50

26.7K 1.7K 375
                                    

Narração por Emilly. 

Ouvi batidas na porta, levantei da cama e fui atender. Abri a porta e era o Caio, ele estava com roupas normais, nem parecia que ele logo levaria toda aquela empresa nas costas. 

Emilly: Oi? 
Caio: Vamos almoçar? 
Emilly: Pode esperar um pouquinho? Nem tomei banho ainda. 
Caio: Certamente. –Ele deu de costas e voltou para o seu quarto. 

Fui para aquele banheiro maravilhoso e tomei um banho de 15 minutos, sai enrolada na toalha do hotel mesmo e fui para o quarto. Abri a minha mala em cima da cama, separei a minha roupa e as minhas peças íntimas. Me vesti rapidamente, fiz uma make básica, coloquei uns acessórios simples, passei hidratante, desodorante e perfume. 

Terminei de me arrumar, sai do quarto e bati na porta do Caio. Logo ele saiu do quarto e abri um sorriso ao me ver. 

Caio: Está cheirosa. –Ele elogiou. 
Emilly: Antes eu estava fedendo? 
Caio: Não, claro que não. –Ele ficou sem graça-. É que... Esquece. 
Emilly: Tudo bem. –Ele fechou a porta do seu quarto e saímos. 
Caio: Disseram que o restaurante daqui do hotel é bom. 
Emilly: Ok. –Descemos às escadas e fomos para o restaurante do hotel.

Sentamos em uma mesa e um garçom nos trouxe dois cardápios. Dá uma raiva de cardápio de gente rica, porque eles não colocam logo o que é que tem em cada prato? Precisa colocar nome estranho e em outra língua? Ninguém merece isso não Brasil. 

Caio: Emilly? 
Emilly: Oi. –Olhei pra ele. 
Caio: Você faz uma cara muito engraçada quando olha o cardápio. 
Emilly: Faço? –Droga!
Caio: Faz. –Ele riu. 
Emilly: Isso é judiação comigo, onde eu moro não é assim viu. Se eles colocam no catálogo x-bacon, vai vir x-bacon e você já imagina as coisas que podem vir. Agora nisso aqui, que droga Coq au vin? –Ele deu uma risada longa. 
Caio: Faz de novo esse biquinho. 
Emilly: Não tem graça. –Rolei os olhos. 
Caio: Desculpa, mas o seu biquinho falando francês é ótimo. 
Emilly: Engraçadinho. –Larguei o cardápio de lado. 
Caio: Pois bem, você quer ir em outro restaurante? 
Emilly: Sério? 
Caio: Sério, deixo você escolher qualquer um. 
Emilly: Eu não, seu estômago deve ser de princesa, capaz de ter uma intoxicação. –Ele fez cara de cu e rolou os olhos. 
Caio: Eu não sou fresco assim não. 
Emilly: Você ainda não me provou do contrário. 
Caio: Não sabia que tinha que provar algo a você. 
Emilly: Também não, mas agora sim. 
Caio: Certo. –Ele sorriu, ah se ele soubesse o quanto o sorriso dele era lindo, viveria sorrindo. Ele é sempre tão sério, fechado no seu mundo, sempre trocando poucas palavras. O garçom veio para anotar nosso pedido-. Então, não vamos ficar, desculpa. –Ele levantou e eu levantei junto. Ele deu o abraço para mim e eu peguei, saímos do restaurante e fomos em direção a saída do hotel. 
Emilly: Você por acaso sabe andar por aqui? 
Caio: Não. 
Emilly: Então como vamos comer se eu também não conheço 
Caio: Você que queria comer em outro lugar. 
Emilly: Sim, vamos comer comida de pobre e encher a pança. Com 15 reais você enche o bucho sabia? Com 300 contos nesses restaurantes que você vai não come nada.
Caio: Está certo. –Ele riu gostosamente. Pegamos um táxi e eu pedi que ele nos deixasse em um restaurante self service mais próximo. 

Assim que chegamos, tive que ensinar o lindo como funcionava as coisas ainda. Depois de almoçarmos, pagamos pelo nosso prato e saímos do restaurante. 

Emilly: E ai, gostou? 
Caio: Nada mal. 
Emilly: Isso ai, estamos cheios agora. –Ri. 
Caio: Doidinha você. 
Emilly: Que nada, tem que aproveitar muito e gastar pouco. 
Caio: Está certa. –Fomos andando até um parque que havia logo na esquina e sentamos na grama. 
Emilly: SP é bonito. 
Caio: Prefiro o RJ. 
Emilly: Entre RJ e Itália? 
Caio: Itália é maravilhosa né, mas o RJ é a minha casa. 
Emilly: É bom ficar em casa. 
Caio: Sim, sempre é bom voltar. –Ele me olhou e sorriu. Sorri de volta e ele não desviou o olhar do meu, ainda mesmo sorrindo. Eu estava encantada com aquele sorriso, com aquele olhar penetrante e senti minhas mãos suarem. Desviei o olhar e sequei minhas mãos na minha saia. 
Emilly: Érr... 
Caio: Então... Me fala da sua vida. 
Emilly: Minha vida? –Pensei-. Bem, eu só trabalho e volto pra casa, passo o final de semana sozinha. Nada demais. 
Caio: Imagino. 
Emilly: E a sua? Imagino que seja bem mais agitada que a minha. 
Caio: Ela anda um pouco devagar, trabalhar não me cansa. Preciso de um pouco mais de agito. 
Emilly: Eu quero paz. 
Caio: Um pouco de cada faz bem. 
Emilly: Não é bom viver de excessos. 
Caio: Não mesmo. –Ele me olhou e abriu um sorriso fofo-. Vem cá Emilly, se aproxima. –Olhei estranha e me aproximei dele.
Emilly: O que foi? 
Caio: Agitação e paz são coisas relativas. –Dito isto ele me beijou.

Assim sem mais nem menos. Meu coração batia tão forte que eu acho que demorei para corresponder ao beijo, mas quando me vi estava totalmente entregue àquele beijo quente. Eu nunca havia parado pra imaginar como seria o beijo do Caio, assim como a Clarinha já havia feito algumas vezes e chegou a compartilhar comigo seus pensamentos. Mas estava além de suas suposições, era gostoso demais, chegava a ser viciante. Eu nunca cheguei a cogitar que algum dia estaria nessa situação, claro que o

Caio é um puta de um homem gostoso, mas era meu chefe. Ele é a zona proibida. Mas tudo que é proibido é gostoso né? Nossa. 
Fui parando o beijo com selinhos e sorri tímida pra ele. Já fazia um tempão que não ficava com ninguém. 

Emilly: Nossa... –Olhei pra baixo enquanto eu sentia o olhar dele sobre mim. 
Caio: Não deu pra segurar. 
Emilly: Olha, por favor, não conta para o seu pai isso. Ele vai me mandar embora se descobrir, o Sr. Belluce vai me matar. –Disse sentindo um medo de perder esse emprego. 
Caio: Emilly? Para, relaxa. Eu que te beijei, eu quis te beijar, eu estou querendo você já faz um tempo. 
Emilly: Me querendo? –Olhei pra ele. 
Caio: Não percebeu? 
Emilly: Que você é estranho? Sim, claro. 
Caio: É o meu jeito. –Ele fez uma cara um pouco triste, mas logo mudou de expressão. 
Emilly: Eu só não digo fofo, porque isso não combina contigo. Mas sério, você é um caso a ser pesquisado. 
Caio: Começa pesquisando minha boca. –Ele sorriu e me beijou novamente.

MIL RAZÕES (F!)Where stories live. Discover now