Na sexta-feira de manhã me acordo e Peter está lá, deitado na minha cama. É uma sensação tão boa vê-lo dormindo ao meu lado, que não tenho palavras para descrevê-la. Mas em breve eu não o teria assim comigo todos os dias, então tínhamos que fazer os nossos dias renderem o máximo possível.
Levanto-me da cama enquanto penso no que eu ainda teria que fazer antes de voltar para Paris. Eu não havia começado a organizar a minha bagagem e sequer havia conferido se o voo continuava marcado para o mesmo horário. Também não havia verificado o meu horário de estágio na Belle Conseil nem se precisaria levar mais algum material novo para o estágio.
A sensação que eu tinha era que as minhas férias haviam durado uma eternidade e um piscar de olhos ao mesmo tempo.
Visto meu pijama que está jogado no chão e vou até o banheiro para fazer o meu ritual de limpeza matinal. Peter aparentemente continua dormindo.
A casa está silenciosa, então pelo horário meu pai e Trina já haviam saído. Kitty com certeza só se levantaria depois das onze horas da manhã, como estava fazendo quase todos os dias durante as férias.
Lavo o meu rosto e ponho o creme dental em minha escova de dentes. Quando a ponho na boca, sinto uma ânsia de vômito incontrolável. Corro até o vazo sanitário e começo a pôr para fora tudo o que eu havia comido na noite anterior.
Continuo vomitando, vomitando e vomitando sem parar. Nunca havia sentido tanto enjoo daquela maneira.
- Covey?! – ouço a voz de Peter quando ele entra no banheiro. – Você está passando mal?
Ele se agacha ao meu lado e acaricia as minhas costas. Eu continuo com o rosto enfiado no vaso sanitário, torcendo para que o meu estômago seja esvaziado o quanto antes.
Quando termino, me levanto, sentindo um mal-estar terrível.
- Você comeu muita bobagem ontem à noite. Acho que foi isso... – ele comenta.
Aproximo-me da pia e lavo a minha boca. A sensação de enjoo não havia passado, mas não havia mais nada a ser colocado para fora.
Eu nunca havia sentido aquilo na minha vida, nem mesmo quando comi um cachorro-quente estragado em um parque de diversões uma vez quando eu era criança.
A lembrança faz com que a ânsia volte ainda mais forte. Empurro Peter para o lado e corro até o vaso sanitário novamente. Dessa vez tudo o que ponho para fora é água e um líquido amarelo ácido.
- Acho melhor você ligar para o seu pai. Você deve estar doente...
- Meu pai? – pergunto.
Meu pai era médico, mas a sua especialidade era ginecologia e obstetrícia.
E é aí que sinto um estalo, como se várias peças de um quebra-cabeça se encaixassem de repente.
O tempo parece passar devagar, enquanto um filme passa na minha cabeça. Primeiro havia esse sono quase incontrolável. E também a fome. A fome que eu estava sentindo não era normal! Lembro-me também que eu estava mais sensível aos cheiros, como na vez em que não suportei o perfume novo de Peter. E ainda haviam os sinais que tinham me enganado, como a sensibilidade nos seios.
- Peter, que dia é hoje? – pergunto.
- Sexta-feira. – ele responde, me olhando com a expressão confusa.
- Não da semana. Do mês. Que dia é hoje do mês?
- Vinte e cinco.
Saio do banheiro e vou correndo até o meu quarto. Pego minha agenda sobre a escrivaninha e começo a folheá-la, passando as páginas do mês de junho.
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Para sempre sua, Lara Jean
FanfictionO destino infelizmente acabou separando os caminhos de Lara Jean e Peter Kavinsky. Nossa garota Song agora inicia uma nova etapa em sua vida em Paris. Será que sua história de amor com Peter Kavinsky realmente acabou, ou os dois ainda terão uma nova...