Capítulo 27

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No restante da noite não vejo mais Peter.

Mais tarde, antes de dormir, desço até a cozinha. A casa está totalmente silenciosa. Ponho um pouco de leite em um copo e vou até o deck para observar a noite.

Vejo alguém ao longe, sentado na areia da praia. É ele.

Deixo o copo na cozinha e vou até lá.

Caminho até ele, e quanto mais me aproximo, mais sinto o meu coração acelerar.

Sento-me ao seu lado e fico em silencio. Ele continua olhando o mar e não diz nada. Abraço as minhas pernas e observo o mar também.

O vento agita os meus cabelos, mas não sinto frio. A noite estava quente, como havia sido o dia.

- Não vai entrar? – pergunto.

- Estou sem sono. – ele responde, ainda sem me olhar.

- Também.

Encosto meu rosto nos joelhos e o observo. Eu havia sentido muita falta disso. Tinha sentido falta do contato físico e das nossas conversas, mas também sentia falta de só observá-lo, tentando decifrar o que as suas feições diziam. Geralmente ele estava tranquilo ou brincalhão. Às vezes estava chateado. Agora ele parecia muito triste.

- Não sei se você se interessa em saber, mas eu não transei com ninguém enquanto você estava fora. – ele diz de repente.

Levanto o rosto, me sentindo surpresa. Ele olha para mim pelo canto do olho, parecendo sem jeito.

- Sério? – pergunto, sem acreditar. Ele não responde nada. Parece até um pouco chateado com a minha expressão de surpresa. – Mas me disseram que você estava ficando com um monte de garotas.

Ele dá de ombros.

- Uns beijos sem importância. – ele diz.

- Mas todo mundo pensa que...

- As pessoas sempre pensam muitas coisas sobre mim, não é mesmo? – ele fala, parecendo magoado.

- Verdade. - respondo, me sentindo constrangida por tê-lo julgado também.

- Eu não vou fazer esse tipo de coisa com uma garota que acabei de conhecer em um bar... – ele diz, mexendo na areia com a ponta dos dedos.

- Mas você não estava namorando com a Diana? – faço a pergunta que ele nunca me respondeu.

- Não. Nunca namorei com ela. A gente fica de vez em quando.

Fica. No presente. Não deixo de notar o tempo verbal. Acho que era com ela que Peter conversava no celular e trocava mensagens.

- E vocês nunca...?

Ele olha para mim antes de responder.

- Não vou mentir para você, Lara Jean. Nós quase fizemos, mas...

- Mas?

- Mas eu percebi que ia me sentir um lixo no outro dia. – ele fala e volta a escrever na areia com os dedos.

- Por minha causa? – pergunto, sentindo meu coração inflado.

- Não. – ele diz e depois me olha de novo. – Por causa dela. Eu vi que aquilo ia significar para ela uma coisa diferente do que estava significando para mim, então achei melhor não continuar. Seria muito cretino da minha parte.

Olho para ele e tenho vontade de beijá-lo.

Eu amo você, Peter K. Amo mais do que se tivesse dito que não tinha transado com ela por minha causa.

Para sempre sua, Lara JeanOnde histórias criam vida. Descubra agora