Capítulo 14

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Charlotte on

Assim que aquelas palavras foram ditas, assim que eu expus meu sentimento por impulso, Tom deu um sorriso sem jeito, seus lábios que já eram finos ficaram menores ainda de uma forma totalmente fofa. E quando eu digo que assumi por impulso, é verdade; eu não planejei falar isso e não esperava falar tão cedo, porque esses lances amorosos nunca deram muito certo pra mim, minhas experiências são péssimas, são pura ilusão e desilusão, e apesar do Thomas ser diferente de todos que eu já conheci, ele ainda me causava uma insegurança e eu não posso esquecer de quem ele é: Um homem jovem, bonito, milionário, dono de uma das maiores empresas de vendas da Inglaterra, solteiro, atraente e realmente, realmente cobiçado.

Ele pode facilmente ter a mulher que desejar nas mãos dele e imagina quantas mulheres incríveis e interessantes, ele já não deve ter conhecido, e claro minha mente não consegue esquecer daquele nome recente.

Eu não sei, não sei mesmo o porquê dele gostar de mim e pretendia descobrir antes de admitir qualquer sentimento, mas ve-lo quase se perdendo nas palavras por minha causa foi mais do que eu poderia resistir, então por um impulso eu admito que estou apaixonada por Thomas Holland.

Foram 5 segundos em silêncio, nós estávamos absorvendo a informação que ambos se gostavam e posso apostar que ele também estava pensando nesse momento "Ok, e agora?". Mas para aliviar aquele clima e aquele silêncio, o garçom chegou com nossos respectivos pedidos e rapidamente começamos uma conversa divertida sobre a minha animação em comer hambúrguer e como isso parecia infantil pra ele.

Nas outras - poucas - vezes que eu passei por isso, essa parte de assumir um sentimento, havia tido um tempo "normal" pra se apegar e não só 8 dias, no entanto 8 dias me parecia tempo mais que suficiente pra me apaixonar por alguém que superou totalmente minhas expectativas. Eu não sabia nunca o que esperar dele, enquanto eu dava um passo ele dava dois e sinceramente eu gostava de ser surpreendida.

Enfim, aquele pensamento de "o que faremos a seguir?" martelava a minha cabeça durante toda a conversa que seguiu entretanto eu decidi que iria apenas, deixar fluir.

- Pizza ou Hambúrguer? - Ele perguntou limpando o cantinho da boca com o guardanapo

- Obviamente hambúrguer, como você ainda pergunta? - Respondi fingindo uma indignação.

- Eu nunca vi sua reação comendo pizza, não sei com qual dos dois seu surto é maior. - Tom me zuou.

- E você? Pizza ou Hambúrguer? - Devolvi a questão.

- Pizza, eu adoro pizza.

- Era o que imaginava.

[...]

Nós ficamos conversando e rindo por mais um bom tempo, até lembrarmos que era uma terça-feira e amanhã era um dia de trabalho como qualquer outro. Assim, depois de algumas longos minutos ali, Tom tomou a iniciativa de pagar a conta e ir embora. Eu tentei por cerca de 10 minutos covence-lo de me deixar pagar a minha parte mas ele insistiu na mesma intensidade que queria pagar tudo e ainda usou o argumento que aquilo era questão de gentileza.

Conversar com ele era incrivelmente satisfatório. Tom era inteligente, irônico de um jeito bom e tinha a habilidade de tornar qualquer assunto interessante. Quando eu conversava com ele apenas como duas pessoas que se gostam, era a mesma coisa de perder a noção do tempo, as palavras e argumentos iam e vinham com tanta facilidade que ele nem parecia aquele cara sério e seco que ele é. Ou era, no começo.

Thomas e eu andamos de volta para o carro de mão dadas e falando sobre como foi incrível Harrison e Jake terem ficado aquele dia no pub e como foi culpa deles Tom ter me encontrado naquela noite, eu fingia uma infelicidade com esse fato mas ele sabia que era brincadeira. No carro o assunto continuou, até chegarmos na porta na minha casa.

Maybe | Tom Holland Where stories live. Discover now