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Narração por Caio. 

Se eu olhasse para o Caio de 4 anos atrás não imaginaria que eu me tornaria no Caio atual. 

Eu pensei que eu e a Emilly, por conta das nossas diferenças, uma hora ela se cansaria e iria embora. Engano meu, sempre que rolava alguma briga, parecia que algo estava ali para nos fazer se sentir bem e entender o que o outro queria dizer. 

A Emilly no primeiro ano comigo sentia muita falta de sua mãe, da sua casa, então além de namorado eu tinha que ser o suporte dela. Porque a gente morava juntos e eu sabia quando ela havia acabado de chorar. Muitas vezes já a ouvi falar sozinha dentro do banheiro como se conversasse com sua mãe. Não que ela visse o espírito da mãe dela, mas era a forma que ela via de se sentir confortável. 

Ela conseguiu terminar seu colégio e fiquei muito feliz quando ela conseguiu passar na faculdade de contabilidade. Era uma área que ela se sentia confortával e que eu sabia que ela se sairia bem. Como a faculdade estava exigindo muito dela, acabei pedindo que ela se afastasse da empresa por um tempo. Brigamos? Claro que brigamos. Eu tive que dormir no sofá porque a mandona não via que a empresa estava cobrando cada vez mais dela e a faculdade também. Fora também que quando assumimos nosso relacionamento abertamente, uma das secretárias, acho que o nome é Luana. Fez alguns comentários maldosos e eu ouvi a Clarinha aconselhando a Emilly ignorar qualquer tipo de comentário. 

Apesar de todas as brigas, de todos os carinhos, de todas as nossas noites de pura putaria e prazer, eu e a Emilly nos completávamos. E eu não esperava mais está casado com a minha princesa. Já vivíamos como casados, mas era algo oficial sabe? Dava uma animação. 

Acordei na terça-feira com a Emilly dando vários beijinhos no meu pescoço. 

Emilly: Acorda, amor. –Abri um sorriso e virei na cama. Abri os olhos e a Emilly tinha uma bandeja de café da manhã nas mãos-. Trouxe café na cama para o meu aleijadinho. 
Caio: Eu não estou aleijado. –Rolei os olhos. 
Emilly: Cala a boca e come tudo. 
Caio: Depois eu sou grosso. 
Emilly: Você é grosso. 
Caio: Grosso é meu pau.
Emilly: Que não tem utilidade alguma enquanto você estiver aleijado. 
Caio: Emilly fica me provocando mesmo que quando eu tirar esse gesso da perna vou colocar em você em cada canto dessa casa. Até dentro da piscina. 
Emilly: Alexandre Frota você né? 
Caio: Caio Belluce mesmo. 
Emilly: Vai lá gostosão. –Ela riu e me deu um beijo no rosto. Ela me deu a bandeja e tomei meu café da manhã. Enquanto ela se arrumava pra ir pra faculdade. 

Eu havia quebrado perna descendo às escadas da empresa porque o elevador estava com defeito. A Emilly ao invés de me ajudar ficou rindo da minha cara por meia hora até chamar um dos seguranças pra me ajudar ir para o hospital. Ótima namorada não é? Perfeita. 

Terminei meu café da manhã, levantei da cama com cuidado e peguei minhas muletas. Fui até o banheiro, urinei e escovei os dentes. Voltei para a cama e liguei a TV do quarto. 

Emilly: Vai caçar o que fazer, Caio. –Ela passou por mim toda perfumada e arrumada indo até sua bolsa que estava em cima de uma cômoda. 
Caio: Para de brigar comigo. 
Emilly: Está carente amor? 
Caio: Estou. 
Emilly: Os canais pornôs essa hora são um espetáculo. 
Caio: Você me trata tão mal.
Emilly: Bobo. –Ela largou sua bolsa e veio rindo até a mim. Ela me deu vários beijinhos pelo rosto e pescoço-. Sabe que eu te amo né? 
Caio: Imagino que sim. –Debochei e ela me deu um tapa. 
Emilly: Você é tudo pra mim. –Ela sorriu e selou nossos lábios. 
Caio: Te amo. –Trocamos alguns beijos e ela nem ligou de eu ter borrado só um cadinho seu batom. O beijo da Emilly era ótimo, viciante e eu nem queria que ela saísse de perto de mim hoje. Mas como nem tudo é como eu quero né? 

A Emilly foi pra faculdade, mas antes de sair me ajudou a tomar banho e depois eu fiquei em casa em um tédio infinito. A empregada estava arrumando as coisas e toda hora vinha me perguntar as coisas. 

Na parte da tarde, a Emilly chegou da faculdade e abriu a porta do quarto. 

Emilly: Eu não acredito que você ainda está na mesma posição. 
Caio: Eu não tenho muito como me locomover. 
Emilly: Porque não vai malhar os braços? Quero ver quando deixar de ser aleijado se vai me pegar no colo. –Ela falou toda abusada e sentou ao meu lado na cama. 
Caio: Você magrela desse jeito e você acha que eu não te pego? 
Emilly: Eu sou gostosinha. 
Caio: Magrela. 
Emilly: Poxa amor. –Ela me deu um selinho e levantou da cama. A Emilly foi caminhando para o banheiro. 
Caio: Vou pedir comida japonesa pra gente ta? 
Emilly: Sabe que eu não gosto dessas comidas com coisa crua, começa não. –Dei risada. 
Caio: Estou brincando. –Sabia que ela diria isso. 
Emilly: Posso cozinhar pra gente? 
Caio: Claro que pode. –Ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado e eu fui dispensar a empregada. Logo a casa era só minha e da Emilly. Sentei na sala e a Emilly desceu às escadas. 
Emilly: Sai da cama pra sentar no sofá. 
Caio: Tenha dó. 
Emilly: Claro que tenho. –Ela sentou do meu lado e eu puxei suas pernas pra cima da minha-. Faz uma massagem? 
Caio: Eu não.
Emilly: Poxa. 
Caio: Chata pra caralho ein. –Comecei a fazer massagem nos pés dela-. Como foi a aula? 
Emilly: Só tive uma aula hoje e fui marcar um horário na loja de noivas. 
Caio: Vai escolher seu vestido é? 
Emilly: Vou. –Ela deu um sorriso tímido e tampou os olhos com as mãos. 
Caio: Espero não ter que casar de gesso ou mancando. 
Emilly: Claro que não, semana que vem já está bom. Na nossa lua de mel se você não estiver bom eu durmo de burca. 
Caio: E você acha que burca me impede de algo? 
Emilly: Safado. –Ela me deu um tapinha. 
Caio: Eu vou poder ver seu vestido? 
Emilly: Claro que não. 
Caio: Mas eu já vejo muitas coisas suas, tipo sua... 
Emilly: Xiu, cala essa boca suja. –Ela riu e calou minha boca com as mãos-. Eu quero me sentir pura no meu casamento. 
Caio: Mas nada... –Ela calou minha boca de novo. 
Emilly: Pureza, não enche. 
Caio: Estou brincando. –Dei risada e dei um selinho nela-. Você vai ser a noiva mais linda. 
Emilly: Você acha? –Os olhos dela brilharam. 
Caio: Com toda certeza. –Assenti sorrindo. 
Emilly: Esqueci de te avisar, sua mãe vem para o Brasil seman que vem. Ela vai me ajudar com o vestido, ela achou legal já que minha mãe não está mais aqui. Eu só quero saber se não vai ficar um clima estranho porque a Andréia disse que também queria ir. 
Caio: Vai ficar? Tipo acho que não. –Dei de ombros-. Vocês mulheres que se entendam. 
Emilly: Ainda bem que você é lindinho, Caio. –Ela riu e me beijou.

MIL RAZÕES (F!)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum