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Narração por Luna. 

Eu não estava nem um pouco animada para esse almoço de sábado, acordei já sem vontade nenhuma. O bom era que a Mirella viria com a Sara, o Felipe também disse que viria. Já eram 11:30, então fui direto para o banho e me arrumar. Tirei minha roupa e entrei no box, tomei um banho de 15 minutos bem gostoso e sai. Sequei-me, passei hidratante, desodorante e um pouco de perfume. Sai pelada mesmo e fui até o meu closet. Escolhi um biquíni preto que eu amo e coloquei uma saia florida.

Fui para o meu quarto, soltei meu cabelo, passei um rímel, um batom levinho e soltei meu cabelo. Calcei minhas havaianas, peguei meu cel e sai do meu quarto. 

Desci às escadas e ouvi risadas que vinham do deck. Fui até lá e quem estava era o meu pai junto com a Andréia, Mirella e Sarinha. 

—Bom dia lindos. –Falei ao entrar. 
—Bom dia flor do dia. –A Déia falou e veio me dar um beijo no rosto, a abracei de lado. 
—Já é boa tarde, filha. –Meu pai falou e riu. 
—Verdade. –Ri. 
—Oi linda. –A Mirella veio me cumprimentar. 
—Oi amor. –Falei-. Sarinha princesa! –A Sara correu e me abraçou. 
—Oi Luna linda. –Ela me deu um beijo na barriga, a peguei no colo e enchi o rostinho dela de beijos. 
—Oi meu amor. –Falei. 
Ficamos conversando enquanto meu pai tentava acender a churrasqueira, depois fui lá ver o almoço com a Déia e levá-lo para a mesa do lado de fora. A campanhia tocou. 
—Luna vai atender, deve ser o Felipe ou o Gael. –Meu pai falou.
—Ah verdade. –Peguei uma carne no pote e fui lá atender o portão. Sabe aquele cheiro de festa que você fica quando você acorda no dia seguinte porque não tomou banho antes de dormir? Agora junta esse cheiro com o da maconha, cigarro, álcool e coisas que meu olfato desconhecia. Esse era o cheiro. Mas o pior não era o cheiro e sim a situação do cidadão. Bêbado, talvez drogado. A cara da falta de dignidade. 
—Gael o que foi que você fez? –O segurei porque ele mal se aguentava em pé. 
—Minha mãe mandou eu vir... Então eu vi né caralho. –Ele falou embolado e tentou passar por mim. 
—Você não vai entrar aqui assim. A Déia não merece ver você nesse estado. Mais que porra Gael, por que você tem que se afundar assim? –O empurrei mais uma vez e ele parou em pé alguns centímetros a minha frente. Seus olhos estavam fundos e vermelhos. 
—Eu só quero ver a minha mamãe querida. –Ele sorriu irônico, então eu sai e bati o portão. 
—Vamos embora daqui, você não tem condições nenhuma. –Olhá-lo naquele estado fez o meu coração doer. Ele lutou um pouco, mas eu consegui enfiá-lo dentro do carro dele. Que estava estacionado bem no meio da rua. Ainda bem que nenhum vizinho chato meu estava passando de carro no momento. Alguém de moto se aproximava, então notei que era o Felipe. 
—LUNA VOCÊ NÃO PODE ME IMPEDIR DE IR VER A MINHA MÃE! –O Gael gritou de dentro do carro e tentou sair. Então eu bati as portas e tranquei. Olhei brava e o Felipe parou com a moto do meu lado. 
—O que está pegando? –Ele falou olhando preocupado-. O que aconteceu com o Gael? 
—O Gael está bêbado, Lipe! Parece que ele saiu de uma festa e veio direto pra cá. Quem fica nesse estado às 12 horas? 
—Ele saiu ontem Luna, nem passou em casa. –Ele explicou-. Caralho mano que merda ele se meteu. 
—Dá uma volta no meu pai, dá o seu jeito, eu vou tirá-lo daqui ok? –Falei. 
—Você vai ficar bem? –Ele perguntou me olhando. 
—Eu vou. –Falei com o meu coração na mão. 
—Toma minhas chaves pra você abrir a porta do apartamento. –Ele me entregou suas chaves-. O Bruno saiu.
—Valeu, estou indo. –Falei, dei um beijo no rosto dele e entrei no carro. 

Quando entrei o Gael estava dormindo e roncando. Era só o que me faltava. Olhei dentro do carro dele e havia pacotes vazios de camisinha. Havia até mesmo resto de cigarro e garrafas de cerveja vazias. 

Eu nunca me senti tão mal como estava me sentindo em ver o Gael nessa situação. Passei a mão no cabelo dele e fiz carinho em sua cabeça. Dei partida no carro e dirigi até o prédio dele. Entrei com o carro na garagem e antes de sair do carro acordei o Gael. 

MIL RAZÕES (F!)Where stories live. Discover now