Capítulo 41

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A noite passada havia sido perigosamente longa. Tão longa que era como se Thomas tivesse vivido mil noites em uma só. Porém, era apenas sensação, porque memórias não ficaram guardadas na cabeça dele.

Deitado de bruços no meio daquele colchão enorme, Tom ainda mantinha os olhos fechados e a consciência distante quando começou a pressentir uma movimentação ao seu redor. Seu sono nunca foi muito pesado, mas o que quer seja que estivesse acontecendo ao seu redor, era propositalmente para acordá-lo.

Sua cabeça latejava, com espasmos por toda sua extensão e parecia que iria explodir por qualquer mísero barulho.

Com as pálpebras até então seladas, ele sentiu uma claridade impiedosa contra seu rosto, o fazendo automaticamente franzir o cenho com o incômodo. Ele virou a cabeça completamente até prendê-la contra o lençol, abafando sua respiração e voltando a vista para o total escuro novamente enquanto resmungava, ainda meio desacordado. E junto com a luz, veio um barulho das cortinas sendo abertas com certa rapidez. O ferro correndo nos trilhos. Mas sozinha ela não se abriu.

-Vai, acorda Thomas.

Uma voz gravemente masculina e até o momento irreconhecível pediu num tom de ordem, porém não foi o suficiente. Holland ignorou o pedido por completo.

-VAI LOGO! eu não tô com paciência e nem brincadeira.

O grito fez a cabeça dele que latejava, doer de maneira exorbitante. Assim como todo o seu corpo, quando foi chacoalhado e empurrado pelo outro homem de um lado pro outro na cama. Numa tentativa irritada de acordá-lo. Thomas permanecia imóvel, sem força. Com uma dor e um cansaço insuportável. Sentindo-se destruído.

Como se tivesse participado de uma luta de UFC na noite passada, onde ele perdeu após ser nocauteado com extrema força. Cada osso parecia quebrado ao meio, e todos os músculos atrofiados.

Ele pensou se teria morrido e aquele era o inferno. Porque a dor se assemelhava bastante com algum castigo demoníaco ou infernal. Ele não sentia nada parecido desde o último porre na adolescência, contudo o momento presente era cem vezes pior ainda assim.

-Já chega!

Dessa vez Tom reconheceu a voz. Se tratava de Harrison, mas ele percebeu isso tardiamente pois antes mesmo de tentar abrir os olhos, seu corpo foi arremessado cama à baixo. O melhor amigo empurrou Thomas até seu corpo rolar pela cama e cair no chão. E o que parecia impossível aconteceu: Ele sentiu mais dor ainda em seus membros.

Foi necessário aquele medida agressiva para finalmente acordar Holland. No entanto, Haz ficou bem aliviado de ter feito aquilo, foi realmente agradável uma vez que ele queria cobrir o amigo de socos, pelas condições que Tom havia se colocado na madrugada passada.

-Aí! - A voz saiu como um gemido de dor. - Que merda foi essa seu otário?

Thomas usando muito esforço, se senta no chão torcendo seu pescoço até que o mesmo estrale. Ele acaricia a própria nuca enquanto procurava assimilar o que teria acontecido e o porquê de Harrison estar ali em pé na sua frente com sua pior cara.

O rosto branco do loiro estava fechado em um expressão verdadeiramente nervosa, com o maxilar travado e um olhar fuzilador.

-Acho que sou eu quem deve perguntar. Que merda você fez?

Tom ignora a pergunta e continua apalpando o próprio corpo ao mesmo tempo que tenta localizar todas as regiões doloridas. Os olhos ardiam com a luminosidade permitida pelas pálpebras abertas e a cabeça seguia pulsando como uma bomba relógio, antes de detonar.

Ele pisca uma, duas, três vezes e a sua visão começa a desembaçar. Demasiadamente atordoado e confuso.

-Vem, levanta daí. - Harrison fala, estendendo o braço para ajudar o amigo a se levantar.

Maybe | Tom Holland Onde histórias criam vida. Descubra agora