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Narração por Bruno. 

O clima no AP estava pesadão. Estava muito puto com o Gael, apesar dele ser meu irmão de fé, sabia que ele havia pisado na bola com a Luna. Independente do que ele viu, acho que todo mundo tem direito de se explicar e depois disso é cada um para o seu lado. Mas sumir, deixar geral louco atrás dele e depois aparecer com vagabunda em festa, ninguém merece isso não. Eu e o Lipe ficamos sexta e sábado do lado da Luna, só acompanhando quanto que a garota estava sofrendo e nervosa.

O Felipe era o que estava mais puto com o Gael, também pudera, ele também era amigão da Luna. 

A noite chegou, a Íris mandou uma mensagem avisando que a Luna estava na casa dela e as duas iriam ter uma noite das garotas. Achei bom a Íris ficar do lado da Luna e conversar com ela. Porque eu e o Felipe fomos péssimos tentando acalmar a Luna. 
Eu pedi umas pizzas, chamei o Felipe e o Gael para comer. Estávamos na cozinha comendo, todo mundo calado.

Felipe: Bora deixar uma coisa clara aqui? 
Gael: O que? –Olhamos para o Felipe, ele é sempre o cabeça do AP. 
Felipe: Eu espero que você esteja ciente que você é um otário, que eu e o Bruno compartilhamos do mesmo pensamento. E que também eu só não te dei um soco na cara porque eu não aguento cair na porrada contigo e que também, que você esteja ciente que a Luna tem o homem que ela quiser na palma da mão dela. Homens que arrastariam um mundo por ela e que... 
Gael: Eu não quero saber disso, que a Luna fique com quantos... 
Felipe: Cala a boca que quando um burro fala o outro abaixa a orelha. –Ele olhou puto para o Gael, que também já estava puto. Eu só fiquei sentado na cadeira comendo e vendo a treta. Se o Felipe que não aguentava com o Gael estava falando, imagina eu que era o mais baixo dos dois? Acho mega broxante quando a Íris vai testando os saltos parada ao meu lado para não ficar mais alta do que eu. Mal sabe ela que eu gosto mesmo é das altas, mesmo ela ficando mais baixa do que eu sem salto. Mais baixa tipo 5 cm. 
Gael: Cara, eu só acho que você não deveria se meter nas minhas coisas. Deveria ficar igual o Bruno, sentar o cu na cadeira e comer quieto.
Felipe: O seu mal é fazer merda e sempre achar que está certo! Caralho vê se presta atenção na merda que tu fez! A Luna nunca traiu e nem traíria você. 
Gael: Eu vi porra! 
Felipe: Viu um cara a agarrando, mas você ficou pra ver o que aconteceu depois? 
Gael: Pra quê? Pra ver o sorriso do Eduardo? Eu não sou obrigado a nada. 
Bruno: Ta bom, Gael, você está certo, cada um para o seu canto. Chega né Lipe, quando ele perceber que a casa caiu vai ser tarde demais. Torço pela felicidade da Luna e que se foda o resto. –Peguei mais dois pedaços de pizza e arrastei o Felipe pra fora dali. Se não daqui a pouco iria rolar porrada. 
Lipe: Me deixa, Bruno. –Ele se soltou, abriu a porta e saiu de casa. Rolei os olhos e fui para o meu quarto. De dentro do meu quarto ouvi o Gael dar maior porradão batendo a porta do quarto dele. Já que meu quarto era do lado do dele. 
Bruno: QUEBRA TUDO FILHO DA PUTA, É VOCÊ QUE PAGA ESSA PORRA SOZINHO. 

Ele nem respondeu, eu também não iria falar mais nada. Peguei meu celular, fiquei comendo enquanto mexia nele. Não tinha nada pra fazer mesmo, domingão agitado, agora vai terminar em tédio. Sem a Íris, sem nada pra fazer. 

A segunda-feira chegou chuvosa e com muito frio. Tomei um banho, arrumei-me para faculdade, ajeitei minha mochila e sai do meu quarto. Fui até a cozinha, o Felipe tomava café da manhã e comecei a tomar o meu. 

Bruno: O gostosão já acordou? 
Felipe: Não quero saber. 
Bruno: Relaxa, Lipe, o Gael vai cair em si. 
Felipe: Depois de ter feito merda não adianta. 
Bruno: O Gael quando quer conserta os erros dele. Eu estou puto, mas também discutir com ele não vai adiantar nada. 

O Felipe assentiu, terminamos de comer e fomos pra faculdade.

Narração por Luna. 

Eu não iria pra faculdade na segunda, nem estava com ânimo. A Íris foi e eu fiquei ali. Aproveitei arrumei tudo, tomei um banho e fiquei deitada no sofá. Meu cel começou a tocar, era a Déia. 

Início da Ligação 
“Bom dia Déia” —Luna. 
“Bom dia Luna. Como está?” —Déia. 
“Bem e você?” —Luna. 
“Estou bem. Olha meu amor, estou ligando pra você porque eu quero me desculpar com você pelas atitudes do meu filho. Sinceramente não foi esse tipo de criação que dei pra ele, tentei conversar com ele e não foi nada fácil” —Déia. 
“Déia, você não tem nem o que se desculpar. Você não tem culpa de nada” —Luna. 
“Um dia você vai ser mãe e vai entender. Luna, você foi a melhor coisa que aconteceu na vida dele. Eu já não sabia o que fazer com o Gael, você o transformou” —Déia. 
“Eu sei, mas ele se destrói sozinho. Você fez tudo o que poderia fazer, foi uma boa mãe e sempre o ajuda em tudo que ele precisa” —Luna. 
“Vocês não vão mais voltar?” —Déia. 
“Não mais, Déia” —Luna. 
“Você vai ser sempre o meu amorzinho” —Déia. 
“Você também” —Luna. 
“Agora preciso ir trabalhar, beijos” —Déia. 
“Beijos” —Luna. 
Fim da Ligação 

Falar sobre o Gael com a Déia fez abrir mais a ferida no meu peito, logo eu estava feito uma idiota chorando por aquele imbecil. Nada tirava da minha cabeça a cena do Gael com a Raíssa, não sei se essa cena sairia. Eu esperava que sim, porque a cada momento que a cena se passava na minha cabeça, mais eu me feria e me machucava.

Umas 11 horas peguei minhas coisas e fui embora do apartamento da Íris. Cheguei em casa, fiquei vendo umas coisas da faculdade tentando concentrar minha mente em outra coisa. Mas sempre minha mente oscilava e eu lembrava do sorriso daquele cretino, da respiração ofegante dele na minha nuca quando estávamos fazendo sexo, da sua risada gostosa, das bobeiras, das safadezas. Eu me lembrei de como ele me fez se sentir viva. 

Peguei meu cel, li e reli aquela mensagem que ele me enviou por Facebook, aquilo havia sido como uma flecha no meu coração. Eu tentei me manter forte quando li perto dos meninos, mas não aguentei e desabei em chorar. O Bruno e o Felipe ficaram sem ter o que fazer. 

Eu já havia perdido o foco dos estudos, não sabia da onde vinha tanta lágrimas, porque eu me sentia morta por dentro. A cada segundo me vinha um flash de cada momento com o Gael. 

A empregada veio me chamar pra almoçar, disfarcei e enxuguei minhas lágrimas. Fui para a cozinha e comi por ali mesmo. Depois voltei para o meu quarto, enrolei-me no edredom e fiquei ali quieta na minha, até adormecer. 

Acordei com o meu cel tocando, olhei e era o Lipe. 

Início da Ligação 
“Oi Lipe” —Luna. 
“Estava dormindo? Acabei de sair da faculdade” —Lipe. 
“Estava” —Luna. 
“Nossa! A essa hora?” —Lipe. 
“Que horas são?” —Luna. 
“20 horas Luna” —Lipe. 
“Caramba, dormi muito” —Luna. 
“Quer que eu vá ai?” —Lipe. 
“Não precisa nego, eu vou voltar a dormir” —Luna. 
“Tudo bem princesa, beijos” —Lipe. 
Fim da Ligação

MIL RAZÕES (F!)Where stories live. Discover now