Capítulo 8

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Era sábado à noite e estamos, eu e Pierre, na Le Dandy, uma casa noturna bastante badalada de Paris.

Desde que meu coração havia me declarado oficialmente solteira, eu começara a aceitar os convites de Pierre para sair à noite. É claro que na maioria das vezes Pierre acabava pedindo um táxi para me levar de volta para casa, mas eu não deixava de ir.

Quando o lugar estava muito cheio e barulhento, eu não permanecia mais do que uma hora, mas na Le Dandy o ambiente era diferenciado.

Primeiro que as pessoas pareciam participar de um verdadeiro desfile de moda no lugar. Por isso, estou usando uma blusa tomara que caia preta com decote de coração e uma saia evasê bege, com sandálias vermelhas de salto quinze, look escolhido a dedo com a ajuda de Pierre.

A casa tem um estilo Moulin Rouge, com móveis retrô que lembram um cabaré e um piano no meio como decoração. Há vários ambientes com pista de dança, bar e lounge para um público mais variado.

Pierre já desapareceu na pista de dança e estou sentada em uma das cadeiras em frente ao bar, tomando uma taça de vinho branco. É claro que estou pensando em Peter e no que ele estaria fazendo naquele exato momento. Em Paris já passava da meia-noite, então na Virgínia aquela noite de sábado ainda iria começar.

Eu havia prometido não sofrer mais por ele, então não me torturava mais checando suas redes sociais, o que não me impedia de imaginar se ele ainda estava com Diana ou com uma outra garota qualquer, enquanto eu continuava afastando todos os rapazes que tentavam se aproximar de mim quando eu e Pierre saíamos à noite.

Observo um homem se aproximar do bar, ao meu lado, e pedir uma bebida para o barman. Ele não fala em francês. Pelo seu sotaque acho que é italiano. Ele veste uma camisa de botões branca justa demais em seu corpo, e seus cabelos um pouco compridos estão penteados para trás.

O barman parece não entender o que ele fala e o homem parece irritado por isso. De repente ele olha para mim e sorri. Agora fala algo na minha direção, mas não entendo uma só palavra do que ele diz.

Seu rosto se aproxima demais do meu, a ponto de eu sentir o cheiro de álcool no seu hálito. Eu me protejo com uma das mãos e me afasto para trás, mas ao invés de se afastar, ele se aproxima ainda mais de mim, agora pondo uma das mãos em minhas costas e puxando o meu corpo para perto do seu.

Sinto-me um pouco apavorada, enquanto tento me afastar, com medo de cair do banco. Olho para os lados, mas ninguém parece notar.

Então o homem é empurrado para trás de repente, e alguém se põe na minha frente, entre mim e ele. Respiro aliviada, enquanto a pessoa fala na mesma língua do homem que estava tentando me agarrar. É um rapaz. Os dois parecem irritados, enquanto trocam algumas palavras.

Estou um pouco atordoada com a situação, então a única coisa que vejo são as costas da pessoa que continua na minha frente.

De repente o rapaz que está na minha frente é empurrado, esbarrando em cima de mim. Ele se ergue e empurra o homem que tentava me agarrar há minutos atrás, que cai no chão, acho que de tão bêbado.

Agora posso ver o meu salvador de relance. Ele era alto, talvez tivesse mais de 1,85m de altura. Seu corpo parece ser magro, mas não tenho certeza porque ele está usando um blazer ajustado no corpo, e seus cabelos são escuros e curtos. Consigo vê-lo apenas de costas.

Vejo quando os seguranças do local se aproximam. Sinto-me aliviada pensando que iriam retirar o turista que estava arrumando confusão no local, mas ao invés disso eles seguram o rapaz que havia me ajudado e ajudam o homem bêbado a se levantar do chão.

Para sempre sua, Lara JeanOnde histórias criam vida. Descubra agora