MIL RAZÕES (F!)

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Narração por Gael. 

A Mirella não gostou da Luna, na verdade ela nem fez questão de tentar gostar dela. Tomara que ela morda sua língua. A Luna foi com o Lipe e eu fiquei vendo TV. 

—Essa garota é namorada do Felipe? –A Mirella perguntou. 
—Amiga dele. –Respondi. 
—Mal chegou e já foi para o quarto com ele, eu hein não tem modos não? –A Mirella reclamou e eu olhei feio pra ela. Antes que eu abrisse minha boca pra falar algo com ela, minha mãe interveio. 
—Sim, Mirella, ela tem modos. Mas como o Gael disse, ela é amiga do Felipe. Você só interpretou mal. –Minha mãe falou. 
—Essas amizades, sei bem. Murilo também falava que aquela cachorra que ele está agora era amiga dele. –Ela falou desconfiada. 
—Claro minha filha, você foi corna. Corna a sua vida inteira, em qualquer namoro que você se metia. Foi corna com o Murilo durante o namoro 3 vezes e as 3 vezes você o perdoou, foi corna no casamento também. Mirella ninguém te aguenta não, você é chata, sufoca qualquer um. O homem pra casar contigo tem que está bêbado e o Murilo procurou outra na rua para tirar o estresse que você causa em cima de qualquer pessoa. Eu estou nem 1 dia com você e já estou cansado. –Falei, levantei do chão e fui para o meu quarto. 

Minha mãe gosta muito de ficar fazendo a Madre Teresa, mas quando a Mirella não gosta de alguém ela fica arrumando mimimi pra ninguém gostar da pessoa também. Se ninguém a corta, ela continua falando. Então eu a cortei. 
Fiquei no meu quarto de boa, ouvindo minha música, até que a Luna entrou no quarto. Sorri pra ela e desliguei a música. Mas ela estava com a cara fechada. 

—Por que você falou aquelas coisas pra sua irmã? –Ela falou e parecia brava. A Luna colocou as duas mãos na cintura e bateu os pés. Se ela soubesse como ficava linda assim e como eu achava graça nisso.
—Falei mesmo, se não fosse pra falar a verdade eu nem sairia da cama. –Falei-. Pelo amor de Deus, Luna, a Mirella é insuportável. Ela é legal por 2 minutos e depois fica chata de novo. Ela não foi com a sua cara e quer ficar de blá blá blá falando merda. Não vem defendendo ela, porque quando você saiu com o Felipe ela tentou insinuar que você era uma vagabunda que veio aqui só pra fazer sexo com o Felipe. 
—O que as pessoas dizem a meu respeito não me incomoda, eu só devo satisfação ao meu pai e a minha mãe. Não justifica você ter jogado aquelas coisas na cara dela dessa forma, ela está sensível porque terminou com o casamento. Sensível porque sua mãe está com o meu pai. Assim como você ficou quando meu pai começou a namorar firme a sua mãe. Então dá um tempo também, Gael. –Ela falou sério e cruzou os braços. 
—Mas ela foi corna mesmo. –Falei tentando me manter sério, mas logo ri. 
—Você é horrível sabia? –Ela passou a mão no rosto e acabou rindo-. Tem nem como ficar séria com você. 
—Você que não conhece a Mirella. –Ri e dei de ombros. Ela veio até a mim e sentou no meu colo. A abracei pela cintura. 
—Essas coisas são dela e da Sara? 
—São sim, mas ela vai morar com a minha mãe. –Respondi-. Ainda bem, que se não esse prédio iria tremer de tanta treta. 
—Você não é fácil né Gael? –Ela riu. 
—Não sou mesmo, adoro um barraco. Ainda mais com a Mirella, ela cutuca e não aguenta. –Falei e ri-. Mas vem cá, cadê meu beijo? 
—Eu só vou te beijar depois que você pedir desculpas pra sua irmã. –Ela sorriu e eu olhei pra ela com cara de cu. 
—Você está defendendo uma pessoa que nem gosta de você. É tipo um judeu apoiar o Hitler. 
—Nada a ver Gael. A sua irmã precisa de apoio de você e da sua mãe, você pode ser um pouco menos pau no cu? 
—Eu sou muito amigável, um amorzinho, mas quando eu tenho ser sincero eu sou. Eu não vou lá pedir desculpas de falsidade só porque eu quero um beijo sendo que o sexo que fizemos está bem vivo na minha memória. Me contento com ele.
Tirei a Luna do meu colo e sai do quarto. Fui até a sala, o Lipe e o Bruno não estavam ali, muito menos a Sara. A Mirella estava conversando com a minha mãe na sala, ela estava chorando. 
—Gustavo Garcia. –Minha mãe me chamou pelo nome todo, fudeu! Rolei os olhos e abri a porta de casa-. Gustavo eu estou te chamando, está surdo ou eu vou ter que enfiar meu sapato dentro da sua orelha pra desentupir? 
—Calma mãe. –Virei pra ela-. O que foi? 
—Precisava falar desse jeito com a Mirella? –Ela perguntou. 
—Deixa, mãe, o Gael é um estúpido mesmo. –A Mirella falou. O ruim da Mirella que ela sempre faz drama e a minha mãe sempre acaba defendendo ela. Parece que aquelas criancinhas indefesas. Não sei da aonde sai tanta lágrima dessa jararaca. 
—Sou grosso mesmo, sou estúpido sim. Você me conhece há 20 anos e sabe que em todo esse tempo eu nunca gostei desse seu mimimi, dessa sua conversinha de menininha mimada. Eu falei aquilo mesmo, realmente acho aquilo que falei e não adianta. Você pode encher o Rio Tietê com toda essa sua lágrima falsa que não vai fazer eu mudar de ideia. Sofrimento pra mim é câncer e não o fim de um casamento que desde quando começou até Deus fez de tudo pra te afastar dele, mas a otária preferiu fechar os olhos e ir com o rabinho entre as pernas atrás de Murilo. –Dei as costas e sai de casa. Estava esperando o elevador e a Luna veio ao meu encontro.