Capítulo 65

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No outro dia de manhã me acordo com alguém entrando embaixo do meu cobertor.

- Pegue o seu lençol e me deixe com o meu, Kitty! – reclamo.

- Não consegue mais dormir sozinha, não é? – ouço a voz grave de Peter no meu ouvido enquanto ele me abraça.

Meu coração descompassa.

Dou um sorriso.

- Não. Não consigo e a culpa é toda sua. – viro-me na cama para ficar de frente para ele. - Como vou conseguir dormir sozinha lá em Paris?

Ele se senta sobre as minhas pernas, com um sorriso travesso no rosto.

- E quem disse que você vai dormir sozinha lá? – ele fala e levanta a minha camiseta. – Agora você vai estar com meu grãozinho, não é mesmo? – ele diz e aproxima a boca da minha barriga, descendo beijos sobre ela.

Tento não me abalar com aquela cena, mas não consigo. Meus olhos se enchem de lágrimas.

Peter começa a falar alguma coisa próxima ao meu umbigo, mas não consigo ouvir o que é.

- O que você está fazendo?

- Estou conversando com ele.

- Ele? Pode ser ela.

Ele olha de baixo para cima para mim e sorri.

- Pode ser mesmo.

- E está falando o quê, por acaso?

- É segredo.

Reviro os olhos e tento me levantar, mas Peter não deixa.

- Ele nem ouve nada mesmo...

- Quem disse?

- A ciência, Kavinsky. O feto ainda não tem o aparelho auditivo formado nesse tempo.

Peter dá de ombros.

- Mas o meu grãozinho pode me escutar muito bem.

Dou uma gargalhada.

- Você é muito bobo!

- Ah, Covey! Você vai embora daqui há dois dias. Quando voltar, o bebê não vai nem reconhecer a minha voz... – ele fala e se deita ao meu lado.

Ponho minha mão em seu rosto e o acaricio.

- Você fala como se não existisse celular...

Seu rosto se ilumina com um sorriso. Peter me abraça com mais força e me beija.

- Por que você está tão feliz? – pergunto.

- Acho que você mudou de ideia, não foi?

Meu sorriso murcha no meu rosto.

- Não sei...

- Argh! – ele reclama.

- É que você... você torna tudo mais difícil!

- Essa é a intenção!

Não queria que ele ficasse chateado. O clima até minutos atrás estava tão bom! Deito a cabeça em seu peito e jogo minha perna sobre o seu corpo.

- Eu disse ao meu pai que não iria mais continuar na faculdade quando voltasse da França.

- E ele?

- Não ficou nada feliz!

Peter não diz nada, apenas acaricia minha cocha com uma das mãos.

- E vocês não conversaram sobre mais nada?

Para sempre sua, Lara JeanWhere stories live. Discover now