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Narração por Emilly. 

Depois da viagem até São Paulo, as coisas com o Caio foram modificadas. Ele estava agindo de maneira mais aberta, amostrando um lado mais sorridente, não carinhoso. Acho que carinho do jeito que eu conheço não seja uma das características dele. Porém, ele demonstrava do jeito dele e isso era que o deixava diferente. 

Eu pensei que depois da viagem, seria cada um para o seu lado. Enganei-me. Já que o Caio se mostrou mais presente e receptivo. Apenas na empresa que eu mantinha a relação chefe-empregada. Mas ele me dava cada olhada indiscreta, que eu ficava até sem jeito. E foi em uma dessas olhadas que a Clarinha sacou tudo e eu tive que fazê-la jurar de pé junto que isso jamais sairia dali. Nem preciso dizer que ela surtou? 

Final de semana, eu senti que ele estava mais retraído, porém ele me explicou que estava preocupado com sua irmã. Fora também que desde sexta ele estava se mudando para sua casa nova. Apenas ficamos no meu sofá, um ouvindo a respiração do outro. Ele não estava querendo falar muito, eu que não iria forçar a barra não é mesmo? 

Na segunda-feira, cheguei correndo na empresa. O ônibus havia se atrasado. Quando entrei no meu andar de trabalho, havia um monte de homem parado no corredor com ar de importante. A Clarinha e nem a Luana estavam ali. Andei tentando parecer tranquila até a minha mesa, iniciei o PC e comecei a olhar a agenda do dia. Logo aquele monte de homem entrou para dentro da sala da presidência. O Caio chegou junto com o seu pai, os dois sempre bem trajados com ternos que eu sabia que custavam mais que a minha casa se bobear. Era incrível como os dois se pareciam e eram incrivelmente lindos. O Caio manteve o olhar sobre mim até se aproximar da minha mesa. 

Caio: Estão todos ai? 
Emilly: Eu olhei na agenda e até agora não sei o que está acontecendo. Não era essa a programação e... –Fiquei nervosa e senti meu rosto corar. 
João: Tudo bem Emilly, avisei apenas para a Ana Clara. 
Emilly: Tudo bem. –Assenti e abaixei a cabeça. O pai do Caio entrou na sala dele, na mesma sala onde estavam todos aqueles homens importantes. 
Caio: Olha firme, Emilly. –Ele pegou firme no meu queixo e me fez olhar pra frente-. Não demonstra insegurança.
Emilly: Tudo bem. 
Caio: Não “tudo bem”. Fala “com certeza”. Autoridade, docinho. –Ele passou o polegar pela minha bochecha e se afastou, ficando formal novamente. 
Emilly: Com certeza. –Sorri, ele piscou e foi para a sala. Sabia que dali eles não sairiam nem tão cedo. 

Não havia muito o que se fazer por ali, apenas fiquei organizando as coisas da empresa e esperando ordens. Quase 17 horas da tarde foi a hora que todos saíram da sala. Nenhum deles haviam almoçado. O João e o Caio cumprimentaram os homens com sorrisos e apertos de mãos. Parecia que tudo havia saído bem. Depois que todos os homens foram embora, o Caio esperou o elevador voltar e saiu com seu pai. A Clarinha e a Luana saíram da sala com suas agendas e com uma cara de derrota. 

Clarinha: Escapou de uma. 
Emilly: Imagino. –Dei uma risada e senti meu cel vibrar. Olhei rapidinho e era uma mensagem do Caio. 

Início da Conversa 
“Minha casa hoje, 20 horas, vou cozinhar pra gente” —Caio. 
“Por que não deixa para o final de semana?” —Emilly. 
“Porque eu quero te ver hoje” —Caio. 
“Se der tempo de eu ir em casa e voltar, tudo bem” —Emilly. 
“Hoje você vai dormir comigo” —Caio. 
“Para de decidir o que eu vou fazer” —Emilly. 
“Você não quer?” —Caio. 
“Quero 😂” —Emilly. 
“Então pronto” —Caio.
“Chato” —Emilly. Ele demorou uma eternidade depois para responder. 
“Pra te poupar tempo estou na sua casa pegando suas roupas” —Caio. 
“Isso é invasão de propriedade! Caio não mexe na minha gaveta de calcinha” —Emilly. 
“Ops” —Caio. 
“Eu odeio você” —Emilly. 
“Tenho preferência pelas brancas e vermelhas” —Caio. 
“Eu odeio você” —Emilly. 
“Já tenho minha favorita” —Caio. 
“Eu odeio você” —Emilly. 
“18:30 esteja me esperando do lado de fora da empresa” —Caio. 
“E se eu não estiver? Não vai chegar tão rápido aqui” —Emilly. 
“Você vai estar e eu desconheço limite de velocidade quando estou sozinho” —Caio. 
“Eu odeio você” —Emilly. 
Fim da Conversa 

Parei de dar confiança para o Caio e fui caçar o que fazer. Fiquei ali até o meu expediente acabar. Arrumei minhas coisas e sai dali junto com as meninas. 

Clarinha: Amiga vai fazer o que hoje? 
Emilly: Dormir. 
Clarinha: Não quer nem sair pra comer uma pizza com o pessoal da empresa? 
Emilly: Em plena segunda? Não. 
Clarinha: Tudo bem chata. –Ainda bem que a venenosa da Luana ficou de bico fechado. Saímos da empresa, a Clarinha foi para o ponto e eu caminhei até o carro do Caio que estava parado um pedação depois da empresa. Ainda bem, ainda dava pra manter a descrição. Quando cheguei perto do carro, ouvi o barulho da porta destravar e ele ligou o carro. Entrei e fechei a porta. 
Caio: Bem no horário. –Olhei para a hora no carro dele e eram 18:30. 
Emilly: Você é um saco, Caio. 
Caio: Gosto quando você me elogia. 
Emilly: Bobo. –Ele aproximou o rosto do meu e trocamos alguns beijinhos-. Quero saber se pegou as roupas certas. 
Caio: Eu semprei sei o que as mulheres gostam. 
Emilly: Para de ser convencido. 
Caio: Você fica boa de qualquer forma.
Emilly: Para com isso, Caio. –Disse tímida e ele me deu mais um selinho.

O Caio ficou direito e deu partida no carro. Fomos conversando algumas coisas até a casa dele e quando chegamos tive que segurar meu queixo para não cair. Eu nunca havia visto a casa dele, eu sabia que a casa do pai dele era uma puta mansão, mas a dele também não fica atrás.

Saímos do carro e o Caio pegou uma bolsa minha onde eu já liguei as pontas achando que ali tivesse minhas roupas. Entramos em sua casa e era um luxo só por dentro. Dava até medo em encostar em algo. 

Emilly: Moram quantas famílias aqui? –Ele riu. 
Caio: Apenas eu. 
Emilly: Ta né. –Qual a necessidade de uma casa desse tamanho só pra ele dormir? Porque o bonitão passa o dia fora. 
Caio: Para de reclamar. –Ele do nada veio por trás e me pegou no colo. 
Emilly: Me coloca no chão besta. 
Caio: Fica quieta. –Ele me puxou para um beijo e subiu as escadas comigo aos beijos. 

Eu e o Caio nunca nem chegamos perto de fazer sexo, não sou virgem, mas também não vou jogar a xota na cara dele né? 

Ele me levou para o seu quarto, me colocou sentada na cama e ligou as luzes. Então pude ver detalhadamente como o quarto dele era lindo e bem decorado. 

Emilly: Espero que você cozinhe bem, estou morrendo de fome. 
Caio: Não morei na Itália a toa. 
Emilly: Para de humilhar meu arroz com feijão. 
Caio: Eu gosto da sua comida. –Ele me deu um selinho, tirou seu sapato, paletó, colete e sua gravata. Deve ser um saco ter que trabalhar todo fechado assim.

MIL RAZÕES (F!)Where stories live. Discover now