Capítulo 62

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Entro em casa e Kitty está na sala, assistindo Tv.

- Cadê o Peter? – ela pergunta.

- Foi pra casa. – respondo com a voz mais animada que consigo emitir.

Ela franze o cenho.

- Vocês brigaram?

- Não, Kitty. Nós não brigamos.

Ela me olha, parecendo desconfiada.

Subo as escadas em direção ao meu quarto.

Fecho a porta do quarto e retiro os folhetos que a Dra. Suzan havia me entregado da bolsa. Tiro os sapatos e me deito na cama para lê-los.

Ao contrário do que eu imaginava, não há nenhuma informação encorajadora, muito pelo contrário, apenas informações práticas sobre o procedimento e uma lista de efeitos colaterais provenientes da interrupção de uma gravidez, inclusive danos psicológicos.

Nos folhetos há ainda a opção de entrega da criança para uma família substituta após o nascimento, mas isto estava completamente fora de cogitação. Uma criança que saísse de dentro de mim ou seria minha ou não seria de mais ninguém.

Encolho-me na cama, enquanto choro mais um pouco, e acabo pegando no sono. Quando me acordo, já havia anoitecido.

Meu celular está ao lado do meu travesseiro. Vejo que há algumas mensagens de Peter.

Eu já posso voltar?

Prometo que vou ficar quieto enquanto você pensa.

Consigo esboçar um pequeno sorriso.

Pode.

Respondo às mensagens e continuo deitada.

Quinze minutos depois escuto a porta do quarto se abrir. Não preciso olhar para saber que era ele. Ouço quando ele retira os sapatos e depois sinto o colchão afundando ao meu lado.

Peter se deita na cama e me envolve em seus braços.

Respiro fundo, me sentindo aliviada. Pelo visto ele não estava com raiva de mim.

Seu rosto encosta no vão do meu pescoço e ele beija a minha bochecha, depois deita a cabeça sobre o travesseiro.

Uma de suas mãos que me abraça desce até a minha barriga e a acaricia. Eu a empurro.

- Deixe de ser chata! – ele reclama e põe a mão sobre a minha barriga novamente.

- É minha barriga!

- E é meu bebê!

Reviro os olhos, mas ele não vê, pois estou de costas para ele.

- Nem é um bebê, Peter Kavinsky. Você não ouviu o que a médica disse? É um amontoado de células do tamanho de um grão de arroz.

- Então é o meu grãozinho! – ele diz, e me abraça com mais força.

- Não deixa de estar dentro da minha barriga.

- Mas fui eu quem botei ele aí!

Não consigo conter um sorriso. Suas mãos continuam acariciando a minha barriga, mas eu não o impeço.

Os minutos passam e continuamos deitados da mesma maneira. Ouço três batidas na porta do quarto.

- Jantar! – Kitty grita do lado de fora.

Peter se senta sobre a cama, mas eu continuo deitada.

- Vamos, Lara Jean. Você tem que se alimentar! – ele diz.

Para sempre sua, Lara JeanOnde histórias criam vida. Descubra agora