 
Gael: E o que ela disse? –Perguntei sem muito interesse nesse tipo de conversa. 
Bruno: Ela foi ver como a Maia estava, ai quem atendeu foi o irmão dela e ele disse que a Maia estava muito estranha. 
Gael: Estranha do tipo? 
Bruno: Falando sozinha, andando pela casa desorientada, ansiosa demais, se irrita com facilidade. 
Gael: Que fita ein mano. –Cocei a cabeça e ri. 
Bruno: Que fita? Gael o lance é sério. –Olhei pra ele e ele estava com a cara séria. 
Gael: Qual foi Bruno? 
Bruno: Gael, conversa com a Maia. Vocês eram amigos, ela te ouvia. Independente do que aconteceu com a Luna, tenta colocar algo na mente dela. Eu sei que vocês brigaram por causa da Luna, mas podem se entender. 
Gael: Não vou me indispor com a Maia, ela sempre leva para um lado enquanto eu quero outro. 
Bruno: Porra mano os dois são adultos, podem se entender. A Maia não está bem, se até o irmão dela está preocupado, porra o que custa? Vai esperar ela dá uma louca por ai? 
Gael: Que papo é esse mano? Ta dizendo que a Maia está surtando por causa do meu namoro com a Luna? 
Bruno: Talvez a gente não tenha dado tanta importância para o que a Maia de fato sentia pela Luna e agora ela está assim. Você está nessa relação com a Luna pode ter desencadeado algo que nem a Maia sabia.
Gael: Vou conversar com ela. –Disse pensativo porque a Maia não teve uma infância fácil e olhei a hora no meu celular-. Tenho que ir pra aula. 
Bruno: Beleza mano. –Levantei e fui andando pensativo no que o Bruno falou. Será mesmo que está rolando essas paradas com a Maia só por conta do meu relacionamento? Ou seria outra coisa? Entrei na minha sala e procurei um lugar vago. Não custou nada, a Raíssa veio e ocupou um lugar perto de mim. 
Raíssa: Bom dia Gael. –Ela me deu um beijo no rosto e se sentou novamente. 
Gael: Bom dia Raíssa. 
Raíssa: Dormiu bem? 
Gael: Dormi sim e você? 
Raíssa: Não tão bem. –Ela fez uma carinha triste e eu dei um sorriso sem graça pra ela-. Te mandei mensagem ontem, nem respondeu. 
Gael: Foi mal, estava na casa da minha namorada e nem deu pra te responder. Meu dia foi muito corrido. 
Raíssa: Ah entendo. –Ela mordeu o canto dos lábios-. Não sabia que você namorava. 
Gael: Namoro sim, a Luna, ela faz medicina. 
Raíssa: Ah... Não conheço. –Ela deu uma risadinha. 
Gael: Depois te apresento. 
Raíssa: Claro, vai ser um prazer. –Ela deu um sorriso provocador e virou para frente quando o professor entrou na sala. 

Durante a aula, a Raíssa sempre tinha um motivo pra poder conversar comigo, ou seja, ela não me deixou quieto um segundo sequer. Sai da sala já estresssado com o falatório excessivo da Raíssa e no meio do caminho topei com a Maia no corredor andando como o corredor fosse um palco e ela o centro das atenções. Na verdade ela sempre andou assim, só que antes eu achava graça. 

Gael: Precisamos conversar. –Parei na frente dela e ela abriu um sorriso cínico. 
Maia: Quer conversar? Sobre o que? Será que é do meu interesse? 
Gael: Não banca a criança comigo. –Endureci o olhar e a puxei para um canto. 
Maia: Me solta. –Ela se soltou de mim e me encarou de frente-. Sua namorada não vai gostar de nos ver conversando.
Gael: Primeiro a Luna não liga, segundo não tenho interesse em você e terceiro minha NAMORADA não está na faculdade. 
Maia: Ah bem. –Ela me olhou cínica novamente e eu odeio quando me olham assim-. E o que deseja conversar comigo, Sr. Garcia? 
Gael: Muda o tom comigo Maia? Tenho cara de quem está pra gracinha? 
Maia: Sinceramente? –Arqueei uma das sobrancelhas-. Pensei que você fosse o Fofão do Carreta Furacão. –Ela riu sozinha, encostei na parede ainda sério. Infantilidade está transbordando nela. 
Gael: Quero papo sério. 
Maia: Então manda meu bem, você que fica nesse lenga-lenga e não fala nada. 
Gael: Beleza, eu quero saber o que está acontecendo com você. Algumas pessoas estão preocupadas... –Ela interrompeu. 
Maia: Algumas pessoas preocupadas? –Ela riu-. E você veio fazer o que aqui? Fingir estar preocupado? Escuta só uma coisa Gael: Você pra mim morreu está me entendendo? Não ainda... –Ela me deu um tapa na cara e saiu andando. 

Olhei para o lado e tinha umas pessoas que estavam olhando, mas logo continuaram andando pra disfarçar. Que merda, essa menina é totalmente louca. Agora deu pra me ameaçar? 

Agora dá onde já se viu, uma mulher inteligente como a Maia, que conseguiu passar em Direito, se sujeitando a esse tipo de coisa. Louca, completamente louca. 

Sai dali puto, entrei no meu carro e fui direto para minha casa. Quando cheguei, o Bruno estava com a Íris juntos no sofá.

Bruno: Eita mano, que cara é essa? 
Gael: Não deu certo conversar com a Maia. –Falei puto. 
Íris: Você tentou falar com ela? 
Gael: Tentei e a doida me deu um tapa na cara. 
Bruno: Caralho viado. –Ele falou preocupado. Fui para o meu quarto irritado ainda.