Capítulo 21

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Já faziam 3 anos e os olhos dele ainda eram doces como antes. A sua voz ainda dizia meu nome com a mesma entonação meiga. Seu rosto era bonito e simpático como sempre foi. E aquele seu sorriso parecia me dizer "Que prazer em rever você Lottie".

- Ainda lembra de mim "bravinha"? - Ele perguntou usando o meu antigo apelido que ele mesmo havia dado, enquanto me ajudava a ficar em pé sozinha novamente.

- Claro que sim. - Brinquei rindo fraco.

- Senti sua falta. - Me abraçou apertado.

- Tinha me esquecido que você me esmagava tanto com um abraço. - Falei com dificuldade enquanto meu rosto era apertado contra seu corpo. Até ele finalmente me soltar. - O que você faz aqui?

- Aqui é um café Charlotte. - Disse sarcástico.

Soltei uma risada fraca e caminhei com ele até o balcão. Onde ele se sentou e eu dei meia volta para entrar no mesmo e servir à Lucas o cappuccino que ele havia pedido.

- Faz muito tempo Charlotte, como você tá? - Bebericou da xícara e perguntou com a voz mansa.

- Eu estou ótima. Sou apaixonada por Londres, conheci pessoas incríveis aqui, gosto do meu trabalho, meus amigos estão por perto, acho que não podia estar melhor. - Sorri, alegre por contar aquilo. - E você?

- Bom, eu me mudei pra cá faz pouco mais de um mês, porque comecei a trabalhar em uma empresa que fica aqui perto. Mas estou bem, me adaptando. Os últimos 3 anos foram turbulentos. - Desviou o olhar pras próprias mãos. - Eu tive que superar aquela fase, me curar daquilo. - Me olhou novamente.

- Que bom Lucas, eu fico realmente muito feliz que você tenha conseguido. - Falei de forma carinhosa, e seus olhos quase marejaram. Senti que o clima iria pesar, então logo optei por mudar de assunto. - E você disse que está trabalhando aqui perto, é em alguma empresa grande?

- É uma empresa enorme lottie, você nem imagina. Somos concorrentes da Holland Security pra você ter uma noção. - O garoto falou o nome da empresa de Thomas e eu engoli em seco de pensar na possibilidade deles se conhecerem, mas segui a conversa mantendo a normalidade na expressão.

Lucas e eu namoramos por 1 ano quando morávamos na mesma cidade afastada de Londres. E a relação parecia linda, ambos felizes, apaixonados e jovens, muito jovens. Mas tudo foi por água baixo quando Lucas enfrentou problemas com drogas, ele as usava diariamente. Quando estava comigo chorava e dizia se arrepender e quando eu me afastava, se jogava de cara naquilo outra vez. Passei muito tempo tentando ajudar, briguei com a minha família, com a dele, meus amigos, e apenas a Liz foi capaz de me compreender nessa época. No entanto eu cansei, cansei de tentar ajudar alguém que não queria ser ajudado e terminei o namoro.

Eu já tinha escutado de outras bocas que ele estava curado, e agora ele estava de volta sendo aquela pessoa doce e divertida que era antes dos problemas chegarem.

Mas sinceramente eu não sei se a volta dele era algo bom nesse momento. Ainda mais com ele trabalhando tão perto do meu fucking Thomas - se é que eu posso chamar ele de meu. - Eu não pretendia contar sobre o Tom para o Lucas, mas tem certas coisas que não se pode escolher... Ficamos conversavamos amigavelmente por longos minutos, colocando o papo em dia e no momento que ele se começou a se despedir eu disse algo muito engraçado e rimos até Lucas perder o fôlego.

Foi então que eu senti aquela sensação, aquela sensação específica de quando ELE se aproximava ou estava perto de mim. Me senti observada, me veio um frio na barriga, a respiração ficou mais profunda e a pele mais quente. Corri meu olhar por todo ambiente e encontrei aquele que eu procurava encostado na parede ao lado da porta, olhando fixamente para mim e Lucas.

Maybe | Tom Holland Where stories live. Discover now