Capítulo 23

7.8K 471 808
                                    


Sua cabeça doía de forma absurda, exatamente como se tivesse sido nocauteado com toda força, sentia latejar e parecia que em qualquer momento ela explodiria. Tom não conseguia assimilar muito bem tudo que acabará de acontecer, mas depois que Sofia foi embora, lágrimas de pura raiva caíram de seus olhos. Ela conseguia faze-lo ficar pior do que ele já sentia com o término, era ridículo a forma como aquela mulher era manipuladora e apesar de Tom saber disso, uma parte dele ainda acreditava no choro dela e aquilo ainda era capaz de machuca-lo. E resultava em apenas uma coisa: Um Thomas cada vez mais frio e mais desconfiado, isso pra ele parecia cotidiano mas o que lhe afligia era se isso de alguma forma afetasse Charlotte, ele não queria de jeito nenhum que algo machucasse-a.

Thomas podia ter muitos defeitos, mas uma de suas qualidades era ser convicto do que queria, e nesse momento uma das suas maiores certezas era a senhorita Smith. Era dela que ele gostava e isso ficou mais claro depois da discussão com a ex.

Aliás, as últimas palavras que Sofia disse antes de dar as costas não o assustaram, ele sabia quem ela era e acreditava ja ter visto seu lado ruim então aquilo pra ele não era surpreendente, fazia tudo parte do teatro de manipulação dela. E se caso fosse verdade, ele continuaria sem medo e pagaria pra ver até onde ela é capaz de chegar.

Brincar com fogo sempre foi uma das coisas preferidas de Holland.

Sentou-se, jogando a cabeça pra trás na cadeira, tentando soltar o peso e amenizar a dor e o cansaço físico que arremessar algumas coisas da mesa na parede lhe causaram. Respirou fundo e soltou sua gravata, de olhos fechados e sozinho ali com seus pensamentos ainda a milhão. Cerca de 1 hora se passou e Thomas continuou sem se quer atender o telefone ou fazer qualquer outro tipo de coisa relacionado ao trabalho, sua cabeça ainda doía e ele precisava de um tempo para absorver o caos que Sofia fez.

...

12h14
Horário de almoço.

Já no lugar marcado, ela escolheu uma mesa afastada e com apenas duas cadeiras, o suficiente. Se passaram cerca de 10 minutos que estava sentada com o cardápio em mãos apenas para disfarçar, pois ela já sabia o que faria naquele lugar e com certeza não estava ali pela comida.

Olhou em volta, correndo seus olhos até as janelas do lugar que possuíam a vista para calçada que ela precisava para verificar se sua companhia já chegava. Era nítido o receio em seus atos e gestos, se sentia observada e errada mesmo sem saber o motivo daquele encontro misterioso, que no entanto parecia suspeito.

Levou alguns poucos segundos checando o celular, e nem percebeu quando a morena sentou em sua frente. De óculos escuros e um perfume cítrico forte, com um sorriso aparentemente sarcástico.

- Serei breve, tenho uma proposta sem muita negociação, ou você aceita ou não, é simples. - Disse curta e grossa.

- Prossiga.

- Está tudo escrito aqui. - Estendeu um pequeno papel branco - Leia e eu te mostro o que você ganha com isso.

A loira leu rapidamente o papel, e foi impossível esconder seu espanto com a proposta. Estalou os olhos e engoliu a pouca saliva que estava em sua boca seca, levantando o conjunto de sobrancelhas bem feitas. Respirando fundo, olhou de volta para mulher em sua frente.

- Não me diga que nunca quis isso, você não me engana, eu sempre vi como você olha pra ele. - A morena entortou a boca vendo a cara quase sonsa de sua companhia que acabará de ler a proposta.

- Poucas mulheres que trabalham ali não querem isso, mas é inusitado que logo você me peça isso. - Devolveu o papel. - O que eu ganho com isso?

Sofia então pegou seu celular, digitou alguns números nele e em seguida virou a tela para a loira. - É isso que você ganha.

- Uau, você tá mesmo disposta a pagar tudo isso... por isso? - Perguntou apontando com a cabeça para as mãos de Sofia que seguravam o papel.

Maybe | Tom Holland Onde histórias criam vida. Descubra agora