Capítulo 45

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Aviso: Contém conteúdo sensível e perturbador.

  Talvez aquela fosse a décima dose que ele escorregava garganta abaixo. Ou a décima primeira, décima segunda… Quem sabe fosse até a vigésima. Ele mesmo não sabia. Thomas já havia parado de contabilizar quantos copos tinha bebido há um bom tempo. Provavelmente a partir do momento que seus neurônios afetados pelo álcool perderam a capacidade de raciocinar corretamente. 

Se é que em algum momento ele raciocinou de maneira correta naquela noite ou em qualquer outra madrugada que ele passou fazendo a mesma coisa, no mesmo lugar. 

Whisky, vodca e tequila. 

Poker, apostas e milhares de euros. 

Cocaína, LSD, êxtase e mulheres. 

Era nisso que ele se resumia durante quase todas as noites, desde quando se deu conta que estava completamente sozinho. Sozinho e livre para fazer o que bem desejava, sem se preocupar se causaria algum dano. Não existia mais ninguém a sua volta para ser atingido. Logo, o que importava?

Thomas deu a si mesmo carta branca para continuar a autodestruição. 

Estava bem a sua frente, a completa disposição de suas vontades, aquele mundo sujo, sórdido e profano. Tão acessível quanto como se estivesse na palma de suas mãos, literalmente. 

Sua mão esquerda tinha posse de um copo do líquido amargo que o mantinha alcoolizado, e sua direita segurava a cintura de uma das centenas de mulheres a sua volta. Ela estava sentada em uma de suas coxas, com os braços agarrados ao seu pescoço e a boca sedenta procurando pela dele. Mas os lábios de Thomas já estavam ocupados alternando entre beber e beijar outra mulher ao seu lado alizando seu corpo com um toque quase condenável.

Estava sentado no mesmo sofá que outros homens como ele, que se satisfaziam da realização de suas vontades imorais, e rodeado de outras mulheres como aquela em seu colo. 

Prostitutas inteligentes demais para permitir que Tom acabasse com todas as garrafas do bar. Quanto mais sem razão ele estivesse, mais dinheiro elas tirariam dele. E mesmo embriagado ele sabia disso, porém não se incomodava nem um pouco. Elas queriam o corpo e o dinheiro dele, e isso ele estava disposto a dar sem hesitar. Thomas se permitiu ser o parque de diversões de todas, e a sensação que isso lhe trazia era extraordinariamente deliciosa. 

Não existiam regras de conduta, não existiam regras de convivência e muito menos regras do que era indecente ou não. A única regra, era a certeza da perdição absoluta. 

- Eu queria tanto sentir você. - A ruiva diz sentada no colo de Tom ao começar a rebolar e passear com as mãos sobre o volume em sua calça - Você é o que eu mais quero. 

- Você me quer também, Tommy? - A outra sussurra enquanto mordia o lóbulo da orelha dele.

- Você não é só uma vadia? 

- Mas eu juro que serei uma boa menina. - Instigou com um timbre manhoso.

"Boa menina"

Holland ri.

- Essas são especialmente pra você.- Uma voz masculina se pronuncia.

Num último momento antes da contagem regressiva para o colapso total, Tom com certa ruindade empurrou a mulher em suas pernas para se livrar dela e obter o caminho livre, e logo inclinou o corpo para frente, apoiando os cotovelos e se debruçando-se sobre a mesa. Aquela mesa disposta perante o sofá, onde três carreiras perfeitas de pó estavam prontas a sua espera. 

Quando debruçado, Thomas pressionou um dos lados de seu nariz e rapidamente deslizou-se, cheirando toda a cocaína das três carreiras. 

- Pegou o jeito rápido. 

Maybe | Tom Holland Where stories live. Discover now