Capítulo 24

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Na quinta-feira acordo bem cedo. A casa está totalmente silenciosa. Aproveito que estou sozinha para caminhar um pouco na praia. Desde que eu havia chegado da França, não havia feito nenhum tipo de exercício.

Faço o meu ritual de higiene matinal, depois visto um top e um short, prendo a metade dos cabelos com uma liga e desço as escadas fazendo o menor barulho possível.

Na sala da casa, alguns garotos estão dormindo em colchonetes no chão. Não vejo Peter entre eles.

Lá fora, o céu está nublado e o sol está ameno, mesmo assim havia passado protetor solar. Uma brisa agradável está soprando, trazendo o cheiro da maresia até as minhas narinas. Caminho até a praia e observo o mar por um instante.

A praia está tranquila, com pouquíssimas pessoas caminhando na areia. O mar não tinha ondas, como eu me lembrava.

Fecho os olhos e começo a me alongar.

Abro os olhos e vejo alguém parado ao meu lado. É Peter.

- Bom dia. – digo.

- Bom dia. – ele responde, olhando para o mar.

Eu não estou olhando para o mar. Estou olhando para ele. Era uma competição injusta para os meus olhos, já que ele estava sem camisa. Observo que ele está vestido com uma bermuda cinza e segura os fones de ouvidos em uma das mãos.

- Vai dar uma corrida? – pergunto.

- Vou.

- Também.

Ele me olha com a sobrancelha franzida, parecendo surpreso.

Acho que você não conhece a nova Lara Jean, Peter Kavinsky. Penso e dou um pequeno sorriso.

Termino de me alongar e desço até a faixa de areia próxima ao mar. Começo caminhando devagar até aumentar a velocidade. Em um certo momento sinto alguém se aproximando, até que está correndo ao meu lado. É ele.

Corremos por um bom tempo em silencio. Ele está com fone de ouvidos, eu não. Ao contrário da maioria das pessoas, eu não gostava de correr ouvindo músicas. Achava melhor ouvir o som do ambiente. Em Montmartre ouvia o barulho dos carros, o som dos pássaros nas praças e das pessoas conversando. Parecia uma sinfonia de Bethoveen, como o som da cozinha de Kobbi. Era bom para pensar.

Agora, enquanto corro, ouço o som do mar e da respiração de Peter. Olho para ele de relance em alguns momentos. Ele continua sério, olhando para frente, e não diz uma palavra.

Diminuo o ritmo da corrida e olho para ele. Ele continua em silencio, sem olhar para mim.

Queria que ele falasse alguma coisa. Queria que ele me xingasse. Queria que ele dissesse que naquele dia só queria prolongar a nossa noite, apenas isso. Mas não, ele não fala nada.

Aquele silencio era uma tortura. Apresso o passo novamente até tomar uma certa distância dele. Peter não me acompanha mais.


Volto para a casa e retiro o excesso de areia das minhas pernas, depois jogo um pouco de água no meu rosto.

Harley está saindo com algumas pessoas. Na sua programação de hoje, iriam visitar o museu dos Irmãos Wright em Kill Devil Hills. Eu já havia visitado o museu com Peter no ano passado, e antes com a minha família, então não vou.

A cozinha está uma bagunça deixada pelo grupo de Harley que havia tomado café. Olho a geladeira e os armários, e percebo que não havíamos trazido comida suficiente para todos os dias.

Para sempre sua, Lara JeanTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon