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Narração por Emilly. 

Eu acordei com o som do meu celular tocando, o Caio também pareceu acordar. Estava no mundo da fantasia, sentindo-me leve e feliz. Parecia está dormindo em nuvens e o cheiro do Caio me deixava cada vez mais apaixonada. Então me assustei lembrando que tinha que trabalhar. Levantei da cama em um salto e o Caio olhou pra mim. 

Caio: Volta pra cama. 
Emilly: Tenho que trabalhar. –Catei minhas peças íntimas, vesti, peguei minha bolsa e desliguei o despertador do meu celular. 
Caio: Esqueceu com quem estava dormindo? 
Emilly: Independente com quem eu dormi, não vou fazer disso um privilégio. –Peguei minha bolsa de roupa e fui para o banheiro.

Tomei um banho e vesti-me. Infelizmente ele não havia trago meu perfume, hidratante e nem minha maquiagem. Então usei o hidratante e o desodorante dele. Sai do banheiro e ele ainda estava deitado na cama. 

Caio: Você me interpreta muito mal sabia? 
Emilly: Não leva para o lado pessoal. 
Caio: Mais? 
Emilly: Não vamos brigar poxa. 
Caio: Não estou brigando, você que parece que acordou de mau humor. Não gostou da noite é só falar que eu abro a porta para você ir embora. -Parei e pensei antes de falar. Sentei ao lado dele na cama e fiz carinho no rosto dele. 
Emilly: Foi a melhor noite da minha vida, Caio. –Sorri e dei vários selinhos nele-. E eu quero que ela se repita mais e mais, sem prazos, sem data. Eu só preciso que você entenda que você nem sempre pode está no controle de tudo, muito menos de todos. Eu tenho um horário a cumprir, independente de você ser o futuro dono da empresa ou não. Eu preciso desse emprego entende? É ele quem paga minhas contas e eu não posso queimar meu filme com seu pai. Então por favor, não vamos tornar as coisas escuras. Você já tem sua vida feita, eu não, nem terminei o colégio ainda, eu tenho meus sonhos e eu nem sei se consigo realizá-los. –Ele fitava meus olhos e eu sentia que ele havia entendido.
Caio: Desculpa. –Ele disse alisando minha cintura e fitando meus olhos-. Estou sendo egoísta com você, só não sei como essas coisas funcionam e eu nunca tive uma namorada. –Meu coração deu um pulo quando ele disse a palavra namorada e eu abri um sorriso. 
Emilly: Estamos namorando? 
Caio: Se você quiser. 
Emilly: Eu quero. –O abracei e o enchi de beijinhos na bochecha. Acho uma graça quando ele trava com os meus abraços apertados repentinos, mas logo em seguida retribui. 
Caio: Dorme comigo mais essa noite? 
Emilly: Durmo. –Ele me deu vários selinhos. 

Depois ele levantou da cama e foi se arrumar para trabalhar. Terminei de me arrumar como pude e fiquei esperando o gostosão terminar. 

Descemos as escadas com ele segurando na minha mão, fomos para a cozinha e tomamos nosso café da manhã. A campanhia tocou e o Caio foi atender, fui atrás dele. Quando ele abriu a porta, era uma menina morena. Quem era essa garota? Senti meu coração bater forte e eu respirei fundo. 

Xxx: Caio! Meu carro quebrou aqui perto, vim andando e você precisa me levar na faculdade. Estou sem dinheiro para o busão. –Ela entrou na casa e jogou suas coisas em cima do sofá. 
Caio: Érr... –Então a menina me notou e abriu um sorriso ao me ver. 
Xxx: Ai meu Deus então você é a Emilly? –Ela se aproximou de mim-. Você é muito linda. 
Emilly: Você me conhece de onde? –Olhei desconfiada e sorri sem graça. 
Xxx: O Caio tem umas fotos suas no celular dele e uma vez ele me amostrou. Ele é super apaixonado em você, tipo não se assusta com o jeito dele. Ele é meio estranho e ogro, mas o coração é de rapaizinho. –Olhei para o Caio querendo uma explicação, ri com tudo aquilo. 
Caio: Ela é a minha irmã. 
Xxx: Você não falou de mim pra ela? –Ela olhou pra ele. 
Emilly: Ele não é de falar muito. 
Xxx: Prazer, sou a Luna. –Nos abraçamos e trocamos dois beijinhos.
Emilly: Meu nome você já sabe. –Ri. 
Caio: Luna é bem engraçadinha. –Ele coçou a cabeça. 
Luna: Claro, porque só assim pra eu conhecê-la. –Eu estava ficando sem graça e ri nervosa. 
Caio: Oh mala! Anda que eu vou te levar pra faculdade, fala menos que o dia mal começou e você já está falando feito uma matraca. 
Luna: Eu tenho que falar mesmo, a língua e a voz foram feitas pra isso e umas coisas. 
Caio: Luna cala essa boca! –Ele falou ciumento com ela. Deve ser difícil ter um irmão como o Caio. 
Luna: Ele é chato assim com você? 
Emilly: O tempo todo, vive me dando ordens e achando que me manda. 
Luna: Não dá mole, coloca ele pra lavar suas calcinhas. 
Emilly: Boa ideia. –Ri. 
Caio: Ih vocês duas! Anda. –Saímos da casa do Caio, ele tirou seu carro da garagem, a Luna entrou no banco de trás e o Caio abriu a porta da frente para mim.

Entrei, ele deu a volta e entrou no carro. Ele deixaria a Luna primeiro na faculdade. Eu amei a Luna, minha cunhada, conversamos o caminho inteiro. Deixamos ela na faculdade e ele seguiu para a empresa. 

Emilly: Pensei que tivesse dito que ela estava sofrendo pelo ex-namorado. 
Caio: Eu sou irmão dela e às vezes desconfio se realmente conheço a minha irmã. Quando fui embora, eu achava que ela era de um jeito, mas quando voltei as coisas mudaram muito. 
Emilly: As pessoas mudam. 
Caio: Mudam, concordo com isso, mas eu tenho que aprender a não ser egoísta e começar a enxergar as necessidades dos outros. 
Emilly: Concordo, olhar para o próprio umbigo não é bom. A gente tem que ter olhar sensível, olhar para alguém e saber o que ela precisa. Eu vejo você conversar com todas aquelas pessoas, mas você fala de acordo com suas necessidades. Nem tudo tem que girar em torno do seu poder aquisitivo, fico feliz quando você consegue o que você quer. Mas só relaxa um pouco, Caio, você não precisa ser sempre digamos um homem de poder, pode ser apenas o Caio. Gostei tanto de ontem, você era apenas o meu Caio. –Falei fazendo carinho no pé de sua cabeça. O Caio precisava ouvir a verdade e eu não iria dizer o que ele queria ouvir, mas o que ele precisava. Eu gostava tanto dele, eu me sentia tão bem ao seu lado.
Caio: Eu ganhei na loteria quando te conheci. –Ele parou no sinal, olhou para mim sorrindo e demos um beijinho rápido. 

Eu via que o Caio estava tentando melhorar, ser mais relaxado. Mas devo admitir, eu amava a estranheza dele. Seu jeitinho único de demonstrar afeto, seu jeito direto de falar as coisas. 

Chegamos à empresa, eu desci do carro uma rua antes por insistência minha. Ele seguiu para a empresa e eu andei sozinha. Entrei no elevador e subi até o meu andar junto com algumas pessoas. Entrei no meu andar e fui até a minha mesa, a Clarinha já estava lá. 

Emilly: Bom dia amor. –Dei um beijo no rosto dela. 
Clarinha: Está animadinha por que ein, posso saber? –Ela riu e eu corei. Lembrei na hora da minha noite inesquecível com o Caio. 
Emilly: Xiu! 
Clarinha: Tem a ver com um homem lindo, cheiroso e que sempre anda engravatado? 
Emilly: Não vou declarar nada. 
Clarinha: Conta pra mim! Por favor, para de me esconder os capítulos desse romance. –Ela me olhou suplicante. 
Emilly: Não vou contar nada. –Ri e fui fazer meu trabalho.

Eu tinha ciúmes dos meus momentos com o Caio, queria guardar só pra mim e reviver cada segundo do meu dia. Eu tentei me concentrar no meu trabalho, mas só de ouvir o barulho da porta do elevador se abrindo, olhei direto e vi o meu namorado entrando.

Ele conversava animadamente em outra língua com um cara que nunca vi na vida. Eu sentia um orgulho dele, o Caio era muito bom sendo o Caio. Ao se aproximar da minha mesa, ele me deu uma olhada que eu me senti nua ali mesmo. Me acomodei na cadeira e voltei a atenção para o PC. O Caio entrou na sala com o homem e eu não tive como soltar um suspiro. 

Clarinha: Safada! –Ela falou para mim. 
Emilly: Vai trabalhar Ana Clara! –Ri para ela. O dia foi tão cheio, tão cansativo, que até mesmo o Caio sem dizer, eu sentia que ele só queria carinho e ter mais uma noite de prazer.

MIL RAZÕES (F!)Where stories live. Discover now