Capítulo 19

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Charlotte on
Domingo 9h25

Pelas minhas contas, já faziam 15 minutos que eu estava acordada. Mas ainda deitada, ainda na cama dele, ainda ao seu lado, ainda nua com o corpo coberto apenas pelo lençol cinza. E eu podia sentir mesmo imóvel meu corpo doer, meu braços e a região interna das coxas estavam completamente doloridas, mas eram aquelas dores que me deixaram as melhores lembranças da noite passada, da longa e contínua noite passada. Não foi uma vez, não foram duas... Eu parei de pensar no número de vezes quando parei de sentir meu corpo. Mesmo com todo esforço que fazia, Thomas me parecia incansável.

Porém agora, com a cabeça no travesseiro e os olhos fechados ele parecia completamente tranquilo e perfeitamente bonito.

Que ele era lindo de todos os jeitos possíveis eu já sabia. Mas depois de 15 minutos parada observando ele dormir profundamente com apenas o lençol sobre seu tronco e o cabelo bagunçado, eu cheguei a conclusão que aquela era uma das melhores visões que eu poderia ter. Daquele jeito, ele não emanava mais aquela luxúria toda, era apenas um Tom simples e vulnerável.

Eu até pensei em fazer carinho em seu rosto, no seu cabelo, tocar de leve seu ombro e seu braço. Quis dar um beijo que demonstrasse todo sentimento que estava ganhando espaço dentro de mim. Mas o medo de incomoda-lo - de acorda-lo principalmente - foi maior, então eu apenas me levantei e decidi fazer alguma coisa pra quando ele despertasse sozinho.

Melhor do que colocar a calça e blusa de frio que eu usava ontem, era vestir apenas minhas peças íntimas e o moletom dele. Aquele branco que ele usava ontem e que ficou no chão a noite inteira também. Então eu me troquei, dobrei as outras roupas jogadas, minhas e dele, e fiz um coque bagunçado no cabelo.

Na porta, antes de sair completamente do quarto, eu me deixei admirar por mais alguns segundos ele dormindo. Confesso que eu tinha gostado demais pra não perder a noção do tempo olhando.

Fui até a cozinha com a possibilidade de encontrar a Marta lá, em mente. Mas não, era domingo e ela não trabalhava aos domingos pelo que me parece, pois só estávamos eu e ele no apartamento.

Olhei na geladeira, nas prateleiras e nos armários procurando alguma coisa pra preparar no café, mas não achei nada que eu soubesse fazer melhor do que panquecas e claro pra ele, o chá com leite.

Fazendo o mínimo de barulho que eu podia, peguei tudo que eu precisava e começei a fazer o café da manhã. Ainda coloquei meu celular tocando uma música bem baixinho em cima do balcão que dividia a cozinha da sala.

De costas, enquanto eu terminava o chá depois de alguns minutos sozinha ali, senti um presença comigo, um sensação de estar sendo observada. Aquela sensação que temos todas as vezes que alguém pesa o olhar sobre nossos corpos. Ainda sem olhar pra trás pra confirmar o que eu desconfiava que estava atrás de mim, eu escutei a música do meu celular ser pausada. E só então eu virei e lá estava ele, o motivo do meu surto interno.

Sentado em um dos bancos atrás do balcão, sem camisa, com calça de moletom cinza e os cabelos ainda bagunçados. Com o cotovelo apoiado na superfície e o rosto apoiado na mão, com dois dedos sobre os lábios. Tom me olhava da cabeça aos pés, com meio sorriso maldoso nos lábios. E aquela cena mexeu comigo.

- Bom dia Charlotte.

- B-Bom dia Tom, eu fiz isso pra você. - Coloquei a xícara em sua frente.

- É gentil da sua parte. - Segurou a mesma com as duas mãos sem tirar os olhos do meu corpo.

- Dormiu bem? - Perguntei na tentativa de suavizar o clima.

- Não podia ter dormido melhor Charlotte, e a proposito você fica linda com meu moletom.

Maybe | Tom Holland Onde histórias criam vida. Descubra agora