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Narração por Gael. 

Os meninos saíram e falaram que iam na boate, me deram o nome e disseram para eu aparecer por lá. Eu sabia que a Luna iria, estava louco para vê-la, mas não fui na intenção de tê-la de volta. Fui pra curtir a noite e não ficar em casa sozinho. 

Tomei um banho, me arrumei no estilo, caprichei no perfume e sai de casa. Entrei no meu carro e segui para a boate. 

Quando entrei, subi para a área VIP. Estava cheia a boate e tinha muita mulher gostosa, mas hoje iria segurar a minha onda. De longe vi o Caio então fui em sua direção. Os meninos estavam bebendo, enquanto logo na frente deles a Íris dançava com uma garota e a outra era a Luna.

Surpreendi-me ao ver a minha Luna com um copo de bebida na mão. 
Pensei que o Caio não fosse falar comigo, mas até que ele foi de boa e me cumprimentou. Falei com o Bruno e com o Felipe. Não gostei nada de ver a Luna bebendo, ela nunca foi disso.

Não era porque eu havia parado de beber, era porque ela nunca bebeu mesmo. Me segurei pra não perguntar para o Lipe, porque eu prometi que a Luna não seria assunto essa noite. 

Íris: Meu nego você veio! –Ela veio na minha direção e me abraçou. A minha atenção continuava na Luna dançando junto com a outra menina até então desconhecida. 
Gael: Oi nega. 
Íris: Não vai beber? 
Gael: Parei. 
Bruno: Milagres acontecem. 
Felipe: É pra glorificar de pé a igreja né irmãos? 
Gael: Amém. –Rimos. 

Eu estava parado conversando com os meninos, enquanto via a Luna dançar. Ela já havia notado minha presença, mas fingiu não ligar. Ela já estava no seu terceiro copo de bebida e eu estava a vigiando mesmo. Ela estava linda, perfeita, feita só para mim. Dançando toda espetacular.

Caio: Disfarça. –Ele deu uma risada, mas ficou de sério de novo. 
Gael: Não dá. Ela é linda demais. 
Felipe: Mal dos Garcias é reconhecer só quando perde. 
Gael: Nhenhenhe. –Rolei os olhos. O Felipe não demorou muito e saiu pra pegar mulher. 
Chegou um cara pra ficar com a Luna, ela parou de dançar e foi conversar com ele. Fiquei nervoso e puto, não queria que ela ficasse com ninguém. 
Bruno: Vish perdeu! –A Íris veio abraçar o Bruno e a menina com ela, abraçou o Caio. Maior chato ficar de vela.

Tentei ficar olhando para os outros lados, aquilo ali estava um saco mesmo viu. Olhei para um canto e vi a Luna ficando com o cara, me deu um aperto no meu coração. Ela sorriu entre o beijo e eles continuaram a se beijar. A cada segundo eu estava perdendo a minha Luna, a minha princesa e eu havia fracassado mais uma vez. 

Dei um tapinha no ombro do Bruno e do Caio, despedi-me das meninas e fui embora. Não iria ficar em um lugar onde não estava me fazendo bem. Não iria ver a Luna com outro homem. E agora eu entendi a Luna quando me viu com a Raíssa. 

Sai da boate, entrei no meu carro, passei em uma lanchonete, pedi uns lanches pra viagem e fui pra casa.

Assim que cheguei, tirei minha roupa, sentei na sala de cueca mesmo e comecei a comer. Muito melhor comer e ver desenho, do que ver a mulher da sua vida aos beijos com outro cara. 

Acordei no dia seguinta umas 11 horas, tomei um banho e fui tomar café da manhã. Achei bem estranho porque os meninos não estavam em casa, mas o Felipe com certeza deveria está enfiado em algum canto com alguma mulher e o Bruno dormiu na Íris. Peguei as minhas chaves, sai de casa e fui pra casa da minha mãe. Quando cheguei, só estava a Mirella com a Sarinha na sala. 

Gael: Oi Mi. 
Mirella: Oi Gael. –Ela respondeu meio desanimada. 
Gael: Por que está assim? 
Mirella: Nada não. Fica com a Sarinha pra mim? Vou ver o almoço. –Assenti, ela levantou e foi pra cozinha. 

Fiquei com a Sara na sala com ela me pentelhando até a hora do almoço.
A Mirella estava triste, isso estava escrito na testa dela, mas o que eu posso fazer se quem está errada na história é ela?

Gael: Mirella, por que você não liga para o Lipe? –Disse enquanto colocava comida no meu prato. 
Mirella: Ele não me atende mais. 
Gael: Vacilou cara, Murilo nunca foi homem pra você. O Lipe faltava lamber o chão que você pisava. 
Mirella: Eu sei Gael! Sei disso muito bem. –Ela disse estressada e colocou o prato na mesa pra Sara comer sozinha. 
Gael: Eu estou falando numa boa com você, será que não pode fingir que você é gente não? 
Mirella: Ah me erra, Gael! Você gosta de cutucar a ferida. 
Gael: Eu não estou te cutucando sua ignorante, eu estou apenas dizendo que o Lipe é louco em você. Se você parasse de ser tão egocêntrica iria ver que a verdade está na sua fuça. Uma hora vai aparecer uma menina para o Felipe e ele vai esquecer que você existe. 
Mirella: Pois que esqueça. –Ela saiu da cozinha brava. A Sara me olhou confusa e eu abri um sorriso sem graça. 
Sara: Minha mãe vive estressada, fica bravo com ela não tio Gael. 
Gael: Não estou bravo, Sara, sua mãe tem que aprender com os erros dela. 
Sara: E por que ela não fica de castigo? Eu quebrei a planta da vovó e fiquei de castigo. 
Gael: Você pode ter certeza que castigo de adulto é bem pior. Eu queria ser criança de novo. –Sorri pra ela e comemos juntos. 

Passei a tarde toda ali com a Sara, a Mirella só aparecia de vez em quando pra ver como a Sara estava. Eu tinha certeza que se a Mirella conversasse direito com o Lipe eles acabariam voltando, eu sei que ele é louco por ela desde que ela cruzou a porta do nosso AP. Então não custa sabe? Correr atrás machuca um pouco, mas não custa tentar ser feliz. Mesmo que não desse certo. De noite fui pra casa e quando cheguei os meninos estavam jogados na sala. 

Gael: E ai gente! –Falei sorrindo, mas eles não sorriram de volta-. Que caras são essas?
Bruno: Mó merda ontem na boate viu? Ainda bem que tu foi embora, se não o porradeiro seria maior. –O Lipe olhou para o Bruno meio que dizendo que não era pra ele ter comentado aquilo, mas agora já era. Sentei no sofá e queria saber mais. 
Gael: Porrada? Por quê? 
Lipe: Nada não. 
Gael: Agora fala ué. Começou, então termina. –Olhei desconfiado. 
Bruno: A Luna estava bebendo né? Ela já estava chapada e as meninas quiseram ir no banheiro, então elas foram. Pelo o que a Emilly contou um cara parou a Luna e queria ficar com ela, só que a Luna estava mole de bêbada. A Íris estava lá na frente já, a Emilly não sabia de nada que também tinha bebido um pouco, pensou que fosse de boa. Mas o cara era quem? Hugo! –Só de ouvir o nome desse cara o meu sangue ferveu. 
Gael: Ele encostou na Luna? 
Lipe: Ele beijou a Luna a força, mas a Emilly nem se ligou que era e foi para o banheiro atrás da Íris. O Hugo dopou a Luna e levou ela pra fora da boate. 
Gael: Nem conta mais. –Sai do AP em um pulo só, peguei o elevador, desci até o subsolo, entrei no meu carro e dirigi até a casa da Luna. 

Quando cheguei, sai do meu carro e toquei a campanhia. Quem me atendeu foi o João. 

João: Gael? 
Gael: João, posso ver a Luna? 
João: Olha Gael, a Luna está bem, acho que não precisa. 
Gael: Por favor, João. Eu só preciso saber que ela está bem. 
João: Ela vai ficar bem, eu não aguento mais ver minha filha chorar e sofrer por causa de homem. Então desculpa, mas eu prefiro que você vá embora. Sei que sua presença aqui só iria trazer mais transtorno pra vida da Luna e eu a quero feliz. Eu vou tomar as devidas providências e cuidar muito bem da minha filha ok? 
Gael: Tudo bem. –Voltei para o meu carro com o rabo entre as pernas.

Eu queria ver a Luna, queria saber como ela estava. Eu não queria ouvir da boca dos outros, eu queria ouvir da dela. Eu queria cuidar dela, a proteger, fazê-la esquecer de todo mal que o Hugo já proporcionou em sua vida.

MIL RAZÕES (F!)Where stories live. Discover now