Maybe | Tom Holland

Capítulo 20

Thomas on
Terça-feira 8h05

Adorava terças-feiras, ainda mais quando a segunda anterior tivera sido boa e no caso, a segunda e o fim de semana inteiro foram bons, bons até demais. Smith foi embora domingo à noite e no dia seguinte nós apenas nos falamos por mensagem, mas as coisas estavam extremamente bem entre eu e ela, e aquela insegurança de duas semanas atrás, eu nem me lembro mais dela; até porquê Charlotte estava deixando claro que queria a mesma coisa que eu, em todos os aspectos. Já no escritório, tudo ia bem também, cada vez mais negócios fechados e em breve faremos parceria com outras duas enormes empresas do país, eu não podia estar mais satisfeito. A semana seria até que tranquila, por enquanto nada fora do comum estava agendado, nenhuma reunião estressante pelo menos.

Mas nem tudo são flores, nunca é 100% como eu queria que fosse. Existem alguns assuntos problemáticos dos quais não dá pra fugir, e sinceramente eu não sou uma pessoa que foge quando a situação é difícil. Então mesmo contra todos os meus instintos, eu iria marcar um horário pra conversar com ela, meu maior medo, Sofia Coleman. - "meu maior medo" talvez seja muito, mas com certeza existia medo, e não dela porque ela era inofensiva, mas do que ela me causa, causava.

Assim que a cozinha entrou no meu campo de visão, notei meu café da manhã já preparado por Marta em cima do balcão. Me sentei ali pra comer as torradas e tomar o chá.

- Bom dia Marta, como vai? - Perguntei, estava de bom humor.

- Bom dia Senhor, vou bem. - Respondeu sem me olhar.

- Como foi a folga?

- Não boa o suficiente. - Ela insistia em não me olhar.

- Se importa de me dizer o por quê olhando pra mim? - Sequei a voz

- Minha filha não está bem, está passando por problemas e minha ajuda não é mais o suficiente. - Disse me olhando séria

- Não posso dizer que entendo e nem que posso ajudar, mas sinto muito por isso.

- Na verdade o senhor pode ajudar sim... - Falou bem baixinho para que eu não escutasse.

- O que disse? - Fiz uma cara de interrogação.

- O senhor é homem excepcional, minha filha iria adorar sair com você, ela está sofrendo muito com o ex relacionamento. - Enfraqueceu a voz iniciando um quase pedido. - Ela é uma mulher linda, mas aparentemente aquela senhorita Charlotte está andando pelos corredores deste apartamento com você agora, não é?!

- Obrigada pelo elogio mas creio que quem anda nos corredores desse apartamento comigo não desrespeito à você. E sobre sua filha, eu realmente queria poder ajudar, mas não sei se sair com ela é o tipo de coisa que eu faria por caridade. - Fui duro e ela me olhou com uma cara de mágoa enorme

- Desculpe.

- Tudo bem, espero que sua filha melhore. Quem sabe um dia eu não a conheço, e nós saímos.

- Vocês iriam se adorar Th... Senhor Holland. Ela é realmente especial não digo isso porquê é minha filha não.

- Deixe-me ver uma foto dela! - Pedi.

Marta demorou a responder e me pareceu pensativa com uma cara confusa.

- Meu celular está descarregado. - Falou triste.

- Até procuraria ela no instagram, mas desativei o meu, definitivamente não sei mexer nessa rede social.

- Ela não tem redes sociais, é reservada.

- Diferente das demais, um ponto positivo pra ela. - Sorri fraco. - Bom já deu meu horário e eu preciso ir, até mais tarde Marta.

Levantei do banco, arrumei o blazer preto e a gravata que usava no espelho perto da porta e quando abri a mesma para sair do apartamento e pegar o elevador, dei de cara com ela. Com os cabelos negros totalmente escovados na altura dos ombros, um vestido preto social justo, salto nude e um brinco que alongava seu pescoço. Parecia inevitável não reparar em cada detalhe demasiadamente bonito.